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69 AutoData | Julho 2022 fábrica de São José dos Pinhais, PR – sob omesmo teto da sóciamajoritáriaVolkswa - gen, que atualmente produz ali o T-Cross emescala muitomaior, com todos os pro- cessos industriais e fornecedores locais. Desta vez o ritmo produtivo da Audi no Paraná será ainda menor do que foi nas últimas duas vezes emque ensaiou ali sua produção nacional, de 1999 a 2006, com o hatch A3 produzido na mesma linha do VWGolf, e de 2015 a 2020, quandomontou as gerações passadas do A3 Sedan e do Q3 – este último de 2016 a 2019. Agora a montagem foi retomada coma importação de conjuntos semidesmontados, quase inteiros, da mais nova geração do Q3, com as carrocerias SUV tradicional e SUV-cupê Sporback, ambos equipados comomesmo powertrain, motor 2.0 turbo a gasolina de 231 cavalos, câmbio automático de oito marchas e tração integral Quattro. Para cumprir a promessa de retomar operações industriais no Brasil e tornar vi - ável a operação, em fevereiro, a Audi con- seguiu aprovar comoMinistério da Econo- mia um regime especial de tributação para produção de baixos volumes, para projetos de até 4mil unidades por ano, pagando alí- quota de 18% para importar todas as partes semidesmontadas dos carros, contra 35% anteriormente. Com este novo arranjo a Audi também atende as obrigações que mantém com o governo estadual. Quando anunciou, em 2013, que iria voltar a produzir em São José dos Pinhais, a empresa se habilitou ao programa Paraná Competitivo, que pre- vê a concessão de benefícios para atrair empreendimentos ao Estado, incluindo descontos e diferimento no recolhimento de impostos estaduais, dentre outros incen- tivos mantidos em sigilo por contrato. Com a suspensão da atividade fabril, em 2020, e a retomada agora em regime especial, a Audi precisou renegociar os termos de sua participação no programa paranaense. BAIXA ESCALA EFICIENTE Daniel Rojas, presidente daAudi no Bra - sil, afirmou que a aprovação do regime es - pecial de produção emSKD foi fundamen- Divulgação/Audi tal para retomar amontagememSão José dos Pinhais. Isso porque paramontar carros no País com todas as partes importadas era necessário pagar omesmo imposto de importação deveículos totalmente prontos, o que tornava mais vantajoso importar o produto inteiro. A redução da alíquota, ainda que limitada aomáximo de 4mil unidades/ ano, fez voltar a operação. “O sistema SKD é bastante eficiente para volumes de produção que temos em pa- íses como o Brasil, porque temos um só fornecedor, a Audi de Györ, na Hungria, de onde trazemos todas as partes dos carros que montamos aqui. É o primeiro passo de umdiálogo positivo como governo. Se tiver bom resultado poderemos pensar em novos projetos”, afirmou Rojas. A Audi afirma ter investido R$ 100 mi - lhões para instalar novos equipamentos de montagemdos Q3, namesma área onde a geração anterior do SUV foi feita até 2019, e dar treinamento aos poucomais de sessen- ta empregados que já foram contratados. Até o fim deste ano eles devem produzir não mais do que 1,5 mil unidades. Quando o ritmo acelerar, a partir de 2023, a opera- ção deverá contar como total de duzentos funcionários. Rojas pontua que ainda não sabe es - timar quando o nível máximo permitido de produção poderá ser atingido, “porque ainda temos limitações de fornecimento [dos kits SKD] por causa da falta de semi- condutores que ainda afeta omundo todo”. REGIME ESPECIAL No sistema de produção usado agora pela Audi, com 100% das partes impor- tadas, é necessário aprovar cada projeto na Camex, Câmara de Comércio Exterior, que em fevereiro editou a resolução que institui o regime especial de montagem de veículos no País em CKD ou SKD, com a concordância dos países do Mercosul que têm acordo de aplicar tarifas de im- portação iguais. Para aprovar o projeto é necessário apresentar a lista de componentes utiliza- dos namontagemque, por causa da baixa escala, não têm viabilidade de produção

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