31 AutoData | Abril 2025 Pacheco, da Iveco, segue na mesma linha de raciocínio dos outros executivos que participaram do painel com ele, e ressaltou que todas essas incertezas dificultam no planejamento para o ano mas que a expectativa é de que os segmentos de caminhões leves e médios ajudem a compensar a queda dos semipesados e pesados, ainda que com um tíquete médio menor: “A demanda por parte do e-commerce está acima do projetado, assim como por veículos para o transporte urbano, que têm demonstrado forte demanda”. IMPLEMENTOS TAMBÉM SOFREM No painel que reuniu representantes dos fabricantes de implementos rodoviários Randon e Librelato, duas das maiores empresas do segmento no País, seus executivos afirmaram que no mercado de carretas a alta nos juros já espantou os clientes, ainda que as empresas já esperassem por um volume menor de vendas em 2025. Segundo Eduardo Dalla Nora, diretor superintendente da Randon, junto com a alta nos juros também pesa o preço maior do diesel, que impacta diretamente no custo operacional dos seus clientes, “que colocaram um cadeado no bolso e estão adiando as aquisições”. Diante deste cenário o executivo projeta queda significativa para o fechamento do primeiro trimestre: “Esperamos um mercado de 17 mil unidades até o fim do primeiro trimestre contra 22 mil unidades que foram vendidas em iguais meses do ano passado, resultando em queda de 25% a 30%”. João Librelato, diretor comercial e de marketing da Librelato, também espera por uma redução do mercado nos primeiros três meses do ano, mas um pouco menor: “Até agora o mercado encolheu 18% e esta retração deverá avançar para 20% até o fim do mês”. Para os próximos nove meses os dois executivos acreditam que o mercado não terá fôlego para reverter essa queda. Pode ser que o porcentual de recuo seja reduzido, porém, na comparação com 2024 e 2023, a expectativa é de retração por causa dos volumes vendidos acima da média nos últimos dois anos. Librelato aponta que o segundo semestre costuma ser melhor do que o primeiro, mas tudo depende do cenário macroeconômico do Brasil, assim como do mercado local de caminhões. Dalla Nora afirmou que mesmo com perspectivas melhores ao longo do ano não será possível chegar ao mesmo nível de vendas de 2024.
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