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13 AutoData | Março 2024 Antes de fazermos qualquer aquisição vamos até o cliente para entender se está dentro das suas necessidades e só depois damos prosseguimento ao negócio. Pelo que o senhor diz, na sua visão, o Brasil está vivendo um momento de desglobalização do setor de autopeças. É por aí que se espera crescer? Eu acho que faz sentido o que você está dizendo porque o que mais escutamos dos nossos clientes é localização, localização, localização. Ao longo desses últimos anos, com todo o problema da cadeia logística, da covid, problemas globais, os clientes têm tentado produzir localmente e vender localmente. É algo que tem crescido bastante. Nesse sentido, no fim de 2021, o Grupo ABG comprou a fábrica de estruturas para assentos da canadense Magna Seating, que se transformou na Neo Steel de Minas Gerais. Depois, em 2023, comprou a unidade de sistemas eletrônicos de powertrain da alemã Vitesco, que se transformou na Neo PWT. E no fim daquele mesmo ano adquiriu a planta de componentes plásticos injetados da canadense ABC Technologies, que criou a Neo Polímeros. Em comum todas essas operações eram de multinacionais que, nas últimas décadas, dominaram a indústria das autopeças no Brasil. Mas agora o Grupo ABG, uma empresa de capital nacional, está fazendo o caminho inverso, comprando unidades de empresas internacionais. Este é um plano traçado pelo grupo ou foram oportunidades que surgiram ao acaso? nossas unidades atuais, e dois terços serão de novas aquisições. Nós temos uma série de empresas nacionais que têm problemas de sucessão: o proprietário já está cansado, quer se aposentar, o filho não tem interesse em dar continuidade ou ele não tem quem possa assumir a empresa. Este tipo de empresa está no nosso radar permanentemente. E há as multinacionais que estão deixando o País, colocando todos os seus esforços de engenharia e capital para o desenvolvimento dos carros elétricos ou volumes maiores nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia. Então, realmente, vemos muitas oportunidades. Nós temos, inclusive, uma área interna de M&A [fusões e aquisições], liderada pelo nosso vice-presidente Ricardo Guerini, e pela Rafaela Padilha, que é a nossa head de M&A. Atualmente, para vocês terem uma ideia, nós temos dezoito empresas no pipeline [de interesse para aquisição], mas sempre muito alinhadas com os nossos clientes, com as montadoras. “ Vemos muitas oportunidades de novas aquisições, temos dezoito empresas no pipeline, mas antes de fazermos qualquer aquisição vamos até o cliente para entender se está dentro das suas necessidades e só depois damos prosseguimento ao negócio.”

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