GM São José dos Campos: a primeira greve do ano.

Foram os trabalhadores da fábrica da General Motors em São José dos Campos, SP, os responsáveis pela primeira paralisação de fábrica do ano. Desde a manhã da segunda-feira, 18, os metalúrgicos estão de braços cruzados em protesto contra o valor oferecido pela companhia para a segunda parcela da PLR, Participação nos Lucros e Resultados.

Segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos a GM ofereceu R$ 4 250 para a segunda parcela da PLR, valor considerado baixo pelos funcionários que, em assembleia, rejeitaram a proposta. Uma nova reunião ocorreu na tarde da segunda-feira e, devido à sua extensão, a possível nova proposta só poderia ser votada no turno da manhã de terça-feira, 19 – o que fez com que a paralisação ocorresse no primeiro e segundo turnos.

Em comunicado a GM afirmou lamentar a recusa das propostas por parte do sindicato e a paralisação temporária da unidade. Segundo a companhia vem sendo feito “profundo esforço financeiro para o acordo do valor do pagamento da segunda parcela do PLR e paralisação da produção, especialmente no momento de profunda transformação do mercado brasileiro, com queda de 26,6% nas vendas em 2015, só aprofunda ainda mais a deterioração da posição financeira da companhia”.

Ainda no comunicado a empresa afirmou que não estão descartadas outras medidas: “A adoção de outras medidas de cortes de custos podem se tornar necessárias, causando maiores prejuízos aos empregados”.

Sindicato e companhia afirmaram que a nova proposta será votada pelos trabalhadores na manhã da terça-feira, 19, no portão da fábrica. Segundo os metalúrgicos a segunda parcela da PLR não foi paga também aos funcionários das outras fábricas da GM no Brasil, em São Caetano do Sul, SP, e Gravataí, RS.

Vendas de janeiro deverão ser as menores desde 2007

O mercado de veículos começou 2016 em ritmo lento. Segundo uma fonte do varejo ouvida pela Agência AutoData foram licenciados 69 mil 987 automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus até a sexta-feira, 15, volume 43% inferior ao registrado nos primeiros dez dias úteis do ano passado.

Os varejistas esperam que o mês feche com 160 mil a 170 mil licenciamentos, o menor volume para janeiro desde 2007, quando o primeiro mês do ano fechou com 152,9 mil unidades comercializadas.

A média diária de vendas fechou a quinzena em 7 mil unidades, bem abaixo do índice que vinha sendo registrado nos últimos meses, quando oscilou na faixa de 8 mil a 9 mil licenciamentos. Mantido o ritmo das primeiras duas semanas, o mês fecharia em 140 mil unidades comercializadas – mas os varejistas acreditam em elevação dessa média nos próximos dias.

Há um rumor que injeta certo ânimo ao setor de distribuição, apesar dos números fracos dos primeiros dias de 2016. Segundo a fonte ouvida pela reportagem o governo estuda movimentar o crédito ao setor com estímulo para financiamento de veículos por meio dos bancos oficiais. Um pacote de incentivos – sem mexer em tributos – para o crédito ao setor, e também para a linha branca, poderá ser anunciado nos próximos dias.

Trimestre fraco – Na coletiva à imprensa no começo do ano o presidente da Anfavea, Luiz Moan, avisou que os primeiros meses do ano poderão apresentar resultados de queda mais profunda do mercado interno. Isso porque de janeiro a março do ano passado a média diária foi de 11 mil unidades, bem acima do ritmo ao qual o mercado se acostumou nos últimos meses e que, de acordo com Moan, seguirá durante 2016.

“Não devemos nos assustar quando isso acontecer. A base de comparação será inchada”.

Falta de modelos – A fonte do varejo ouvida pela Agência AutoData sinalizou para um possível fato curioso que poderá ocorrer nos próximos dias: a falta de disponibilidade de alguns modelos nas concessionárias, mesmo com o mercado andando na primeira marcha.

Muitas montadoras retornaram a produção apenas nesta semana, após um alongado período de férias coletivas para ajustar o estoque ao tamanho do mercado. Alguns modelos muito procurados já começaram a rarear nas concessionárias e, segundo a fonte, poderão entrar em lista de espera até que as linhas de produção retornem ao seu ritmo normal.

Ipsos e TruckPad firmam parceria

A Ipsos, empresa de pesquisa com atividade global, anunciou parceria com o aplicativo TruckPad no Brasil. A partir de questionários que serão apresentados dentro do próprio programa, que é destinado a motoristas de caminhão, a empresa poderá fornecer informações valiosas quanto aos hábitos destes profissionais, e sua visão dos veículos que utilizam, para montadoras e fornecedores do segmento.

Segundo comunicado da empresa, atualmente cerca de 1 milhão de caminhoneiros autônomos utiliza o aplicativo, que oferece fretes para estes profissionais a partir de ofertas de empresas à procura de transporte para suas mercadorias.

Algumas das informações disponíveis serão rotas mais utilizadas e os hábitos de consumo desses profissionais, inclusive regionalmente. Estes dados podem ser úteis, de acordo com a Ipsos, para transportadoras, montadoras, fabricantes de autopeças, pneus e seguradoras, por exemplo. 

Na nota Fernando Deotti, diretor da Ipsos Loyalty, considerou que “se uma montadora precisa conhecer a satisfação do motorista com um caminhão específico, por exemplo, podemos selecionar uma amostra de caminhoneiros com o perfil desejado. O questionário é respondido online, portanto os resultados são oferecidos ao contratante da pesquisa em um tempo muito menor do que em estudos tradicionais em que um entrevistador vai para as estradas em busca de sua amostra de respondentes”.

Para Carlos Mira, CEO da TruckPad, “a parceria permitirá aos fornecedores do setor conhecer mais a fundo o setor e os caminhoneiros”.  

Deotti complementa afirmando que “o perfil do caminhoneiro de hoje é bem diferente daquele estereótipo do homem simples, de pouca instrução, que ficava meses sem falar com a família. O que temos hoje nas estradas são veículos bastante sofisticados, dirigidos por profissionais qualificados que utilizam a internet intensamente como ferramenta de trabalho e meio de comunicação contínua com sua família”.

Toda força à engenharia, vendas e marketing.

Ainda que por linhas tortas, a indústria automobilista instalada no Brasil está ganhando de presente, neste início de 2016, a chance de se livrar definitivamente de um problema que carrega nas costas há mais de meio século: a nefasta dependência de benesses, incentivos ou medidas protecionistas do Estado.

Em um dos vários livros críticos que escreveu sobre a vida dentro da indústria automobilística Lee Iaccoca, que havia acabado de deixar a presidência da Chrysler nos Estados Unidos, queixou-se de que a luta era desproporcional: as indústrias americanas tinham de ter de advogados o que as japonesas tinham de engenheiros.

No Brasil, desde a origem do setor automotivo, nos anos cinquenta do século passado, o exército dos engenheiros das montadoras perde não só para as fileiras dos advogados mas também, e até principalmente, para a dos homens encarregados das chamadas relações governamentais. Quase todos eles com assento garantido à mão direita do chefe supremo nas mesas de reuniões da diretoria.

É distorção gigantesca. Afinal, conforme afirma Stefan Ketter, novo comandante da FCA na América Latina, na edição de janeiro de AutoData, “os incentivos são ruins porque trazem para o presente uma demanda futura. Não pode ser o caminho único. O caminho é o da excelência, da qualidade e da competividade”.

Trata-se de uma distorção que, no Brasil, nasceu junto com a indústria como forma de tornar viável a produção de veículos no País. Mas que, depois, décadas depois, acabou por se consolidar na época dos governos militares, na qual até para um simples reajuste na tabela de preço dos veículos era preciso o aval de alguém em Brasília.

A distorção continuou a se aprofundar mesmo depois da chamada redemocratização, com governos – que felizmente foram colocados porta afora – que se especializaram em criar dificuldades para literalmente vender facilidades.

Na versão mais moderna desta ‘fábula’, que felizmente também começa a cair por terra, a venda de facilidades está agora diretamente ligada à necessidade de recursos para garantir a eleição de prefeitos, governadores, deputados, senadores e, é claro, principalmente de presidentes e seus ministros. Tudo sempre ‘por uma boa causa’.

Com o passar do tempo, os engenheiros e seus pares foram perdendo cada vez mais espaço nas estruturas corporativas. Afinal, o máximo que conseguiriam era oferecer um centavo a menos no custo de produção deste ou daquele modelo. Coisa irrisória em relação aos milhões que poderiam resultar de um bom e oportuno decreto governamental, seja o federal, os estaduais ou, eventualmente, até municipais.

Neste inicio de 2016, todavia, às voltas com monumental déficit fiscal, o Estado brasileiro, literalmente quebrado, não tem mais como oferecer qualquer trunfo de maior peso a ser levado nas reuniões de diretoria pelos homens até agora ainda sentados à mão direita do chefe supremo.

É a grande oportunidade dos engenheiros e dos homens de vendas e de marketing. Cada centavo economizado na produção volta a ser fundamental. Pode ser a diferença do prejuízo para o lucro.

E cada milímetro a mais de desempenho de cada modelo, se bem aproveitado pelos profissionais de vendas e marketing, volta a fazer toda a diferença na dura disputada por pontos porcentuais de mercado.

Trata-se da grande chance de, ao não ter mais como contar com qualquer tipo de benesses de um ente estranho e distante chamado governo central, o setor automotivo perceba que, na verdade, depende – e sempre dependeu – muito pouco de Brasília. Perceba que se apostar firme na excelência, qualidade e competividade pode muito bem viver por sua própria conta e risco. E viver melhor, sem tantos nefastos picos e vales, quase sempre gerados pela simples e repentina mudança do humor de alguém no chamado Planalto Central.

Montadoras e governo estadunidense: acordo por maior segurança.

Grupo de dezoito fabricantes de veículos aceitou formar um programa voluntário em conjunto com representantes do governo dos Estados Unidos com o objetivo de elevar a segurança de automóveis e comerciais leves e pesados.

O acordo foi anunciado na sexta-feira, 15, naquele país, segundo informações da Agência Reuters.

Algumas das fabricantes envolvidas são BMW, Daimler, FCA, GM, Honda, Tesla e Volkswagen.

O governo estadunidense promete liberar US$ 4 bilhões para pesquisas – o valor deverá ser confirmado pelo presidente local, Barack Obama, na semana que vem em visita ao Salão de Detroit.

O plano prevê utilizar como referência a indústria aeronáutica na prevenção de acidentes, incluindo desgaste de peças, e proteção a ataque de hackers a sistemas eletrônicos e informatizados.

São dois alvos principais: primeiro, a prevenção de acidentes de diversas formas, incluindo recursos eletrônicos e autônomos; e, segundo, reduzir o número de recalls – que bateu recordes nos Estados Unidos em 2014, bem como valor das multas aplicadas pelo órgão local responsável pela segurança no trânsito, a NHTSA.

Neste período, apenas nos Estados Unidos, foram convocados para recall nada menos do que 64 milhões de veículos.

O grupo poderá criaria códigos de peças, processos e sistemas comuns, o que, acreditam os representantes da NHTSA, poderia evitar casos recentes como as falha no sistema de ignição da GM e nos air-bags da Takata.

Renegade começa o ano com vendas fortes

Quando o Jeep Renegade foi lançado no mercado brasileiro, em março do ano passado, o diretor da marca Sérgio Ferreira não poupou modéstia para os objetivos do modelo: a liderança do segmento de utilitários esportivos compactos. Ela não veio em 2015 porque o Honda HR-V, lançado semanas antes e desde então seu maior concorrente, obteve melhor desempenho e fechou o ano com 51,2 mil licenciamentos, ante 39,2 mil do modelo Jeep.

A disputa de 2016, primeiro ano cheio de vendas dos dois modelos, começou com o SUV produzido em Goiana, PE, na frente. E com destaque: foi nada mais nada menos do que o quinto modelo mais vendido no mercado nacional até a quinta-feira, 14, com 2,1 mil unidades emplacadas.

À sua frente ficaram os três líderes do ano passado – Chevrolet Onix, com 5,5 mil licenciamentos, Fiat Palio, com 3,9 mil emplacamentos, e Hyundai HB20, 3,6 mil registros, seguindo a ordem do acumulado de 2015 – e um surpreendente Chevrolet Prisma na quarta colocação, com 2,3 mil unidades comercializadas.

O HR-V, principal rival do Renegade, fechou as duas primeiras semanas do ano fora do top-10, na 12ª colocação, com 1,7 mil licenciamentos.

Atrás do Renegade, com 2 mil 45 licenciamentos, aparece o Ford Ka, cujo ritmo de vendas deverá se elevar nos próximos dias, uma vez que a Ford lançou uma promoção com taxa zero para aquisição do modelo. Na sétima posição ficou o Toyota Corolla, 1 mil 943 unidades comercializadas, seguido pela picape Fiat Strada, com 1 mil 921 emplacamentos.

O modelo mais vendido da Volkswagen ocupa apenas a nona posição: o Volkswagen Fox registrou 1 mil 870 licenciamentos. Completa o ranking o Gol, também VW, com 1 mil 827 unidades comercializadas nas primeiras duas semanas de janeiro.

China bate recorde com crescimento menos acentuado

O mercado chinês de veículos bateu seu recorde de vendas em 2015, ao alcançar 24,6 milhões de unidades comercializadas, volume 4,7% superior ao do ano anterior, de acordo com informações do Flash de Motor, parceiro da Agência AutoData na Venezuela, citando como fonte a CAAM, associação das fabricantes locais.

Mas o ritmo de crescimento foi menos acentuado do que nos anos anteriores: em 2013 a alta sobre o ano anterior alcançou 13,9% e, em 2014, subiu mais 6,9%. Em 2009 o mercado chinês chegou a crescer 40%.

Segundo o Flash de Motor, a desaceleração desse crescimento foi provocada pela própria economia chinesa, que diminuiu o ritmo no primeiro semestre do ano passado – o período de abril a agosto foi o que as vendas do setor menos cresceram. Uma política de apoio ao setor, com redução de impostos para veículos menos poluentes, fez com que o mercado se recuperasse um pouco a partir de setembro.

De 1º de outubro a 31 de dezembro os impostos para compras de modelos menos poluentes, sobretudo híbridos e elétricos, caíram pela metade, de 10% para 5% do preço total do veículo. A política deu frutos, uma vez que as vendas de híbridos e elétricos triplicaram em 2015, alcançando 331,1 mil unidades.

Para 2016 a CAAM espera que os chineses adquiram 700 mil veículos com motorização híbrida ou elétrica, mais do que o dobro do ano passado. A previsão para o mercado geral é de aumento de 6% nas vendas, em ritmo superior ao praticado em 2015.

Marcas – A General Motors liderou o mercado chinês, ao comercializar 3,6 milhões de veículos, alta de 5,2%. A Volkswagen perdeu a liderança com a queda de 3,5% nos licenciamentos, para 3 milhões 550 mil unidades. Depois veio a Ford, com 1,1 milhão de unidades comercializadas, alta de 3%.

Venda de etanol quebra recorde em 2015

As vendas de etanol hidratado bateram recorde histórico no ano passado, para 11 bilhões de litros, alta de 39,2% ante 2014. O número é do Sindicom, Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes.

De acordo com a associação, em comunicado, o resultado se justifica perante o fato de que “na maior parte do ano os preços do etanol hidratado tiveram paridade favorável em relação à gasolina nos principais estados produtores – São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Desta forma o produto tornou-se opção preferida dos consumidores na hora de abastecer os seus veículos”.

A escolha, naturalmente, guarda relação direta com a tecnologia de motores flex fuel, presente em praticamente toda a frota nova de veículos no País – segundo dados da Anfavea em 2015 eles representaram 88,4% dos licenciamentos de automóveis e comerciais leves, índice pouco acima de 2014, 88,2%. Somados apenas estes dois anos, estes representam, em volume, mais de 5 milhões de veículos.

Já as vendas de gasolina sofreram retração de 8,6% no comparativo com 2014. O Sindicom também calculou a soma da comercialização total de gasolina e etanol hidratado considerando a equivalência energética dos produtos, e o resultado foi de redução de 1,7% ante 2014.

No óleo diesel nova baixa, esta de 5%, justificada pelo Sindicom como reflexo de menores produção industrial e atividade no setor de serviços.

O volume total de vendas de todos os combustíveis no Brasil em 2015 chegou a pouco mais de 101 bilhões de litros, redução de 3% na comparação com o ano anterior. As associadas do Sindicom representam cerca de 80% do volume de distribuição de combustíveis e lubrificantes no País.

Projeto de lei quer padronizar pneus dos carros

Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados quer padronizar os pneus dos modelos comercializados no mercado brasileiro. De autoria do parlamentar gaúcho Pompeo de Mattos, o PL 82/15 exige que os pneus dianteiros, traseiros e o estepe tenham dimensões idênticas.

Em entrevista à Agência Câmara, o deputado afirmou que a indústria tem adotado a prática de oferecer o estepe com dimensões diferentes das demais rodas e pneus. “Esse procedimento suscita dúvidas relativas à segurança do veículo que, em caso de emergência, trafegará com um pneu diferente dos demais. Certamente causará prejuízo ao consumidor que necessitar substituir uma roda ou pneu avariado pelo estepe”.

Caso descumpra a medida, a montadora deverá pagar ao consumidor uma multa de 10% no valor do veículo e substituir o equipamento por um de dimensões idênticas às demais rodas e pneus, sem custo ao consumidor.

Para Júnio Scarpa, diretor do comércio virtual KD Pneus, a medida traz mais segurança ao consumidor. Carlos Molina, gerente da loja, relatou reclamações de clientes, que são obrigados a rodar com o estepe diferente dos demais pneus por muitos dias.

“Eles rodam assim porque estão aguardando a chegada de pneus comprados conosco, uma vez que não conseguem encontrar algumas medidas especificas de SUVs e carros de alto padrão em regiões como a Norte e Nordeste do País”.

Na legislatura passada a Câmara chegou a analisar um projeto de teor idêntico, mas que foi arquivado. Este agora tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Defesa do Consumidor, de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, de Viação e Transporte e de Constituição, Justiça e Cidadania.

Ituran cresce unificando rastreamento a seguro

Certamente o ano passado não deixará saudades para o setor automotivo em geral. Para uma parte da cadeia de negócios, no entanto, especialmente a de seguros e rastreamento, pode-se afirmar sem exageros que 2015 foi um período excelente. A Ituran Brasil, empresa especializada em monitoramento de veículos, por exemplo, registrou avanço de 30% nos negócios ante 2014, com receita por volta de R$ 250 milhões/ano.

“E estimamos pelo menos o mesmo índice de crescimento nesse ano”, aposta Roberto Posternak, gerente comercial da companhia. “A percepção da crise faz com que o consumidor fique mais cauteloso com seu patrimônio. Em épocas assim também se verifica crescimento de roubos e furtos de veículos e o seguro e o rastreamento se tornam ferramentas de proteção.”

Muito do otimismo é resultado de um produto especialmente criado para atrair consumidor não atendido pela cobertura de um seguro convencional. Uma parceria com as seguradoras Mapfre e Cardif foi criado o Ituran Com Seguro, plano de cobertura para perda total proveniente apenas de roubo ou furto. Se o veículo não for recuperado pela Ituran, a indenização será de 100% do valor da tabela Fipe. No caso da recuperação e o bem se encontrar com mais de 75% de danos, também o valor da cobertura será integral. A apólice ainda oferece ao assegurado cinco chamadas anuais de emergência, como socorro mecânico, guincho ou transporte alternativo.

 “É espantoso, mas em torno de 70% da frota nacional de veículos não possui nenhum tipo de seguro. Os filtros das seguradoras, como perfil do cliente, idade do carro, região de trabalho e moradia usualmente tornam o valor do seguro inviável para muitos bolsos.”

É justamente neste universo carente de seguros que a Ituran avança. Para a modalidade criada não há exigência de análise de perfil, necessidade de vistoria prévia tampouco verificação nos órgãos de proteção ao crédito, além do aceite de veículos com até 20 anos de uso.

O cliente paga valores de R$ 70 a R$ 330 mensais, a depender do modelo do veículo. O plano ainda oferece coberturas adicionais para terceiros e/ou perda total por colisão, com acréscimo de R$ 40.