407-2024-02

» EDITORIAL AutoData | Fevereiro 2024 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Barros, Lúcia Camargo Nunes, Soraia Abreu Pedrozo Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR/divulgação Capa Foto Vadim Kulikov/shutterstock Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora @autodataeditora Por Pedro Kutney, editor Sim, temos política. Mas há mercado? Poucas vezes o setor automotivo teve um fim de ano e começo de outro tão movimentado em ações do governo com estímulos bilionários à indústria, que motivaram as reportagens mais importantes desta edição de AutoData, a primeira de 2024. A onda começou a se erguer em novembro, com o anúncio da volta escalonada da cobrança de imposto de importação para veículos híbridos e elétricos, a fim de estimular a produção nacional desses modelos. Em dezembro veio a aprovação da reforma tributária, que em uma década à frente deve trazer benefícios para toda a economia nacional e muitos para a longa cadeia da indústria automotiva, hoje prejudicada pelo manicômio tributário brasileiro. Também foram estendidos até 2032 os incentivos fiscais aos fabricantes instalados no Nordeste e no Centro- -Oeste. As possíveis implicações do novo sistema fiscal estão relatados em reportagem especial de André Barros, editor da Agência AutoData. E no apagar das luzes de 2023, em 30 de janeiro, finalmente foi publicada a medida provisória que cria o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, que sucede ao Rota 2030. A nova fase da política industrial dedicada ao desenvolvimento do setor automotivo era negociada e esperada pela indústria há mais de dois anos – e também por nós. Em extensa reportagem desta edição sobre o Mover a colaboradora Lúcia Camargo Nunes conversou com oito especialistas para entender as implicações do plano, que foi bem recebido, mas deverá impor metas ambiciosas – ainda a serem regulamentadas. Ao mesmo tempo promete a concessão de R$ 19,3 bilhões em cinco anos para financiar pesquisa e desenvolvimento, além de outros incentivos. A Anfavea já calcula que o Mover poderá estimular investimentos de R$ 100 bilhões até 2028. Nada mal. A cereja do bolo veio logo no fim de janeiro, quando o governo anunciou o NIB, Nova Indústria Brasil, plano que traça as diretrizes para a reindustrialização – ou neoindustrialização – do País nos próximos dez anos, e que reservou ao BNDES a missão de emprestar R$ 300 bilhões para financiar investimentos até 2026 – linha que certamente será acessada por muitas empresas do setor automotivo. Enfim não parece faltar vontade política nem dinheiro do governo para fazer a indústria automotiva tomar o rumo do desenvolvimento sustentável. Até aqui, tudo certo. Mas e o mercado? Seguramente vendas e produção de 2 milhões de veículos por ano não serão suficientes para sustentar os investimentos bilionários e as ambições vorazes que se apresentam. Este problema, o da baixa escala, terá de ser contornado de alguma forma, ou todos os estímulos podem ser inócuos.

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=