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35 AutoData | Julho 2022 “De certa forma estava precificado: nós sabíamos que seria ummomento de difícil abastecimento”, disse durante o Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2022, realizado no início de julho, antes de di - vulgar dias depois as novas projeções da Anfavea para o ano. Segundo ele ainda existe represamento de pedidos de consu - midores, o que vem segurando omercado, e há ainda volume calculado em 600 mil veículos a ser entregue às locadoras, que podem ajudar a manter o mercado em alta mesmo diante de uma possível crise de demanda, desta vez ocasionada pelo contexto econômico brasileiro. O grande vilão da demanda é o crédito, que ficou mais caro e menos acessível. Segundo a Anfavea as vendas a prazo perderem terreno nos últimos meses e inverteramu o cenário: antes 65% das ven - das eram financiadas e 35% à vista. Agora os negócios à vista representam 65% do total e os a prazo 35%. A taxa de juros do CDC subiu para 28% ao ano e os bancos têm aprovado apenas metade das fichas. Antes da pandemia eram aprovadas sete, até oito a cada dez propostas. “Se não tivéssemos o problema de pro - dução abaixo da demanda é possível que o crédito mais caro e restrito já estivesse puxando as vendas para baixo. Mas como estão faltando carros para entregar e os estoques estão baixos, este ainda não é um problema, mas poderá ser.” EMPATE COM VIÉS POSITIVO Antes da Anfavea a Fenabrave corrigiu também para baixo suas projeções para o ano. Os números divulgados em janeiro já foram menores do que os da associação das montadoras: alta de 4,6%, para 2 mi - lhões 216 mil unidades. Ao fim do primeiro semestre a entidade representante das concessionárias divulgou expectativa de empate, com 2 milhões 120 mil veículos licenciados. Apesar dos números que indicam um zero a zero o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., ainda acredita em volume superior ao do ano passado. “Falando como concessionário com o umbigo no balcão, que trabalha há mais de cinquenta anos na área e hoje tem a representação de onze marcas, acho que o mercado vai crescer mais do que essa projeção que estamos apresentando agora, pois confio mais na anterior, com crescimento em torno de 5%, e por isto re - visaremos os resultados novamente daqui a noventa dias: acredito que em outubro chamarei vocês de novo para dar boas notícias.” Ele citou como justificativa os lança - mentos que deverão chegar ao mercado

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