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10 FROM THE TOP » CARLOS ZARLENGA, DA QLP Novembro 2021 | AutoData N a quinta-feira, 26 de agosto, um dia após anunciar sua decisão de deixar a presidência da General Motors América do Sul, o argen- tino Carlos Zarlenga já estava de casa nova – o que, oficialmente, ocorreria 43 dias depois. Mesmo assim Zarlenga manteve a rotina dos últimos cinco anos liderando a GM com dez a quinze horas diárias de trabalho naquilo que acredita ser uma “janela de oportunidade para o futuro da indústria na região”. Ele fundou um escritório de aquisi- ções na América do Sul com Barry Engle, executivo bem conhecido por todos nós, além de outros sócios. A Qell Latam Par- tners, ou apenas QLP, nasce buscando adquirir grandes empresas ou opera- ções automotivas no valor de US$ 500 milhões a US$ 3 bilhões. Barry Engle, ex-Ford, ex-GM e CEO da Qell, fundada por ele mesmo em setem- bro de 2020, em São Francisco, CA, será o presidente do conselho da QLP com Zarlenga e Fernando Valim, experiente executivo com passagens por diversas empresas brasileiras e multinacionais, como sócios e líderes operacionais na região. A Qell de Engle é uma empresa de capital aberto na Nasdaq que tem como objetivo a aquisição de ativos e a exe- cução de investimentos dedicados ao desenvolvimento da mobilidade. A ex- pansão desse novo modelo de negócios para o setor industrial aqui no Brasil pa- rece ser, segundo Zarlenga, “iniciativa lógica” para o futuro da indústria auto- motiva no País, incapaz de gerar valor enquanto suas matrizes estão ocupadas com seus investimentos na transição para a mobilidade eletrificada. Zarlenga pretende inovar, propor no- vas alternativas às já conhecidas manei- ras de conduzir os negócios e estabe- lecer planejamentos de longo prazo a partir da aquisição desses ativos. Nessa entrevista exclusiva Carlos, como gosta de ser chamado, demons- trou estar à vontade e seguro dos seus novos passos, agora como investidor e gestor de ativos dos mais diversos. Ele se divertiu com as especulações de que poderia assumir a presidência de outra fabricante de veículos: “Não sairia de uma montadora para ingressar em outra”. Agora sua atuação será mais vigorosa nesse universo de captação, investimen- tos e geração de valor: “Sempre estive ligado nos movimentos da economia. Isso não mudou. Aliás, estou neste mo- mento vendo na TV o que acontece com as empresas nas bolsas de valores”. Entrevista a Leandro Alves Janela para a indústria nacional

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