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37 AutoData | Julho 2022 O problema da oferta levantado pelo presidente da Anfavea, portanto, poderá ser solucionado graças ao desaquecimen - to da economia externa. Mas já aparece no horizonte um possível problema de demanda, que ainda é minimizado por Lima Leite: “São baixas as possibilidades de surpre - sa nos resultados que projetamos para o segundo semestre, pode variar um pouco para cima ou para baixo. Mas olhando para a situação que temos hoje avaliamos que dá para chegar ao fimdo ano dentro do re - sultado projetado comcerta tranquilidade”. PESADOS DIVIDIDOS O segmento de veículos leves é o mais volumoso do mercado e, por isto, os impactos da crise de desabastecimen - to ecoam ali de forma mais aguda. Mas a falta de semicondutores, e de outros componentes, afeta tambéma indústria de caminhões e ônibus. Anfavea e Fenabrave revisaram, também, os números para estes segmentos. Ambas para baixo. No caso da Anfavea a correção foi das 157 mil unidades previstas no início do ano, alta de 10%, para 146mil veículos vendidos, pequeno crescimento de 2,3%. A Fenabra - ve, por sua vez, trocou a expansão prevista de 7,4% para estabilidade, mantendo o volume de 145 mil caminhões e ônibus vendidos no ano passado. Houve também divisão nos discursos dos executivos que participaramdo Semi - nário AutoData Revisão das Perspectivas 2022. Sílvio Munhoz, diretor de soluções da Scania, e George Carloto, diretor de vendas da Iveco, ainda apostaram em alta de 10%, em linha com a antiga projeção da Anfavea – o evento ocorreu antes da entidade anunciar suas novas projeções. “Segmentos como agronegócio, mine - ração e varejo devem seguir aquecidos”, disse Carloto. “Até junho nós conseguimos produzir sem nenhuma parada e isso nos permitiu o melhor volume de vendas da história no primeiro semestre, com alta de 40%.” Jefferson Ferrarez, diretor de vendas e marketing de caminhões da Mercedes - -Benz, demonstrou menos otimismo com a recuperação durante o segundo semes - tre: “Começamos o ano com expectativa de 140 mil caminhões no ano, mas não será possível, mesmo recuperando parte do que não foi vendido até junho. Acredito que ummercado de 130 a 135mil unidades é mais realista”. Jorge Carrer, diretor de vendas de ôni - bus da Volkswagen Caminhões e Ônibus, disse ter expectativas umpouco melhores para o segundo semestre no segmento: “Acredito que o volume de vendas siga, pelo menos, como foi nos últimos dois meses, em torno de 1,4 mil unidades/mês. Dessa forma será possível chegar às 17 mil unidades projetadas pela Anfavea para o ano”. O executivo considerou que esse vo - lume, mesmo maior do que o de 2021, ficará distante do ideal para o mercado brasileiro de ônibus, o mais afetado pela pandemia, que seria de 20 mil emplaca - mentos por ano. [Com colaboração de Caio Bednarski, Soraia Abreu Pedrozo e Pedro Kutney]

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