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47 AutoData | Março 2024 cro, no ano passado, foi lançada a segunda etapa do plano, Renovation, para renovar a linha de produtos com novos modelos mais rentáveis. O plano foi estendido aos mercados internacionais, fora da Europa, com o lançamento, em setembro, do International Game Plan justamente no Brasil, que lidera os negócios extraeuropeus da Renault. Na ocasião o CEO global da Renault, Fabrice Cambolive, disse que o objetivo é dobrar o lucro por carro vendido nesses países, que consomem algo como 40% dos volumes da fabricante no mundo. O Kardian vem a ser, portanto, o primeiro a buscar esta meta um tanto ousada, bem mais complicada de ser cumprida no Brasil, país majoritariamente de baixa renda onde a Renault sempre atuou com seus produtos mais baratos, desde 2007 baseados na romena Dacia e, desde 2017, no Kwid que nasceu primeiro na Índia em plataforma exclusiva para mercados emergentes. Gondo explica a equação: “Sem dúvida a busca por maior rentabilidade faz parte de nossos planos aqui também, mas é uma visão de médio e longo prazo, porque não é só com o Kardian que os alcançaremos, poia precisamos da entrada dos novos projetos como o SUV médio já anunciado e outros que aumentarão gradualmente nosso tíquete médio”. MAIS PRODUTOS O ponto é que a plataforma RGMP traz muita flexibilidade de produtos e preços para o portfólio da Renault no Brasil, pois pode ter quatro distâncias entre-eixos, de 2m60 a quase 3 metros, e até três configurações de comprimento da terça parte traseira dos carros que podem ser construídos sobre ela: “Com isto dá para fazer muita coisa nos próximos anos”, destaca Gondo. É com este aumento de diversidade no portfólio que o presidente da Renault do Brasil espera subir a gama de produtos para, nos próximos anos, participar de segmentos mais rentáveis, hoje não explorados pela empresa. Mas o executivo acrescenta que a transição para os produtos mais modernos, sofisticados e caros da plataforma RGMP deve ser longa. A intenção, enquanto houver demanda, é continuar a produzir no Paraná todos os carros da linha atual: Stepway [antigo Sandero], Duster, Oroch e o popular Kwid, que hoje representa mais da metade das suas vendas no País. O sedã Logan também segue em produção, mas destinado exclusivamente a vendas diretas para frotas: “São clientes diferentes, o Kardian e o novo SUV médio não competem com os nossos outros produtos, não canibalizam ninguém, só devem acrescentar vendas”. MAIS EXPORTAÇÕES Não é só o mercado doméstico brasileiro que deverá reduzir a ociosidade da produção da Renault no Paraná. A chegada do Kardian dá à empresa um novo impulso internacional, pois está prevista a exportação do carro para onze países da América Latina, o que deve tornar o modelo o Renault mais exportado e aumentar significativamente os números de suas vendas externas, que nos últimos anos têm sido apenas marginais. Assim que o Brasil estiver abastecido as vendas externas do Kardian devem começar por Argentina, Uruguai, Colômbia e México, para depois seguir aos demais mercados da região, segundo Gondo.

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