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9 AutoData | Novembro 2021 Fotos Públicas SOMOS POBRES MERMÃO Claro: acompanho o noticiário e muitas vezes acredito, mesmo, pela insistência, que teremos carros híbridos e elétricos às mancheias no mercado, tal o descaso dos jornalistas generalistas com relação à realidade. Fala-se deles, dos carros que virão, como se falasse de iogurte, de pipoca. A verdade é que serão produto para ricos durante muitos anos à frente num país pobre chamado Brasil. Significa que conviveremos, ainda, e muito, com veículos dotados de motor a combustão interna, os tais poluidores do ambiente e dos pulmões das pessoas, pois o preço limitará o acesso das pessoas às novidades. O que pode amaciar estas circunstâncias pouco confortáveis é que o velho álcool, rebatizado de etanol, e os biocombustíveis poderão fazer alguma diferença com relação à saúde dos pulmões de cidadãs e de cidadãos. SOMOS POBRES MERMÃO 2 Como nem a mídia presta a atenção a si mesma resta àquela que milita na imprensa generalista dar destaque a maravilhas que devem acontecer, em algum instante do futuro, muito longe daqui. Pois em países pobres, apesar da riqueza de recursos, as maravilhas só chegam, mesmo, quando chegam à terceira, ou quarta geração – mas como se fossem, mesmo, de primeira. Ou seja: a última da cadeia alimentar. FALAR A SÉRIO Todos nós, jornalistas, com um pingo de esperteza crítica sobre suas experiências profissionais, sabemos que 2022 será ano daqueles muito difíceis pela conjunção de Plutão e Urano com buracos negros que navegam acima da Via Láctea. Eles mostram aumento do desemprego e da inflação associados a efeitos e a consequências de uma eleição presidencial sem que projetos do interesse da classe empresarial tenham sido votados. Ou seja: é uma conjunção do barulho. E é incrível que nem empresários nem executivos toquem no assunto, como se não existisse. Devem acreditar que tocar no assunto desvelará suas opções inadequadas de quatro anos atrás e preferem manter nobreza sóbria agora, como se não lhes dissesse respeito. Só um recado: a história cobra, sim, atitudes e falta de atitudes. PROMESSINHA DE PLANTÃO Nada como uma boa boquinha e mais um ano de privilégios, e o Promessinha de plantão, já referido aqui na edição 378, de junho, abriu mão de todas as suas fidelidades conceituais ao liberalismo econômico, esculpidos com tanta gravidade com a Turma de Chicago, e se dispôs, para maior glória do presidente, a perfurar, de baixo para cima, o teto de gastos, uma conquista liberal contra governos considerados perdulários. Ao mesmo tempo Promessinha não tem uma palavra a opor a orçamentos secretos que vicejam em espaços dominados pelo Congresso Nacional. Liberal pra cacete, não?, e que atitude bacana! E ninguém fala nada, nem de empresas off shore.

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