Brasil precisa educar para reduzir mortes no trânsito

São Paulo — O Brasil perde R$ 50 bilhões por ano por causa dos acidentes e mortes no trânsito, segundo cálculo de Daniela Gurgel, gestora de comunicação do ONSV, Observatório Nacional de Segurança Viária. Ela participou do Open Fórum de Trânsito, organizado pela Renault em parceria com a entidade na quarta-feira, 26. Mais: se nada for feito para mudar esse cenário, em dez anos dois terços das economias geradas pela reforma da Previdência serão gastos apenas com os acidentes de trânsito.

Em 2019 cerca de 32 mil pessoas perderam a vida em algum tipo de acidente de trânsito, sendo o Brasil o quarto país que mais registrou mortes de trânsito. As motocicletas representaram 35% do total de mortes, com os automóveis em segundo, com 23%. O pior resultado anual computado desde 2009 foi registrado em 2012, com mais de 44 mil vidas perdidas.

Para mudar esse cenário a gestora do ONSV, assim como Eduardo Biavati, mestre em sociologia e especialista em educação e segurança no trânsito, que também participou do evento, acreditam ser necessário agir pela base da sociedade e educar as crianças já nas escolas:

"As escolas, guiadas pelo BNCC, Base Nacional Circular Comum, precisam começar a educar as crianças sobre segurança viária nas escolas públicas e particulares. É necessário construir de baixo para cima. Mas com a pandemia e todo esse cenário de desorganização acredito que o tema avançará só em 2024".

Atrelado ao BNCC o ONSV desenvolveu o projeto Educa, para alunos do primeiro ao nono ano, que receberão livros de educação viária junto com seus professores para começar um projeto piloto. A entidade fez uma parceria com a Fiesp, que está imprimindo os livros em sua própria gráfica, de acordo com Daniela Gurgel: ""Entregaremos 300 mil livros até o fim do ano em diversas escolas para que o tema seja inserido na grade de aulas. O projeto deverá começar até o fim de maio em diversos estados e traz uma luz no fim do túnel".

A escolha dos municípios que participarão do projeto piloto foi feita usando como base outras parcerias das prefeituras com o ONSV. O processo de elaboração e aprovação do conteúdo do projeto começou em 2018, passando por todas as esferas políticas necessárias.

Foto: Oswaldo Corneti/Fotos Públicas.