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26 Abril 2025 | AutoData EVENTO AUTODATA » CONGRESSO MEGATENDÊNCIAS 2025 a mais. O híbrido é um intermediário que custa R$ 5 mil ou R$ 6 mil a mais, é bem mais viável.” E há outras tendências tecnológicas, ressalta, ao falar da conectividade, presente hoje em mais de 80% dos veículos zero-quilômetro ofertados no Brasil. Mas tudo aumenta o custo: “O mercado brasileiro poderia ser potencialmente de 5 milhões de carros/ano mas ainda estamos abaixo de 4 milhões porque os carros custam e as tecnologias que precisaremos introduzir aumentarão ainda mais o custo. A única opção é localizar e desenvolver localmente as soluções que sejam aptas e consistentes para o dia-a-dia do Brasil”. DESFOSSILIZAR É O OBJETIVO Os termos eletrificação e descarbonização são questionados por Gonçalo Pereira, professor e líder do laboratório de genômica e bioenergia da Unicamp. Para ele o uso de baterias não deveria ser a única alternativa para retirar emissões de CO2 da atmosfera: “O problema não é o carbono mas o carbono fóssil [de derivados de petróleo]. Não é a combustão, mas o combustível. Precisamos desfossilizar o planeta”. Embora existam contrapontos, pois enquanto um motor térmico tem eficiência de apenas 35% e um elétrico chega a 90%, o professor enxerga a situação por outro viés, ligando o nível de emprego ao uso de outras tecnologias: “O motor normal tem peças e peça é emprego”, lembrando que um propulsor elétrico tem menos peças e, com isso, pode eliminar posições de trabalho sem chegar ao objetivo de diminuir as emissões globais. “O Brasil precisava de R$ 1,5 trilhão para ter rede mínima de suporte aos modelos elétricos. Se colocar ônibus a bateria de São Paulo para recarregar todos ao mesmo tempo o bairro simplesmente para.” Alternativa seria estabelecer o biometano como matriz para a transição ecológica dos ônibus, que pode vir de várias fontes de matéria orgânica, como cana, agave, aterros sanitários e criadouro de porcos. TRANSIÇÃO COM EMPREGOS Alessandro Pansanato Rizzato, gerente de transição ecológica em inovação do CNI Senai, afirmou que até 10 milhões de empregos deverão ser criados em áreas que promovem a descarbonização na indústria brasileira de 2025 a 2040. Conforme estimativa da CNI, Confederação Nacional da Indústria, a maior parte dos postos de trabalho, 3,5 milhões, deverá ser gerada nos setores de bioeconomia e biotecnologia. Outra parcela significativa de empregos deverá ser criada no segmento de agricultura sustentável, com 2 milhões de vagas. De acordo com o levantamento segmentos que também deverão gerar números expressivos de postos de trabalho são infraestrutura e adaptação climática, com 1,6 milhão, transição energética, com 1,4 milhão, economia circular, 1,2 milhão, indústria e mobilidade, 700 mil, e outros 300 mil. Gonçalo Pereira, professor e líder do laboratório de genômica e bioenergia da Unicamp Alessandro Pansanato Rizzato, gerente de transição ecológica e inovação do CNI/Senai

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