13 AutoData | Abril 2025 O setor de distribuição de veículos no Brasil passou por momentos de grande prosperidade e alta nas vendas, sucedidos por crises que levaram ao fechamento de muitas concessionárias. Como o senhor classifica o momento atual do setor? Na história moderna do Brasil nunca houve um período maior do que sete anos sem crise. Este é um País com um sério problema de estabilidade econômica há décadas. Nosso setor, como todos os outros, sempre sofre essas ondas, mas é muito resiliente. Represento empresários que trabalham muito, a imensa maioria dos concessionários tem paixão pelo negócio. E essa paixão sempre ajudou o setor a manter sua resiliência, a superar os desafios. Eu tenho a certeza de que o concessionário brasileiro, em sua grande maioria, está preparado para superar as crises que virão. Como hoje estão as margens do negócio? É lucrativo ser concessionário? É lucrativo para quem faz boa gestão. Quem controla seus custos, tem bom relacionamento com a montadora, equilibra o departamento de novos, de usados, de pós-vendas, consegue ser rentável e crescer. Mas as margens de lucro estão muito baixas e não acredito que aumentarão. A concorrência é gigantesca e existem várias marcas chegando que incendiarão ainda mais a concorrência. Por isto acredito que todos os empresários têm de estar preparados para margens mais baixas. Como evoluíram nas concessionárias os processos de vendas on-line? O que observamos, principalmente é o suporte financeiro [do governo], pois temos o problema do equilíbrio fiscal. Na primeira reunião que fizemos, em 7 de fevereiro, na Fenabrave, tivemos uma tempestade de ideias para tentarmos outras maneiras de financiar o programa. Ficou definido que a renovação da frota será por etapas e a primeira será com caminhões, ônibus e implementos rodoviários. Não adianta fazer um programa para todos os segmentos, porque não haverá fundos. Isto também se justifica porque hoje existem 3 milhões de caminhões e ônibus no País e mais de 1 milhão estão com mais de trinta anos de uso. Como aproximadamente 52% das emissões de poluentes vêm justamente desses veículos, um dos melhores programas de descarbonização do País é a renovação de frota. “ Uma das coisas que motivou a Fenabrave a aceitar assumir a liderança do grupo que discute o programa de renovação de frota foi a empolgação que eu percebo no governo federal. Nós apresentamos também ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, ele também se empolgou. Então vemos que existe vontade política no Executivo e no Legislativo.”
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