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8 LENTES Setembro 2023 | AutoData PARA PENSAR E PARA AGIR São medíocres as perspectivas do Brasil no médio prazo à luz do resultado da edição de 2021 do Progress in International Reading Literacy Study, uma avaliação que mede, nos estudantes, sua habilidade de leitura, “analisando se são capazes de localizar informações, interpretar, articular ideias e analisar de forma crítica o conteúdo do texto”, conforme reportagem de página inteira de O Estado de S. Paulo de 8 de setembro, de Raísa Toledo. Aparentemente não haverá quem cuide do chão de fábrica. Pois, num grupo de 43 países que aplicaram os testes, os resultados referentes ao Brasil ocuparam o trigésimo-nono lugar, depois da Macedônia do Norte, Azerbaijão, Uzbesquistão, “estatisticamente empatado” com Irã, Kosovo e Omã e à frente de Jordânia, Egito e África do Sul. Em pontos obtivemos 419 em 1 mil, sendo que o país primeiro colocado, Cingapura, obteve 587. Isto significa que os estudantes de Cingapura “localizam e identificam pormenores, reconhecem o significado de linguagem figurativa, interpretam ilustrações, diagramas e mapas”. E também significa que estudantes brasileiros, de forma geral, não vão além de dominar “habilidades básicas de leitura, como reproduzir informações explícitas no texto e fazer inferências simples sobre o conteúdo”. PARA PENSAR E PARA AGIR 2 Este resultado é pequeno demais para um país, o nosso, que há pelo menos vinte anos vende a ideia de que, ano a ano, vence a batalha da competitividade, que avança sempre na sua capacidade de produzir cada vez mais e melhor com foco na qualidade – e, é claro, nos últimos dois anos, de acordo com os melhores padrões vigentes do ESG. Com uma equipe deste naipe certamente se vislumbra futuro curto por aqui para setores industriais mais complexos pois gente que mal entende o que lê, e o que ouve, será absolutamente incapaz de manejar meios de produção cada vez mais complicados e exigentes de interpretação e análises rápidas. E seria uma certa covardia inserir, aí, a mandatória necessidade de língua estrangeira para estar up to date mesmo no chão de fábrica. PARA PENSAR E PARA AGIR 3 Estou pensando, sim, no chão de fábrica do futuro à luz do resultado desta pesquisa que, aparentemente, não guarda familiaridade com a intuição dos pioneiros. Como sempre estamos muito atrasados na atitude de tomar providências em situações como esta. Mas alguém precisa tomar algumas: não se fala em reindustrialização com contingentes de pessoas mais próximos de algo menos do que analfabetas. Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br Reprodução Internet

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