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125 AutoData | Outubro 2023 para adotar novas tecnologias disponíveis em máquinas mais novas. SEM GARGALOS A cadeia de fornecimento não deverá apresentar gargalos relevantes nos próximos meses e no ano que vem, de acordo com o diretor da CNH, que espera estabilidade na entrega de componentes dos seus fornecedores. Já a AGCO informa que o fornecimento melhorou bastante nos últimos anos mas que ainda existem desafios na entrega de máquinas para alguns segmentos específicos, principalmente na linha média e pesada, por causa de componentes eletrônicos e importados. “Estamos fortemente comprometidos na parceria e no desenvolvimento de nossa base de fornecedores, aumentando o volume de negócios e o número de componentes localizados”, afirma Junqueira. “Nossa estratégia é ter um número otimizado de fornecedores nacionais e internacionais, com relacionamento muito próximo em ganho de capacidade, produtividade, competitividade, qualidade e desenvolvimento.” A AGCO está modernizando suas fábricas instaladas no Brasil, para dar conta do aumento da demanda previsto para os próximos anos, assim como expande o portfólio com a produção de novas máquinas e versões no País. O ciclo atual de investimento, que começou no ano passado, é de R$ 340 milhões, vai até o fim de 2024 e inclui aportes nas fábricas e compra de novos equipamentos. A CNH Industrial também quer expandir seus negócios e ampliar sua participação de mercado no ano que vem na medida em que seus problemas de fornecimento estão resolvidos e existe a expectativa de produção mais fluida, cenário que já é realidade em 2023 e deverá ser mantido. PLANO SAFRA Com relação ao Plano Safra 2023/2024, que teve aumento de 26,8% nos recursos disponíveis na comparação com o anterior, os executivos concordam que não será suficiente até junho do ano que vem e pode acabar ainda em 2023. “ Devemos acompanhar de perto a evolução dos preços das commodities porque cada vez mais o agricultor está pressionado na questão de custo e de valor da venda da safra. Isto tem sido o fator fundamental na decisão de investimentos.” Thiago Wrubleski, diretor sênior CNH Industrial A expectativa é de que outras linhas do BNDES deverão suprir as demandas, de acordo com a CNH, enquanto a AGCO também cita a possibilidade de os grandes agricultores utilizarem o financiamento de bancos privados, ou realizar compras com recursos próprios, enquanto os pequenos e médios produtores seguirão demandando o Plano Safra. Para o fechamento de 2023 as duas empresas têm expectativas alinhadas à do mercado, que é de pequena queda na comparação com 2022, de até 5%, ou estabilidade, dependendo de como a demanda reagir até dezembro. Mesmo se fechar com recuo o ano não é considerado ruim, porque a base de vendas de 2022 foi muito alta, um ano histórico, e a acomodação dos pedidos no ano seguinte já era esperada. Com relação à linha amarela, segmento no qual a CNH Industrial opera com máquinas de construção Case e New Holland, o grande desafio está ligado ao plano de investimentos públicos em obras de infraestrutura, o novo PAC, Programa de Aceleração do Crescimento. Caso ele seja liberado pelo governo e as obras comecem a ser realizadas a projeção é de um aumento nas vendas em 2024: “Tem muita obra parada ainda no Brasil e isso certamente pode ser um fator para alavancar os números em curto prazo”, diz Wrubleski.

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