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31 AutoData | Outubro 2023 Não à toa os veículos eletrificados acumularam, até setembro, 57,5 mil unidades comercializadas no País, crescimento de 31,3% sobre a soma dos primeiros nove meses de 2022. Considerando só os EVs, 100% a bateria, eles representam 7,7 mil unidades vendidas no período, enquanto que em todo 2022 foram 8,4 mil. Todos os especialistas consultados são uníssonos: em 2024 os eletrificados vêm com tudo, mesmo com o esperado aumento do imposto de importação. “O crescimento dos eletrificados será constante. Neste momento são poucas as opções de eletrificados fabricados no Brasil: Toyota, Caoa Chery e Land Rover têm modelos montados aqui com propulsão mild hybrid [híbrido leve] ou full hybrid [híbrido fechado]”, opina Cássio Pagliarini, diretor de estratégia da Bright Consulting. “O aumento do imposto de importação tem a função de proteger a produção brasileira destes veículos, mas deve ser aplicado de uma forma bastante gradativa para não impedir a comercialização e o crescimento.” Um estudo da Bright indica que, em 2030, os 100% elétricos chegarão a 10% do mercado brasileiro, enquanto hoje têm apenas 0,5%. A consultoria também projeta que, em nível global, os elétricos puros chegarão a quase 44% do total dos mercados mais evoluídos em seis anos. Flávio Padovan, sócio fundador na Padovan Consulting e integrante do conselho consultivo da Bright Consulting, observa U2M Brand/Shutterstock Divulgação/BYD que os elétricos têm suas restrições no Brasil, principalmente com a infraestrutura de recarga, enquanto os híbridos não encontram essa barreira e custam menos: “Hoje os híbridos representam 3,5% do mercado, mas avançarão rapidamente e chegarão a mais de 30% em 2027 no Brasil”. Francisco Mendes, diretor da consultoria que leva seu nome, diz que a pressão das fabricantes para barrar a entrada das chinesas é grande e não só no Brasil: “Creio que as marcas que já têm ou anunciaram fábrica no País devem ser preservadas”. Embora no Brasil o crescimento deva ser muito mais gradual do que ocorre nos países desenvolvidos o País conta com vantagens competitivas, como cita Francisco Alberto Tripodi Neto, sócio-diretor da Pieracciani: “Temos matriz de geração de energia elétrica muito sustentável, composta por hidroelétricas, extensão forte de geração eólica e solar, o que resultaria em emissões de carbono da fonte de energia até a roda do VE praticamente nulas”. Mas ele pondera que “a infraestrutura de carregamento das baterias, que cresce principalmente nas maiores cidades, tem alcance menor ao longo de rodovias e cidades, o que é um fator limitante, pelo menos no curto e médio prazo”. CENÁRIO DE ACORDO COM TAXAÇÃO Milad Kalume Neto, diretor de desenvolvimento de negócios da Jato Dynamics do Brasil, não acredita que todos

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