30 Abril 2025 | AutoData EVENTO AUDODATA » FÓRUM PERSPECTIVAS CAMINHÕES a segunda opção, apostando nos fatores positivos, como o bom desempenho no primeiro bimestre, com alta de 10,8% nas vendas, a esperada supersafra e uma possível renovação de frota que as grandes empresas terão fazer ao longo do ano para reduzir a idade média da sua frota e assim diminuir custos operacionais. Por outro lado Alouche cita alguns pontos de atenção para o ano, caso da taxa de juros alta que encarece o custo dos financiamentos, o crescimento do PIB que deve ficar abaixo do registrado nos dois últimos anos e os conflitos geopolíticos globais que mexem com os custos de logística. TRANSPORTADORES HESITAM Se a expectativa de supersafra de grãos foi citada pelos dois executivos que abriram o Fórum como um fator que poderá puxar o mercado para cima isto ainda não aconteceu nos primeiros três meses do ano, pois os transportadores estão hesitando na hora de fechar a negociação de novos veículos. Este cenário foi respaldado por todos os três executivos que participaram de painel no evento com fabricantes de caminhões instalados no País: Jefferson Ferrarez, vice-presidente de vendas, marketing, peças e serviços de caminhões da Mercedes-Benz, Alex Nucci, diretor de vendas da Scania, e Marco Pacheco, diretor comercial da Iveco. Nucci, da Scania, considera o cenário para o ano bastante embaçado, dificultando as projeções. Ele disse que o aumento da taxa de juros teve impacto relevante na parcela do financiamento que o cliente pretende pagar: “A deterioração da taxa de juros deixou o cenário mais nebuloso, pois houve incremento de quase 30% no valor da parcela do cliente, o que torna a aquisição mais complexa. Desde o ano passado, com a quebra de safra, a situação financeira dos transportadores foi afetada”. Ferrarez, da Mercedes-Benz, concorda que o cenário piorou. A expectativa no começo do ano de que a supersafra se transformasse em caminhões novos vendidos está sendo revertida pelas altas taxas do crédito, que fazem o operador avaliar se vai usar por mais um tempo os caminhões que já estão na frota ou se a renovação compensará na ponta do lápis: “Em condições normais de temperatura e pressão já teríamos uma fila de pedidos. Mas o que temos neste momento são muitas consultas, os empresários estão fazendo as contas, o que é bom, pois eles não estão desaparecidos, mas o fechamento do negócio está demorando mais para acontecer”.
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