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50 Fevereiro 2024 | AutoData POLÍTICA SETORIAL » MOVER Roa diz que em meio a uma certa euforia o momento é de transferir calma às matrizes à espera da regulamentação do Mover, que quando for divulgada dará às empresas ciência de que tipo de projeto podem entrar, de como funcionará o mínimo do investimento dentro de seu orçamento. PROGRAMAS E FINANCIAMENTO A visibilidade do caminho apontado pelo Mover, com ênfase na sustentabilidade e na descarbonização do setor, é o principal benefício do programa, na visão de Gábor Deák, diretor de tecnologia e sustentabilidade do Sindipeças: “O mundo caminha muito rapidamente para a eletrificação, mas mais rapidamente em outros lugares do mundo. Aqui temos um caminho alternativo que os outros lugares do mundo não têm. São os biocombustíveis, como etanol, biogás, biometano, biodiesel. O Mover mantém o conceito do Rota 2030 de subsidiar, de orientar e de prover recursos para se fazer desenvolvimento tecnológico aqui, particularmente em eletrificação e biocombustíveis”. Déak, no entanto, pondera sobre preocupações levantadas com a decisão de centralizar no BNDES a gestão de fundos para programas de pesquisa do setor, que foram criados no Rota 2030, hoje divididos em instituições como Finep, Fundep, Senai, Embrapii e o próprio BNDES, que hoje recebem recursos indicados pelas empresas redirecionados do ex-tarifário – imposto de importação de 2% sobre autopeças sem produção nacional – para financiar os chamados projetos prioritários de nacionalização de tecnologias. “Queremos ter um conselho no qual não apenas o governo, mas também as entidades interessadas, autopeças, fabricantes de veículos, instituições de ciência e tecnologia, tenham a capacidade de dirigir os investimentos para as áreas onde elas trarão os melhores benefícios para o País e, obviamente, para as suas respectivas áreas.” Sobre a criação do FNDIT, Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico, que será instituído e gerenciado pelo BNDES sob coordenação do MDIC, citado por Déak, o secretário Uallace Moreira esclarece que será um fundo de natureza privada, com a gestão e a destinação dos recursos: “Teremos um conselho diretor que ficará no MDIC. Avaliamos que existia uma fragilidade da participação do MDIC nos projetos, na viabilidade, na inovação de produto e processo. Então pensamos que seria melhor centralizar o recurso e o fundo para que as entidades submetam os projetos para avaliação do MDIC”. Ele acrescenta: “A ideia é só centralizar e direcionar, para ter maior efetividade na geração de inovação de produtos, de processo organizacional, dentro da perspectiva da neoindustrialização. Essas entidades, Embrapii, Finep, Senai, BNDES e Fundep, todas elas, continuarão com o mesmo acesso aos recursos, só que agora passam por um critério de avaliação também do MDIC. Nada será interrompido”. Adicionalmente o governo propõe um novo instrumento de captação de recursos para investimentos da indústria: tramita no Congresso a criação da LCD, Letra de Crédito de Desenvolvimento, novo ativo financeiro de renda fixa destinado a financiar a produção e P&D. O Mover também dialoga de certa forma com o plano NIB, Nova Indústria Brasil, apresentado pelo governo federal Divulgação/Volkswagen Divulgação/Arquivo Pessoal

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