Abraciclo revisa para cima projeções para 2016

Mesmo com resultados abaixo da expectativa no ano passado, a Abraciclo fez uma pequena correção nas suas projeções para 2016, para cima. Segundo comunicado divulgado pela associação na quinta-feira, 14, a produção de motocicletas deverá crescer 2,5% este ano, para 1 milhão 295 mil unidades – ou 15 mil unidades a mais do que o número divulgado há pouco mais de um mês, em sua entrevista coletiva à imprensa de final de ano.

O curioso é que o volume produzido na Zona Franca de Manaus no ano passado ficou cerca 7 mil unidades abaixo do esperado pela associação: em vez de 1 milhão 270 mil unidades, saíram das linhas de montagem 1 milhão 263 mil motocicletas. Então a projeção de leve alta de 0,8% foi alterada para elevação de 2,5%.

Por outro lado, o varejo apresentou expectativas superiores às da associação que representa o setor de duas rodas brasileiro. A Abraciclo projetava 1 milhão 255 mil licenciamentos para o ano, mas 2015 fechou com 1 milhão 273 mil motocicletas emplacadas – ritmo ajudado pela nova lei que exige o licenciamento dos ciclomotores desde julho, antes não obrigatório.

No ano passado foram licenciados 64,7 mil ciclomotores, ante 17 mil unidades em 2014. Segundo a Abraciclo, muitos deles chegam a ter dois ou três anos de uso, mas foram emplacados por causa da Lei 13 145.

Para este ano o varejo deverá fechar com 1 milhão 280 mil motocicletas comercializadas, 20 mil unidades a mais do que a projeção de dezembro – mas com diferença de 0,1 ponto porcentual de crescimento, passando de 0,4% para 0,5%.

A projeção para as vendas no atacado permaneceu inalterada: 1 milhão 220 mil unidades. Só que como o resultado ficou abaixo das expectativas da associação – 1 milhão 190 mil unidades faturadas, ante 1 milhão 210 unidades projetadas – o porcentual de crescimento subiu de 0,8% para 2,5%.

Os números foram mantidos também para as exportações, que deverão alcançar 75 mil unidades este ano, um crescimento de 8,5% sobre os 69,1 mil embarques do ano passado, que ficou abaixo da expectativa de 73 mil divulgada pela Abraciclo no fim de 2015.

Ranking – A Honda liderou mais uma vez, com folga, as vendas de motocicletas no ano passado, com 984,7 mil unidades, ou 82,8% do mercado nacional. A Yamaha foi a segunda marca mais vendida, com 130,3 mil unidades e 11% de participação. Com 1,5% das vendas, a Suzuki encerrou o ano na terceira posição, com 18,4 mil unidades comercializadas.

Os três modelos mais vendidos são Honda: 192,3 mil NXR 160 Bros, 140,8 mil Biz 125 e 95,3 mil CG 150 Fan – a Abraciclo diferencia os diversos modelos de CG 150, Cargo, Fan, Start e Titan, que, juntos, comercializaram 292,7 mil unidades e lideraram as vendas, de acordo com a Fenabrave.

Honda transferirá CR-V do México para os Estados Unidos

A Honda North America anunciou nesta semana que transferirá a produção do utilitário CR-V do México para os Estados Unidos a partir do início de 2017. O SUV grande passará da linha de montagem de Guadalajara para a de Greensburg, no Estado de Indiana. O objetivo é abrir mais espaço para a produção do HR-V, que tomará o espaço deixado pelo CR-V no México – a planta estadunidense produz também o Civic.

Esta iniciativa deve afetar a oferta do CR-V no Brasil, uma vez que o modelo é atualmente importado do México sem imposto de importação, pelo acordo automotivo dos dois países. Como, porém, o País não tem o mesmo acordo com os Estados Unidos, o modelo passaria a recolher os 35% do imposto de importação.

De acordo com dados da Fenabrave o CR-V respondeu por duas mil unidades comercializadas no Brasil no ano passado, bem menos que as sete mil de 2014 – vítima da própria concorrência interna com o irmão menor HR-V.

A mudança na América do Norte pode ainda representar um reforço nos volumes do HR-V no Brasil, já que a Honda poderia trazê-lo sem imposto de importação ao País e a inauguração de sua segunda fábrica no País, em Itirapina, no Interior paulista, foi postergada indefinidamente. A fabricante já usa um pequeno reforço produtivo para o modelo vindo da Argentina.

Com a alteração a Honda terá duas fábricas no México produzindo o HR-V: além de Guadalajara, o modelo já deixa a linha de montagem da unidade de Celaya.

A atitude da montadora de origem nipônica representa na verdade um retorno da atividade produtiva do CR-V para os Estados Unidos. Até 2007 ele era produzido ali e o sedã Accord no México, mas houve uma inversão dos produtos nas respectivas plantas naquele ano. Foi a partir de então que o CR-V se popularizou no Brasil, com preço mais acessível a partir da isenção do imposto de importação.

Coincidentemente em dezembro a Honda lançou no Brasil a nova geração do Accord, a R$ 156 mil, em versão única com motor V6 3.5, 280 cv. Importado dos Estados Unidos.

 

Kia Motors e Chery ganham renovação de suas habilitações ao Inovar-Auto

A Kia Motors e a Chery receberam renovações de suas habilitações ao Inovar-Auto, o regime automotivo brasileiro.

A fabricante de origem coreana, desta forma, ganhou nova cota de 4,8 mil unidades/ano para importação sem cobrança adicional do IPI majorado em trinta pontos porcentuais, o teto desta cota. Este volume, de acordo com a Portaria 413 do MDIC, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, poderá ser utilizada livremente até 31 de dezembro de 2016.

Pela primeira vez, entretanto, a marca de origem coreana terá um volume adicional a importar com vantagens tributárias. Isso porque a Kia Motors inaugura neste primeiro trimestre fábrica no México, país que conta com acordo automotivo bilateral com o Brasil. Assim, os veículos vindos daquele país não pagarão imposto de importação.

No ano passado, de acordo com dados da Abeifa, a Kia Motors comercializou no Brasil quase 16 mil unidades, em queda de 33% ante as 23,8 mil de 2014. Ou seja: a empresa, representada no País pelo Grupo Gandini, arcou com os impostos cheios para cerca de 11 mil unidades, vez que todas são importadas de países com os quais o Brasil não tem acordo bilateral automotivo e a empresa não tem fábrica no País, tampouco projeto para tal.

Apesar disso o Sportage foi o modelo importado mais vendido do Brasil no ano passado, com 6,7 mil emplacamentos.

Neste 2016 a gama deverá ser reforçada pelos modelos Rio e a nova geração do Cerato, que serão produzidas em território mexicano. Mas de qualquer forma os volumes não deverão ser muito significativos, vez que até 2019 o comércio Brasil-México no setor automotivo ainda será regido por cotas, divididas por montadoras – definição que vem em 70% da Amia, a Anfavea local. Como a Kia ainda não produzia ali quando o acordo foi fechado, há um ano, a fabricante terá de se contentar com o que for possível dentro da cota estabelecida, que para 2016 é de US$ 1,6 bilhão, a contar a partir de março, para todas as empresas.

Chery – Já a situação da Chery é bem distinta, vez que a montadora de origem chinesa já é uma fabricante local, com unidade em Jacareí, no Vale do Paraíba. Ela também teve sua habilitação ao Inovar-Auto renovada até o fim do ano, mas neste caso recebe desconto no IPI a partir de cálculo sobre as compras locais.

Em dezembro a montadora mais uma vez apresentou uma revisão de seus planos de produção nacional, que agora preveem em março o novo QQ, um subcompacto, e três versões de carrocerias distintas do SUV Tiggo a partir do segundo semestre: a 5 primeiro, depois a 1 e mais tarde a 3.

O cronograma prevê de oito mil a dez mil unidades fabricadas no Brasil neste ano, sendo de 1 mil a dois mil destinadas ao Exterior. A fabricante não recebeu cota de importação nesta habilitação, específica para as operações locais, o que não a preocupa: a partir de agora a comercialização dos Chery no País será totalmente de produtos nacionais, abrindo mão dos modelos trazidos da China.

Montadoras e governo estadunidense preparam acordo para elevar segurança

O governo dos Estados Unidos e um grupo de montadoras deverão assinar na sexta-feira, 15, um acordo que estimulará mudanças na segurança dos veículos. Segundo a agência Reuters, que citou fontes das empresas e do governo, a adesão será voluntária e deverá criar uma nova era de cooperação entre montadoras e agências reguladoras, após um ano marcado por diversos recalls e investigações sobre falhas em veículos.

O acordo, em discussão há algumas semanas, procurará também melhorar a segurança cibernética dos veículos – que agora passaram a adotar muito mais softwares e, por isso, estão mais suscetíveis a ataques de hackers e vírus. A ideia é detectar defeitos em potencial em todo o veículo, desde a parte mecânica até a eletrônica. Segundo uma fonte, será criada uma força-tarefa da indústria e governo para melhorar a segurança automotiva.

Apesar do acordo voluntário, o administrador da NHTSA, órgão regulador da indústria e do trânsito nos Estados Unidos, Mark Rosekind, disse que a agência não mudará a postura e seguirá aplicando multas naqueles que não cumprirem com as regras de segurança. No ano passado foram convocados recalls de 64 milhões de veículos nos Estados Unidos, e boa parte das montadoras recebeu sanções financeiras da NHTSA.

Segundo a Reuters lideram as conversas sobre o acordo BMW, Daimler, Fiat Chrysler, Ford, General Motors, Honda, Hyundai, Nissan e Toyota. O teor será anunciado durante o Salão de Detroit por integrantes do governo e executivos das montadoras.

Indústria mexicana tem o melhor ano da história

Na contramão da indústria automotiva brasileira, os mexicanos comemoraram em 2015 o melhor ano da história do setor naquele país. Segundo a Amia, associação que representa as montadoras instaladas no México, a indústria registrou recordes em todos os indicadores: produção, vendas domésticas e exportações.

Saíram das linhas de montagem 3,4 milhões de unidades no ano passado, crescimento de 5,6% com relação ao resultado de 2014. As fábricas mexicanas superaram as brasileiras em 1 milhão de unidades em 2015.

As exportações representaram a maior fatia dessa produção, ao somarem 2,8 milhões de unidades no ano passado, um avanço de 4,4% com relação ao ano anterior. Os Estados Unidos foram, disparados, o melhor cliente dos veículos mexicanos: foram exportados para aquele país quase 2 milhões de unidades, ou 72,2% do total dos embarques.

Em segundo lugar ficou o Canadá, com 290,4 mil unidades, aumento de 8,6% e 10,5% de participação.

O Brasil, outrora terceiro maior cliente dos modelos mexicanos, fechou o ano como quarto maior importador, com 59,4 mil unidades – uma queda de 42,2% nas compras. Foi superado pela Alemanha, que elevou em 9,4% as compras mexicanas e fechou o ano com 94,1 mil importações.

O mercado mexicano alcançou 1,4 milhão de veículos, um avanço de 19% no período. Deste volume, 47% foram de veículos produzidos no México e 53% importados – boa parte do Brasil, que no ano passado elevou em 75% seus embarques para o país norte-americano, de acordo com a Anfavea.

Veículos com motor 1.0 perdem mercado pelo sexto ano seguido

A participação dos automóveis com motor 1.0 no total das vendas do mercado brasileiro em 2015 caiu pelo sexto ano seguido e alcançou o nível mais baixo dos últimos 22 anos: 33,8% do total comercializado, índice comparável apenas ao de 1993, 26,7%, ainda fase do início da popularização deste tipo de veículo no Brasil, também conhecido como Popular, nascido em 1990 com o Fiat Uno Mille.

Em 1994 a participação destes modelos nas vendas totais de automóveis já alcançava 39,7%.

De acordo com dados da Anfavea a queda dos 1.0 em 2015 ante 2014 foi a maior do mercado de automóveis: chegou aos 29%, portanto bem além da média, que foi de 24%. Ao todo 717 mil unidades foram vendidas neste ano ante 1 milhão um ano antes.

Como comparação os modelos com motor na faixa acima de 1.0 até 2.0 viram queda bem menor, de 20,9%, para 1 milhão 355 mil ante 1 milhão 714 mil um ano antes. E os acima de 2.0 caíram 28,3%, para 50,6 mil ante 70,6 mil.

Apenas do fim do primeiro semestre para o do segundo os 1.0 perderam mais de um ponto porcentual: em junho o índice estava em 34,9%. Em 2014 fora de 36,1% e em 2009, última vez em que o segmento conseguiu ganhar mercado na comparação com o ano anterior, alcançava 50,3%. O melhor ano foi 2001, com praticamente 70% das vendas.

O fim de modelos mais baratos com esta motorização, como Fiat Mille, VW Gol G4 e mais recentemente o Chevrolet Celta, ajudaram em muito o cenário atual – algo não compensado com lançamentos como o VW Up!, que só tem motores 1.0, agora também com opção turbo.

Como a faixa de entrada chegou a valores mais altos, também pela adoção obrigatória de equipamentos de segurança e fim dos descontos tributários, os tradicionais consumidores dos 1.0 caíram para os seminovos ou passaram a adquirir modelos com motorização um pouco mais elevada, como 1.4 ou 1.5, de pouca diferença no valor final da parcela mensal de um financiamento.

E isso apesar da recente adoção de novas e avançadas tecnologias para os motores 1.0, em particular a de três cilindros, como os de VW, Ford, Nissan e Hyundai, por exemplo, e também de uma faixa de cobrança de IPI mais reduzida.

VW foi a montadora que mais exportou no País em 2015

A Volkswagen foi a maior exportadora do setor automotivo brasileiro em 2015, aponta levantamento realizado pela Agência AutoData com base em números divulgados pelo MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Vigésima-quinta colocada no ranking geral, a VW liderou o ranking exclusivo do setor automotivo com embarques equivalentes a quase US$ 1 bilhão 280 milhões, em alta de 12,2%. Com isso a participação da montadora no total de exportações brasileiras cresceu de 0,5% em 2014 para 0,67% no ano passado.

A fabricante fechou vários novos negócios de exportação em 2015, como o envio do Up! para diversos países sulamericanos e blocos de motor para a Europa.

Considerando-se apenas as montadoras de veículos leves, na segunda posição do ranking ficou a Ford, vigésima-nona no geral, com US$ 1 bilhão 56 milhões e queda de 10,5%. A terceira colocada é a FCA Fiat Chrysler Automobiles, a trigésima-terceira no geral, US$ 1 bilhão 8 milhões e leve redução de 2,8%.

Fecham os cinco primeiros da lista Toyota e General Motors, respectivamente ocupando as posições 36 e 37 no geral. A montadora de origem japonesa acumulou embarques no valor de US$ 919 milhões, alta de 2,5%, e a de descendência estadunidense chegou a US$ 901 milhões, crescimento de 10,9%.

Importações – Do outro lado da balança, o das importações, a análise dos dados do MDIC aponta a Toyota como a campeã no recebimento de embarques para o setor automotivo nacional.

Na quinta colocação do quadro geral, a fabricante trouxe o equivalente a US$ 1 bilhão 922 milhões, redução de 26,2% ante 2014.

Na segunda colocação da lista dos maiores importadores no ano passado aparece a Ford, décima-primeira no geral com US$ 1 bilhão 564 milhões, baixa de 33,8%. E fecha o pódio a FCA, décima-segunda no total com US$ 1 bilhão 535 milhões, aumento de 18%.

Completam o top-5 das importações Volkswagen, décima-terceira no geral e US$ 1 bilhão 484 milhões, redução de 29,2%, e General Motors do Brasil, décima-sétima do ranking principal com US$ 1 bilhão 145 milhões, baixa de 16,8%.

Assim, as mesmas montadoras que ocupam o top-5 das principais exportadoras do País no setor automotivo também estão na lista das cinco maiores importadoras, ainda que algumas posições apresentem variação de um quadro para outro.

Se somados os resultados destas cinco empresas o volume de exportações chegaria a aproximadamente US$ 5,1 bilhões ante US$ 7,6 bilhões em importações – um impressionante déficit, assim, de US$ 2,5 bilhões.

Brasil sobe uma posição e encerra novembro como sétimo maior mercado do mundo

Apesar do fraco desempenho nas vendas de automóveis e comerciais leves em novembro, com 189,4 mil unidades comercializadas e queda de 32,3% com relação ao mesmo mês de 2014, o Brasil ficou á frente da França no mês e recuperou a sétima colocação do ranking, que nos dois últimos meses ficou com os gauleses. Os franceses adquiriram 181 mil unidades em novembro, alta de 10%, e ficaram em oitavo.

Na sexta posição ficou a Grã-Bretanha, repetindo o desempenho dos últimos meses. Os britânicos compraram 207,9 mil veículos em novembro, alta de 4,6% com relação a igual mês de 2014.

As primeiras posições se mantiveram inalterada: China na liderança, seguida por Estados Unidos, Japão, Alemanha e Índia. No acumulado do ano o ranking mantém a ordem de novembro.

Por grupos de montadoras a Volkswagen manteve a liderança, mesmo com a queda de 1,9% na comparação mensal e de 2% no acumulado do ano, já sentindo os efeitos do escândalo da fraude dos motores diesel. A Toyota ficou na segunda posição, também com queda nas vendas acumuladas, mesmo fato que ocorre com a General Motors, terceira colocada.

Varejo e vendas diretas mantêm níveis de 2014

A queda nas vendas de automóveis e comerciais leves foi linear para os licenciamentos no varejo, feitos para consumidores comuns pessoa física, e nos emplacamentos por meio de venda direta, aquela realizada usualmente a frotistas e pessoas jurídicas com algum desconto por parte das montadoras – e sem tanta rentabilidade para as concessionárias.

Segundo a Fenabrave no ano passado 71,2% dos licenciamentos foram decorrentes de veículos negociados no varejo, ou algo em torno de 1,7 milhões de unidades. Os 28,8% de diferença foram de modelos emplacados por meio de vendas diretas, ou 713,3 mil unidades. Os segmentos apresentaram queda de 26% e 25,3%, respectivamente, dentro da média do mercado geral, que caiu exatamente 25,6% segundo os dados da associação.

Quebrou, assim, um movimento de ganho de participação das vendas diretas dentro do mercado em geral, iniciado em 2013. Naquele ano as vendas diretas chegaram a 25,6%, ante 25% em 2012. Em 2014 a fatia subiu para os 29%, que recuaram para 28,8% no ano passado.

Em volume, porém, a diferença foi grande. Em 2014 o mercado registrou quase 1 milhão de automóveis e comerciais leves vendidos por venda direta – exatamente 965 mil unidades , ante 713,3 mil no ano passado. O resultado de 2014 foi um dos maiores da história, atrás de 2010, logo após a crise econômica mundial, quando alcançou 1 milhão 15 mil unidades licenciadas por meio de venda direta.

Algumas marcas ainda se destacam nessa modalidade. Quase metade dos licenciamentos de modelos Renault do ano passado foi por meio de vendas diretas – 47,1%, ou 85,6 mil unidades. A Fiat, líder em vendas diretas com 26,2% do total, teve 42,7% das suas vendas do ano passado pela modalidade, ou 187,6 mil unidades.

A General Motors, vice-líder em vendas, teve 95 mil veículos vendidos por vendas diretas – ou um quarto do total de seus licenciamentos do ano passado. Manteve, portanto, a liderança no varejo, com 16,5% de participação.

Detroit, dia 2: discrição e boa música.

Lá, fora do Cobo Hall, flocos de neve começavam a cair quando a Lincoln, divisão de luxo da Ford, iniciou a apresentação de seu Continental na manhã da terça-feira, 12, pré-anunciada por quinteto e Sara Niemietz, conhecida defensora do jazz e do rhythm and blues de Chicago ao som de Fever e Fly Me to the Moon.

Também havia luzes e um certo rumor quase alarido, pois muitos dos quase sete mil jornalistas credenciados já haviam partido, tudo um pouco mais contido do que no dia anterior, quando uma das atrações extra-carros foi Ria Weaver, neozelandesa igualmente freguesa de R&B, durante a apresentação do Mercedes-Benz SLC. Para os cultores de cultura e boa música um prato cheio.

O mesmo vale para os amantes da marca Lincoln, que viram seu modelo preferido, o Continental, ser dotado de incrementada sopa de letrinhas tecnológica. Classe média deste país gosta da segurança e da firmeza que um Lincoln fornece, anteparo para os Wasp, sigla em inglês para brancos anglo-saxões e protestantes, e eleitores do Partido Republicano. Ou seja: uma turma mais conservadora. Lincoln nunca foi marca elegível para o Brasil.

A Ford descreve este Continental como “um sedã grande, poderoso, tranquilo e elegante”, de “luxo discreto”. Diz, também, que “combina design ao mesmo tempo contemporâneo e caloroso”.

Estará disponível para clientes da América do Norte e da China a partir de julho, com motor 3 litros V6 com duplo turbocompressor que gera 405 cv.

Mostrado na segunda-feira, 11, o Honda Civic galardoado com o título de Carro do Ano é um novo carro a partir da plataforma. Um orgulho para John Mendel, vice-presidente da Honda of America e na prática seu homem forte, pois, na sua décima geração, o carro foi totalmente desenvolvido aqui no país – primeira vez que isto acontece no mundo da companhia.

Deverá chegar ao Brasil ainda no segundo semestre, com sua carroceria reformulada e elegante e agressiva coluna C. E deverá ter duas opções de motorização, na forma 1,5 litro turbo, com 174 cv, e 2 litros aspirado, com 155 cv.

Tudo isso com câmbio CVT. Segundo opinião de técnicos da Honda essa associação gerou um produto de décima geração com notável potência e notável economia de combustível. Graças à nova plataforma o carro ficou um pouco mais largo, um pouco mais comprido e pouca coisa mais baixo – Mendel teria dito que o Civic, agora, é um carro reinventado.

A Nissan mostrou um conceito de picape grande, cabine dupla, a Titan Warrior, e festejou seu crescimento nos mercados da América do Norte no ano passado: 7,1% ante 5,7% da média da indústria.