389-2022-06

24 Junho 2022 | AutoData MERCADO » DESEMPENHO Por Wílson Toume A vez dos usados Falta de opções e preço alto dos veículos novos impulsiona o mercado dos modelos de segunda mão, mas renda em baixa e crédito caro esfriam as vendas A história é conhecida: com as medi- das de isolamento social necessárias para conter o avanço da pandemia de covid-19 houve redução, ou in- terrupção, de fornecimento de insumos e componentes para a indústria, o que resul- tou na escassez de automóveis novos nas concessionárias e, por consequência, no aumento da procura por veículos usados. Este movimento foi acentuado em 2021, mas a renda embaixa e o crédito caro estão esfriando o desempenho este ano. No anos passado foi registrado omaior volume de negociações de usados da his- tória no Brasil, com a transferência de 11,2 milhões de automóveis e comerciais leves, em crescimento de 18,8% sobre 2020. A oferta abaixo da demanda nomercado de veículos novos foi tão grande que foram registrados casos de modelos seminovos custandomais caro do que similares 0 KM. Essa é a versão que quase todo mundo conhece, mas não é a única. Enílson Sales, presidente da Fenauto, entidade que representa o setor de lojas de veículos usados em todo o País, lembra que o mercado de veículos de segunda mão está crescendo há quinze anos, ex- ceto no período de abril a maio de 2020, quando foram adotadas as medidas mais rígidas para conter o avanço da pandemia e as revendas foram obrigadas a fechar as portas ao público: “Faz sentido imaginar que, se não houvesse a emergência sani- tária, os automóveis seminovos e usados ocupariam uma posição de destaque da mesma forma”. Outro fator importante que contribuiu para o bomdesempenho do setor, de acor- do com Sales, foi a agilidade dos proprie- tários de lojas multimarcas em se adaptar aomodelo digital de negócios, necessário para desviar das restrições da pandemia: “Eles reagirammuitomais rapidamente do que as concessionárias e acredito que isso foi decisivo para ajudar a evitar que a queda de vendas fosse tão significativa quanto a do mercado de zero quilômetro”. Marco Aurélio Nazaré, presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, a Abla, observa que mesmo

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=