19 AutoData | Abril 2025 Presidentes da Anfavea, Márcio de Lima Leite (no telão), e do Sindipeças, Cláudio Sahad (no centro) Henry Joseph Júnior, diretor da Anfavea, participou on-line chinesa – que ele não citou nominalmente mas sabe-se que é a BYD –, para reduzir as alíquotas de importação de partes para montagem no Brasil em regime SKD, carroceria parcialmente montada, e CKD, totalmente desmontada. Pelo pedido a tarifa, que a partir de julho será de 35% [SKD] e 14% [CKD] para modelos elétricos e híbridos plug-in a serem montados no País com partes importadas, cairia para 10% e 5%, respectivamente. Da mesma forma seguem os pedidos já feitos ao governo por Anfavea e Sindipeças para retomar imediatamente a alíquota de 35% para importação de automóveis eletrificados, que obedece a cronograma escalonado estabelecido no fim de 2023 e que só tem previsão de alcançar este porcentual em julho de 2026. “Estivemos em Brasília no fim do ano passado e reforçamos nosso pedido de retomada imediata do imposto”, conta Sahad. “Estavam lá o presidente da República, o vice e ministro do MDIC, o ministro da Fazenda, do Trabalho. Todos foram favoráveis à medida, o único que não concordou foi o Rui Costa, da Casa Civil, e nada foi adiante depois disso.” Foi Costa, quando governador da Bahia, que iniciou as negociações para a instalação da BYD no Estado. Em outra frente há o risco de deslocamento de produção para o México, país com o qual o Brasil mantém acordo bilateral de livre comércio automotivo. Lima Leite alertou que o tarifaço de Trump, que elevou para 25% o imposto de importação de veículos nos Estados Unidos, poderá resultar em capacidade ociosa nas fábricas do país e perda de atratividade do Brasil em investimentos: “Se está ocioso no México por que investir em mais capacidade no Brasil?”. ATRASO NO MOVER O presidente da Anfavea também relatou que o atraso na regulamentação de metas de eficiência e de descontos no imposto previstos no Mover estão postergando investimentos e, diante do novo contexto global, poderá resultar em cancelamento de aportes já anunciados: “A indústria não convive com imprevisibilidade. Não temos ainda o valor que foi impactado, mas não só montadoras, autopeças também, estão postergando e revisando investimentos porque as regras não saem. O IPI Verde é todo mês adiado, prometido para o mês seguinte”. Coincidência ou não o decreto de regulamentação foi assinado dias depois, em 14 de abril, ainda com padrões de medições a serem divulgados. Para Henry Joseph Jr., diretor de sustentabilidade e parcerias estratégicas da Anfavea, os entraves sobre as medições de eficiência energética e emissões de CO2 já foram esclarecidos, o que não bastou para que as regras do IPI Verde fossem anunciadas: “O problema é que nada disso foi publicado e precisa ser de forma clara. Tem de sair logo, pois a indústria precisa começar a fazer medições e planejar produtos”.
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