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99 AutoData | Março 2024 Mas a utilização da plataforma KP1 supera até agora todas essas outras sinergias porque foi selecionada a partir de critérios bem específicos para a marca italiana adentrar em um segmento no qual nunca participou na América Latina, como relata Alexandre Aquino, vice-presidente da Stellantis responsável pela Fiat no País: “Concluímos que era necessário buscar uma opção que tornasse viável este projeto no tempo mais curto possível, porque a sua chegada no mercado influenciaria o potencial de crescimento e a amortização dos investimentos. O que a gente fez? Fomos verificar todas as opções e, aí, esta é a parte bonita da Stellantis, porque temos um leque de produtos muito grande em vários mercados com algumas plantas industriais disponíveis na região. Então encontramos uma planta que pudesse processar os volumes para o nosso mercado e que tivesse um custo que nos permitisse lançar este veículo, para este segmento, de maneira competitiva”. CONCEPÇÃO A Titano é montada na fábrica da Nordex, no Uruguai, na qual a Stellantis tem participação acionária. A picape tem 50% de peças localizadas no Mercosul e quase todo o resto é importado da Ásia. Este porcentual credencia a picape média a ser Divulgação/Fiat exportada sem pagar imposto de importação nos países do Mercosul. O motor turbodiesel é o mesmo utilizado na van Fiat Ducato, só que recalibrado para gerar mais potência, e vem importado da França. Inclusive há processos de solda de algumas partes no Uruguai, à guisa da junção completa de itens como o painel, chicotes, acabamento geral numa “operação eficiente de CKD”, como enfatiza Aquino. A picape apresenta o design marcante dos produtos Fiat, com uma grade dianteira inédita, o conjunto ótico misturando elementos como os faróis e as luzes diurnas de LED, o cromado na tampa do capô, os vincos em partes da carroceria e o emblema Titano na traseira, tudo elaborado levando em conta as preferências de tendências do mercado brasileiro. Mas o consumidor mais atento reconhecerá algumas similaridades com outros produtos da Stellantis, sobretudo no interior. Os botões do console central, por exemplo, remetem aos utilizados nos veículos da linha Peugeot. Por causa de toda essa complexidade de se utilizar itens feitos na Ásia, powertrain da Europa, uma linha de produção CKD no Uruguai e elementos com identidade em outras marcas, a Titano representa a maior sinergia da Stellantis até agora por aqui. No entanto houve um intenso trabalho de engenharia para criar uma picape média com características para atender às necessidades de um mercado tão exigente quanto o brasileiro. ENGENHARIA GENÉTICA Foram mais de 2 milhões de quilômetros em testes de rodagem para desenvolver e calibrar sobretudo a suspensão e o interior da picape, conforme explicou Paulo Bruno, do Tech Center da Stellantis no Brasil: “Desde o contato da picape com o solo, passando pelos braços e todos os conjuntos da suspensão, a ancoragem dos bancos e o conforto que eles precisam oferecer, tudo foi minuciosamente desenvolvido, calibrado e testado aqui para oferecer o que chamamos de DNA da Fiat nesse novo produto”.

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