389-2022-06

46 Junho 2022 | AutoData INDÚSTRIA » ABC AUTOMOTIVO médio do trabalhador da indústria regional era de R$ 4,6mil, enquanto os vencimentos de profissionais de outros setores, como serviços, comércio e construção civil, é de pouco menos de R$ 2,9 mil. Em 1989, dos 588 mil empregos for- mais no ABC, 363,3 mil eram na indústria, ou 61,7% do total. Trinta anos depois essa participação despencou a umquarto disso, 22,9%, com166,1mil vagas – índice e núme- ro que não pararamde cair após 2019 com mais fechamentos de indústrias na região. O expressivo êxodo de empresas do setor automotivo de seu berço não é algo novo. Começou a partir da metade dos anos 1990. Com incentivos estaduais e fe- derais do RegimeAutomotivo quase todas as fabricantes de veículos no ABC investi- ram bilhões para abrir fábricas em outras cidades e outros estados, atraindo seus fornecedores. Foi o caso da Ford em Camaçari, BA, da General Motors em Gravataí, RS, da Mercedes-Benz em Juiz de Fora, MG, da Toyota em Indaiatuba, SP, e daVolkswagen em São José dos Pinhais, PR. E as novas entrantes que instalaramoperações indus- triais no País na época, como Honda, PSA Peugeot Citroën e Renault, nem sequer cogitaram passar perto do ABC. INICIATIVA PARA CONTER ÊXODO Diante das evidências do encolhimen- to industrial da região entidades regionais acionaram o sinal alerta para tentar, ao menos, conter o êxodo de empresas. A Agência de Desenvolvimento Econômico do GrandeABC encabeçamovimento para promover debates e reavivar oportunida- des. O primeiro passo nesse sentido foi a organização do seminário O Futuro da Indústria no ABC, realizado em 18 de maio na Universidade de São Caetano do Sul, USCS, que reuniu representantes de sindi- catos, empresas, associações empresariais – incluindo a Anfavea –, universidades e governos municipais e do Estado. Para se ter ideia de quanto está atrasada essa iniciativa o último evento do tipo que debateu a ociosidade de áreas industriais doABC ocorreu em 1997. Ou seja, umhiato de 25 anos de perdas semmuita resistência. A ideia agora é, após o evento, esta- belecer o Fórum da Indústria do ABC, de caráter permanente, comsua primeira reu- nião agendada parameados de junho, para prosseguir nas discussões em torno de como manter e atrair empresas industriais à região, incluindo o fomento à adoção de novas tecnologias. O presidente da Agência de Desen- volvimento Econômico do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, ressaltou que ao assumir o cargo, no ano passado, um dos grandes desafios colocados à sua frente é justamen - te o futuro do setor automotivo na região onde nasceu no País. Segundo ele uma das propostas pós-seminário é criar um Foto: Adonis Guerra/Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Foto: Gisele Yamauchi

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=