Produção cai e interrompe sequência de recordes no México

A sequência de recordes da indústria automotiva mexicana foi parcialmente interrompida em fevereiro com a queda de 4,1% na produção, comparado com igual mês do ano passado. Segundo a Amia, associação que representa as montadoras instaladas naquele país, saíram das linhas de montagem 271,3 mil veículos no mês passado, ante 282,9 mil unidades produzidas em fevereiro de 2015.

O resultado de fevereiro deixou negativo também o balanço do acumulado: no primeiro bimestre a produção no México chegou a 538,8 mil unidades, recuo de 1,9% sobre os 549,3 mil veículos produzidos em janeiro e fevereiro do ano passado.

As exportações baixaram 1,2% no mês passado, para 219,7 mil unidades. O saldo, porém, segue positivo no acumulado do ano, com 432,9 mil embarques, alta de 1,3% sobre o primeiro bimestre de 2015 – e, aqui retornam os recordes: foi o maior volume de exportações para os dois primeiros meses do ano na história da indústria mexicana.

Assim como foram recorde para fevereiro também as 110,8 mil unidades comercializadas no mês passado, volume 13,5% superior ao de igual período de 2015. No bimestre, nova marca histórica: nunca antes na história os mexicanos haviam consumido tantos veículos como em janeiro e fevereiro deste ano, 230,5 mil unidades. O crescimento com relação ao primeiro bimestre do ano passado foi de 14,5%.

Dos veículos comercializados no mercado mexicano no primeiro bimestre, 44% foram produzidos no próprio país, ao passo que 56% foram importados.

Itaesbra ganha prêmio global da General Motors

A Itaesbra, sediada em Diadema, no Grande ABCD, está em festa: foi nomeada como uma das 110 melhores empresas fornecedoras globais pela matriz da General Motors no Supplier of the Year 2015, anunciado na quinta-feira, 10. A cerimônia de premiação aconteceu no Cobo Hall, em Detroit.

A empresa produz peças e painéis metálicos estampados para carrocerias e outros. Foi fundada em 1956.

Esta foi a vigésima-quarta edição do reconhecimento global de fornecedores promovido pela matriz estadunidense da General Motors, e foi a que teve o maior número de fornecedores reconhecidos, de 17 países. Segundo a montadora o aumento de empresas premiadas foi de cerca de 40% – na edição 2014 foram 79 laureadas, sendo que, destas, mais da metade conseguiu repetir o reconhecimento na edição 2015.

Os vencedores foram nomeados por equipes globais da GM de compras, engenharia, qualidade, manufatura e logística.

Pela primeira vez a GM premiou fornecedores por iniciativas ligadas à inovação. Receberam o reconhecimento cinco empresas: Autoneum, Delphi, Delta Electronics. Gentex e Fanuc.

 

Audi Q3 ganha linha exclusiva em São José dos Pinhais

O Q3 entrou para a história como o segundo modelo Audi fabricado no Brasil: antes apenas o A3, em versões hatch e sedã, ostentava este título.

O SUV já está sendo produzido na unidade compartilhada com a Volkswagen em São José dos Pinhais, no Paraná. E ganhou uma linha nova, exclusiva. Segundo comunicado da montadora, “o modelo foi o mais vendido em sua categoria no mercado brasileiro em 2015 e é um produto-chave para estratégia da marca no País”.

A fabricante afirma que a nova linha para produção do modelo “é equipada com máquinas e robôs altamente tecnológicos”. A fabricação local do Q3, assegura a Audi, “segue os mais altos padrões de qualidade da marca no mundo”. Houve treinamento dos operadores em conjunto com a matriz, na Alemanha, além de troca de conhecimentos com outras plantas.

Na nota Bernd Martens, membro do Conselho Administrativo da Audi AG responsável por compras, considerou que “a produção local do Q3 reforça a estratégia de crescimento global da marca”. E Jörg Hofmann, presidente e CEO da Audi do Brasil, reforçou que “alcançamos a liderança do segmento premium no Brasil em 2015 tendo o Q3 como o segundo modelo mais vendido, atrás apenas do A3 Sedan. Este resultado confirma que fizemos a escolha certa dos modelos para produção no Brasil” – o A3 a ser fabricado localmente em outubro do ano passado em duas versões, com motor 2.0 de 220 cv e 1.4 TFSI Flex de 150 cv.

 

Agrale montará os caminhões Foton em Caxias do Sul

A Foton encontrou o parceiro que procurava desde o ano passado: na quinta-feira, 10, a Agrale anunciou que fechou acordo para montar provisoriamente os caminhões da marca chinesa. A unidade 2 da Agrale, em Caxias do Sul, RS, será responsável pela operação, prevista para começar em julho e prosseguir até o primeiro semestre do ano que vem, quando está estimada a inauguração da fábrica da Foton em Guaíba, RS.

Em comunicado a Agrale afirmou que será responsável por toda a operação da produção, desde o recebimento de componentes, passando por montagem, testes e controle qualidade até a entrega do produto final.

As duas partes saem ganhando no acordo: a Agrale otimiza o uso de seus ativos, em ociosidade devido à atual situação do mercado de caminhões – que caiu 35% no primeiro bimestre com relação ao mesmo período do ano passado – e a Foton abrevia os prazos de nacionalização de sua linha de veículos.

Em outra nota, que não citou o acordo com a Agrale, o presidente do Conselho da Foton, Luiz Carlos Mendonça de Barros, afirmou que os primeiros veículos da série pré-operacional já foram aprovados em testes, com elevado grau de componentes nacionais.

Alguns fornecedores da Foton são conhecidos: motores Cummins, eixos Dana, transmissão ZF, freios Knorr-Bremse, rodas Maxion, embreagem Sachs, pneus Pirelli, tanques de combustível Bepo, baterias Heliar, dentre outros. A cabine será importada da China.

Segundo a Agrale, as instalações estão prontas para montar os caminhões Foton – na unidade 2 de Caxias do Sul a companhia já produz as linhas A, S e LX Agrale, além de chassis de ônibus e o utilitário Marruá. Para seu diretor-presidente, Hugo Zattera, o negócio representa a consolidação da expertise internacional da empresa e comprova seu elevado padrão de qualidade e processos fabris. 

Zattera lembrou, em nota, que a Agrale firmou uma parceria de quinze anos para montar caminhões médios e pesados da International na mesma Caxias do Sul. “Agora, essa excelência como montadora de veículos é destacada novamente pela escolha da Foton”.

Foton consegue empréstimo do BNDES e dá sequência às obras em Guaíba

Com mais de um ano de atraso a Foton Caminhões conseguiu a aprovação do financiamento para erguer sua fábrica em Guaíba, no terreno em que originalmente seria construída a unidade gaúcha da Ford – que acabou indo para Camaçari, na Bahia. Na quinta-feira, 10, executivos da companhia comunicaram o Governo do Rio Grande do Sul que o BNDES aprovou o empréstimo de R$ 65 milhões e as obras finalmente avançarão.

Segundo o presidente do conselho da empresa, Luiz Carlos Mendonça de Barros, toda a infraestrutura da fábrica está pronta – terraplanagem feita, terreno cercado e exigências ambientais todas cumpridas. “O terreno está pronto agora para receber as instalações industriais”, afirmou, em nota.

Houve tempo de sobra para toda a preparação. Foi em abril de 2014, há quase dois anos, que a companhia organizou cerimônia para marcar o início das obras. Na ocasião Mendonça de Barros estimou para o início de 2016 a produção do primeiro veículo – agora a previsão é para o primeiro semestre de 2017.

O motivo no atraso, conforme explicou o CEO Bernardo Hamacek em entrevista à Agência AutoData em setembro do ano passado, foi a demora na liberação desse empréstimo pelo BNDES. Ele esperava para o mês seguinte e, assim, começar a produzir em Guaíba a partir de novembro deste ano. Como o BNDES só aprovou agora, a inauguração foi novamente postergada.

Na entrevista Hamacek afirmou também que negociava com duas montadoras a produção por tempo determinado de seus caminhões em uma linha de montagem alugada. Na quinta-feira, 10, a Agrale anunciou que montará os modelos Foton em sua fábrica de Caxias do Sul, RS.

Em nota, Mendonça de Barros afirmou que “os primeiros veículos da série pré-operacional, com elevado grau de componentes nacionais, já foram aprovados nos testes exigidos pelas autoridades competentes para seu registro”.

O empresário comentou também o fato de começar a produzir em um momento cheio de incertezas políticas e dificuldades econômicas. Segundo ele, a Foton manterá intactos seus planos de longo prazo no Brasil: “Acreditamos tanto no extraordinário potencial do mercado brasileiro como na incrível capacidade de retomada de crescimento econômico, tão logo os empresários observem sinais de estabilidade”.

A Foton investe R$ 250 milhões para começar sua operação brasileira, dos quais R$ 160 milhões para a construção da fábrica com capacidade para produzir 20 mil unidades por ano e os R$ 90 milhões restantes para uma área de desenvolvimento de produtos.

Além de comunicar a aprovação do empréstimo, a Foton assinou com o governo estadual um aditivo ao Protocolo de Intenções para incorporar, na fábrica, uma linha de produção de vans e SUVs.

Vendas de usados esboçam reação em fevereiro

O mercado de veículos usados apresentou uma leve reação em fevereiro: segundo dados divulgados pela Fenabrave na quinta-feira, 10, as transferências de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus avançaram 0,6% na comparação com o mesmo mês de 2015, para 724,7 mil unidades – em fevereiro do ano passado foram registradas 720,2 mil transferências.

Com relação a janeiro, porém, o segmento registrou recuo de 1,5% sobre as 735,7 mil unidades usadas comercializadas.

Da mesma forma permaneceu negativo o saldo no acumulado. No primeiro bimestre foram registradas 1 milhão 460 mil transferências, ante as 1 milhão 543 mil de janeiro e fevereiro do ano passado, recuo de 5,4%.

O segmento de automóveis e comerciais leves puxou o resultado para baixo. Em fevereiro, na comparação com janeiro, a queda chegou a 2,1%, para 698,8 mil unidades – e o crescimento com relação ao mesmo mês de 2014 foi de 0,5%. No acumulado, queda de 5,5%, para 1 milhão 410 mil veículos.

Por outro lado, as vendas de caminhões avançaram nas comparações mensal, 3,8%, e anual, 3,9%, alcançando 22,8 mil unidades comercializadas. Da mesma forma o saldo é positivo no acumulado do bimestre, quando os 44,8 mil caminhões usados vendidos representam crescimento de 0,3% com relação ao mesmo período do ano passado.

Em chassis de ônibus o desempenho foi positivo na comparação de fevereiro com janeiro, alta de 20%, para 3 mil chassis. Com relação a fevereiro de 2015 a queda chegou a 3,9%, enquanto no bimestre o saldo ficou 9% negativo, com 5,6 mil chassis comercializados.

As vendas de motocicletas usadas também esboçaram reação: em fevereiro foram 204,3 mil transferências, alta de 3,8% na comparação anual e de 3% na mensal. O bimestre, porém, ainda fechou no vermelho: recuo de 1,5%, com 402,6 mil unidades comercializadas.

Em nota a Fenauto, associação que representa o setor de revendedores de veículos usados e seminovos, afirmou estar acompanhando com atenção e cautela os movimentos do mercado, que continua com muitas incertezas. O presidente Ilídio dos Santos pede cautela:

“Ainda não temos claras as perspectivas que nortearão a nossa economia neste ano. Justamente por isso temos a percepção de que o consumidor ainda está muito cauteloso em assumir um financiamento com a compra de um veículo seminovo ou usado”. 

Novo X1 começa a ser produzido em Araquari

A BMW iniciou na quinta-feira, 10, a produção da nova geração do SUV compacto X1 na unidade de Araquari, em Santa Catarina. O modelo anterior já era produzido na unidade desde novembro de 2014 – na época foi o segundo produto da fábrica brasileira, fazendo companhia ao Série 3.

Carsten Stöcker, vice-presidente sênior da fábrica, considerou, em comunicado, que “a estreia da nova geração do X1 na linha de produção de Araquari é o resultado do comprometimento com os padrões de qualidade, que estão em total sintonia com as demais unidades fabris da BMW espalhadas pelo mundo”. Ele ainda acrescentou que “a produção nacional do novo X1, um dos veículos mais desejados da marca, demonstra a representatividade do mercado brasileiro para os negócios do Grupo”.

O novo X1 produzido no Brasil traz motor TwinPower Turbo 2 litros flex e transmissão automática de oito marchas, e os preços vão de R$ 167 mil a R$ 200 mil, dependendo da versão – sDrive20i GP, sDrive20i X-Line e xDrive25i Sport.

Araquari, que conta com capacidade para 32 mil unidades/ano, produz também os modelos BMW Série 1, Série 3 e X3 e ainda o Mini Countryman. Trata-se da trigésima unidade fabril da fabricante no mundo, instaladas em 14 países.

HB20 é o mais vendido do País no começo de março

O HB20 não para de conquistar glórias. Depois de fechar o ano passado em um honroso terceiro lugar, o hatch compacto da Hyundai não se deu por satisfeito com uma sólida vice-colocação no primeiro bimestre deste 2016, ultrapassando o Fiat Palio: no começo de março, considerando-se as vendas até a quarta-feira, 9, o que equivale a sete dias úteis, atreveu-se a tomar a liderança do ranking de vendas por modelo no País.

Segundo dados da Fenabrave o HB20 conta no período com quase 3,6 mil emplacamentos ante 3,1 mil do Onix.

É difícil precisar se o Hyundai conseguirá manter o posto de líder até o fim do mês, que será longo, com 22 dias úteis, mas dada a distância não será surpresa se fechar ao menos a primeira quinzena na frente. Vale lembrar que a Chevrolet está realizando ampla campanha de varejo no início deste mês, o que deverá ajudar os números do Onix na segunda metade do período.

Os volumes são fruto direto de leve renovação da gama HB20, que em setembro do ano passado ganhou retoques visuais, técnicos e de catálogo, após três anos do lançamento.

Os números do HB20 são de fato tão bons que puxam para cima os da Hyundai, que já está guardando cadeira na primeira fileira das maiores do País. Não só a marca derrubou a Ford do tradicionalíssimo quarto posto do ranking de veículos leves por montadora no bimestre como, observando-se mais a fundo, detém resultados ainda mais expressivos.

Em São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores mercados de veículos no País, a Hyundai já é a terceira marca mais vendida no acumulado do ano até os primeiros dias de março, segundo dados da Fenabrave.

Em São Paulo a coreana domina fatia de 11,5%, tendo à sua frente apenas a GM com 18% e a VW com 12,6%. Ultrapassou Fiat, com 10,3%, Honda, 10,1%, Toyota, 8,3%, e Ford, 7,9%.

E em Minas Gerais soma igualmente 11,5% do total, com Fiat em primeiro, 23,7%, e VW em segundo, 15,5%. Deixa para trás GM, com 11,3%, Renault, 9,2%, e Ford, 8,1%.

Não à toa a fábrica da Hyundai em Piracicaba, no Interior paulista, que produz exclusivamente a gama HB20, nas versões hatch e sedã, é a única do País atualmente a operar em três turnos.

 

Mauro Marcondes nega venda de MPs para favorecer setor automotivo

Mauro Marcondes Machado, ex-vice-presidente da Anfavea e réu na Operação Zelotes, que investiga possíveis irregularidades em Medidas Provisórias que concederam e prorrogaram benefícios a montadoras instaladas nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, prestou depoimento à Justiça Federal na quarta-feira, 9, em Brasília, DF. Ele, bem como sua esposa e sócia, Cristina, estão presos a pedido da justiça desde outubro.

Em seu depoimento, de acordo com informações do portal G1, Marcondes negou que a aprovação das MPs tenha ocorrido por meio de pagamento a parlamentares, um dos braços da investigação da Operação Zelotes pela Polícia Federal. “É impossível comprar uma medida provisória”. Ele acrescentou: “Tenho 56 anos de atividade pública. Nunca precisei corromper ninguém. Nunca cometi um ato ilícito. Nunca um colaborador meu cometeu”.

Ele confirmou que trabalhou pela aprovação das MPs, mas de forma limitada à realização de estudos técnicos que apontavam vantagens das aprovações, bem como apresentação destes a agentes públicos. No depoimento Machado afirmou que entregou a Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete da Presidência da República, um estudo e dois pareceres de juristas sobre os incentivos, que, segundo ele, trouxeram investimentos de US$ 70 bilhões e 30 mil empregos para o Brasil e foram aprovados sem maiores controvérsias no Congresso. Ele confirmou ainda encontro com o atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, com o mesmo intuito.

Ainda no depoimento, conforme o jornal O Estado de S Paulo, Machado afirmou que havia “vontade política” para concessão dos benefícios à indústria automotiva.

Questionado sobre planilha apreendida em seu escritório na qual Gilberto Carvalho e Lytha Spíndola, ex-assessora da Casa Civil, apareceriam como colaboradores de sua empresa, Marcondes afirmou que esta foi elaborada por uma babá promovida a secretária, que se atrapalhou ao produzir o documento, segundo O Estado de S Paulo. “Ela andou fazendo algumas planilhas e incorreu em vários erros. Gosto de poder ajudar as pessoas.”

Também de acordo com o jornal Machado chorou ao término do depoimento, de mais de três horas, ao abordar o impacto das investigações e da prisão. Segundo a publicação ele alegou que seu trabalho foi sempre de lobby técnico e que a denúncia do MPF, baseada em relatórios da Receita Federal e da Polícia Federal, se baseia em distorções e preconceito contra a atividade. “Me sinto deprimido, não reconhecido. Está sendo visto só o lado negativo [da atividade de lobby].”

A publicação afirmou ainda que Machado reiterou denúncia feita por sua defesa há alguma semanas de que, em visita à Penitenciária da Papuda, representantes do MPF e da PF o pressionaram a fazer delação premiada. Referindo-se ao procurador José Alfredo de Paula, da força-tarefa responsável pela Operação Zelotes, disse que a colaboração foi proposta em troca de evitar que Cristina, sua esposa e sócia, também ré no processo, fosse transferida da prisão domiciliar para o regime fechado. Presente à audiência, segundo a reportagem, o procurador Frederico Paiva, da equipe da Zelotes, disse que algumas abordagens aos réus são “técnica de investigação”.

Advogados – Foram tomados ainda os depoimentos de outros dois investigados, os advogados José Ricardo da Silva, ex-membro do Carf, e Eduardo Valadão.

Silva, segundo a Agência Brasil, admitiu que sua empresa, a SGR Consultoria, recebeu R$ 4,7 milhões pela prestação de serviços à Mitsubishi no Brasil, e que ele se reuniu com diretores da empresa, que teria sido beneficiada com redução de multa em julgamento do órgão. O pagamento teria sido realizado pela empresa de Mauro Marcondes Machado e ele negou ter repassado parte do dinheiro a terceiros.

Questionado pelo juiz quanto a e-mail enviado em dezembro de 2009, no qual pedia a seu antigo sócio, Eduardo Valadão, que “acalmasse” parlamentares que lhe faziam cobranças, respondeu que “a história por trás desse e-mail não tem nada, absolutamente nada a ver com nenhuma medida provisória, nem com a tramitação de qualquer coisa no Congresso Nacional”. Ele disse que a mensagem é referente ao pagamento de comissões a parlamentares pela indicação para serviços de advocacia junto aos seus pares.

Segundo o jornal O Estado de São Paulo Silva confirmou ter se associado a Mauro Marcondes Machado para atuar pela prorrogação dos incentivos fiscais a montadoras. “Esse trabalho em nenhum momento se afastou de assessoramento técnico”, afirmou, acrescentando ter feito levantamento de informações.

Também de acordo com o periódico em seu depoimento o advogado afirrnou que não houve, “de sua parte”, encontro com autoridades públicas para tratar das MPs ou de caso relacionado ao Carf.

Por sua vez Valadão negou qualquer envolvimento com o caso. Segundo a Agência Brasil, ele afirmou: “Eu não tenho nenhum tipo de envolvimento político. Nunca tive relacionamento dentro da política que pudesse me dar qualquer tipo de possibilidade de tratar qualquer assunto relativo à medida provisória objeto da denúncia”. De acordo com o O Estado de São Paulo, ele também disse que se o esquema existiu ele não tinha nenhuma capacidade de influenciar congressistas a tomar qualquer decisão. “Não tenho envolvimento político. Como eu seria capaz de induzir deputados e senadores? Quem sou eu para vender MP: ‘Tá aqui, custa tanto’?. É isso que me deixa revoltado. A denúncia sequer atentou para como funciona o processo legislativo”.

Agenda – As audiências na Justiça Federal prosseguirão nos próximos dias. Para a quinta-feira, 10, está agendado depoimento de Francisco Mirto, que atuou pela Anfavea no escritório de Brasília, DF, e Paulo Ferraz, ex-presidente da MMC. Na segunda-feira, 14, será a vez de Eduardo Souza Ramos e Robert Rittscher, também da MMC.

E enquanto isso a CPI do Carf, instaurada na Câmara dos Deputados em Brasília, DF, no início de fevereiro, foram apresentados três requerimentos para convocação de depoimento de Mauro Marcondes Machado, para tratar dos mesmos temas já investigados pela Polícia Federal e atualmente pela Justiça Federal. Há ainda uma CPI em andamento sobre o mesmo caso no Senado Federal.

FCA centraliza diretoria comercial em São Paulo

A área comercial da Fiat viajou quase 600 quilômetros, de Betim para a Zona Sul de São Paulo. Desde o começo do mês a Capital paulista é a sede da diretoria comercial da marca, agora instalada no prédio localizado na Avenida Luiz Carlos Berrini, onde também fica a FCA América Latina.

Sob a direção de Sérgio Ferreira, que sucedeu Lélio Ramos – agora responsável por novos projetos estratégicos –, a área comercial da FCA passou também por uma reorganização estrutural. Seguem as oito regionais de vendas – Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo –, mas agora divididas em diretorias-adjuntas, que agrupam as regionais em três macrorregiões.

Roger Santos é o diretor-adjunto da região de vendas Norte, Nordeste e Centro; Tania Silvestri é a diretora-adjunta da divisão Sudeste; e Edivaldo Reche é o diretor-adjunto da regional de vendas Sul. Os três respondem a Sergio Ferreira, assim como outros dois diretores-adjuntos – Fábio Meira, de vendas diretas, e Renato Giovannini, responsável por operações de vendas.

O objetivo, explica a companhia em comunicado, “é aproximar as concessionárias da empresa, estimular o aprimoramento da gestão, incentivar o profissionalismo e ganhar competitividade regional e nacionalmente”.