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86 Março 2024 | AutoData INDÚSTRIA » EXPORTAÇÃO A perseguição perseverante do objetivo estratégico de exportar tornou a Toyota do Brasil mais eficiente e muito menos ociosa ao longo da última década, ganhando certa imunidade às quedas do mercado brasileiro. A exportação de quase 40% da produção, em 2023, não deixou espaços vazios nas fábricas brasileiras, especialmente em Sorocaba, que voltou a operar em três turnos – algo raro no mundo Toyota. O porcentual em si de 40% da produção exportados é algo digno de nota, pois a média histórica do setor, no Brasil, é de 15%, destaca Roberto Matarazzo Braun, diretor de comunicação corporativa e ESG da companhia. Além de ocupar melhor as fábricas a exportação tem como objetivo criar um hedge natural para as flutuações cambiais e proteger a Toyota local de eventuais subidas do dólar, o que eleva o custo das peças importadas. Mesmo que de 60% a 70% dos componentes usados nos veículos produzidos pela Toyota brasileira sejam locais ainda existe a necessidade de importar alguns sistemas – como por exemplo o conjunto híbrido que equipa o Corolla e o Corolla Cross. VIRADA REGIONAL A grande virada do volume de exportação da Toyota começou em 2021, com o lançamento do Corolla Cross. Foi o primeiro veículo produzido no Brasil já com planos de ser exportado para mais de duas dezenas de mercados. Desde o seu lançamento partiu para Argentina, Aruba, Bahamas, Belize, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Curaçao, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, St Maarten, Uruguai e Venezuela. Em 2022 foram exportados 37,3 mil Corolla Cross, o maior volume para um Toyota made in Brazil na história. No ano passado 31,7 mil unidades do SUV cruzaram as fronteiras brasileiras. Em paralelo cresceram também os volumes de outros modelos, como Corolla, Yaris e Etios – este último produzido só até agosto de 2023 exclusivamente para exportação. “Passamos a desenvolver produtos com as configurações pensadas para atender a região como um todo”, diz Braun. “Estamos exportando automóveis equipados, com elevado índice de segurança e tecnologia. Aos poucos fomos crescendo e conquistando espaço.” A Toyota também foi a primeira a produzir e exportar carros híbridos na região: “Fomos pioneiros na exportação de modelos eletrificados. Hoje abastecemos a América Latina com Corolla e Corolla Cross híbridos. A única diferença destes modelos para os vendidos no Brasil é que eles não possuem a tecnologia flex [rodam só com gasolina]”. Foi desenvolvido também, dentro deste conceito, o próximo lançamento da Toyota aquiu, um SUV compacto que, segundo fontes não oficiais, será o Yaris Cross. A expectativa é que sejam exportadas também versões a combustão e híbridas para os demais mercados latino- -americanos – o que ajudará a recompor volume de exportação perdido desde que o Etios parou definitivamente de ser produzido. O compacto inaugurou a produção da fábrica de Sorocaba, em 2012, e foi mantido em linha mesmo depois de deixar de ser vendido no Brasil, em 2021, justamente para atender a demandas do Exterior. No ano passado foram exportadas 22 mil unidades do Etios para Argentina, Paraguai, Uruguai e Peru. Braun antecipou para AutoData que, em algum momento do primeiro trimestre, a Toyota Brasil superará a marca de 700 mil veículos exportados em sua história. Além dos automóveis a companhia envia para os Estados Unidos motores produzidos em Porto Feliz, SP. Hoje aposentado na Florida, St Angelo deve olhar para os resultados de exportações da Toyota em 2023 e sorrir. Mas ainda não está completamente satisfeito: em 2014 ele disse que seu sonho era exportar veículos para os Estados Unidos. Hoje para lá só vão motores produzidos em Porto Feliz, SP. Quem sabe, em mais alguns anos, os carros nacionais também seguirão para lá?

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