São Paulo – Após pouco mais de dois meses paralisada a linha de produção da General Motors em São Caetano do Sul, SP, voltou a operar parcialmente na quinta-feira, 26, com o retorno de cerca de 2,7 mil empregados. Desde 21 de junho a produção dos modelos Joy, Joy Plus, Spin e Tracker estava suspensa por causa da falta de semicondutores. A expectativa inicial era a de retomada em 2 de agosto.
No entanto, como as dificuldades no fornecimento persistem, apenas o primeiro turno retornou. Em torno de 1,8 mil operários do segundo turno continuarão em casa, e a partir do dia 30 entrarão em férias coletivas por 26 dias, de acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão – e confirmada pela GM.
O metalúrgico explicou que, como os trabalhadores teriam de iniciar a nova leva de férias coletivas no primeiro dia útil da semana, foi preciso negociar para os profissionais do segundo turno um dia de licença-remunerada e outro de day-off, com desconto no banco de horas, para que pudessem sair na segunda-feira e retornar em 27 de setembro, já que dia 24, quando vence o prazo, é uma sexta-feira. Além disso outra ferramenta usada para driblar o cenário de dificuldades trazidas pela covid-19, a Medida Provisória 1 045/21, que renovou o programa de redução ou suspensão de salários e jornada por cento e vinte dias a quatrocentos funcionários, chegou ao fim.
“A situação é muito instável, o que deixa uma ociosidade muito grande na linha de produção. Tem dia que tem componentes, tem dia que não tem. Não sabemos nem se o primeiro turno terá peças suficientes para trabalhar. Hoje tem, amanhã já não sabemos”.
A falta de semicondutores e a parada em São Caetano trouxe efeitos sobre a produção de motores da unidade de São José dos Campos, SP, onde duzentos operários sairão em férias coletivas em 13 de setembro para voltarem em 1º de outubro. Lá também são manufaturados S10 e Trailblazer. Após quase cinco meses no dia 16 o primeiro turno voltou a operar na fábrica de Gravataí, RS, de onde saem Onix e Onix Plus.
Novo produto – Além da crise dos chips, outros motivos que levaram à paralisação da planta do ABC, conforme o sindicalista, foram manutenção e preparação da linha de montagem da nova picape Montana, que deverá começar a ser produzida do fim deste ano ao início de 2022.
A GM informou, na quinta-feira, que para receber a nova Montana e elevar a qualidade, a ergonomia e a segurança dos colaboradores estão sendo instalados robôs e sistemas inovadores que duplicarão a automação da área, chegando ao índice de 94%. Os novos equipamentos prometem aplicação mais homogênea da tinta e menor risco de corrosão. Outra conquista mencionada está na sustentabilidade, reduzindo o consumo de gás natural em 47% na fase de pré-tratamento.
A divulgação do preparo ocorre um dia depois de a companhia ter anunciado que Carlos Zarlenga, presidente para a América do Sul, a havia deixado "em busca de outras oportunidades", para a surpresa do mercado e dos próprios funcionários da GM. Enquanto define seu sucessor, o diretor financeiro para a região, Roberto Martin, ocupará interinamente o cargo.
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