Anfavea aposta em mercado de 2,3 milhões de veículos

André Barros

São Paulo – A Anfavea acredita que o mercado brasileiro de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus crescerá 8,5% em 2022, somando 2,3 milhões de unidades. As estimativas foram divulgadas na sexta-feira, 7, em entrevista coletiva online, e trazem ainda projeção de 9,4% de crescimento para a produção, alcançando 2 milhões 460 mil veículos, e de 3,6% nas exportações, somando 390 mil unidades.

As premissas da entidade, segundo seu presidente Luiz Carlos Moraes, indicam alta de 0,5% no PIB, inflação ainda acima da meta, Selic na faixa dos 11% e câmbio na casa dos R$ 5,50, mas com muita volatilidade. A questão dos juros, disse Moraes, jogou para baixo as projeções.

“De toda forma são 180 mil unidades a mais do que o mercado de 2021. Não é um crescimento otimista, 2,3 milhões de unidades é muito pouco para o mercado brasileiro, que possui uma capacidade produtiva de 4,5 milhões a 4,7 milhões de unidades”.

A questão dos semicondutores seguirá afetando o mercado global este ano, embora em ritmo inferior ao de 2021. Estudo da consultoria BCG estima que deixarão de sair das linhas 7 a 8 milhões de veículos em 2022, ante os 10 milhões de veículos que não foram produzidos no ano passado pela escassez do componente. Aliás, a questão só será totalmente normalizada em 2025 – embora o efeito, segundo a BCG, caia pela metade já no ano que vem.

Moraes justificou, também, que as projeções da Anfavea não diferem muito das feitas pela BCG para o mercado global em 2022 – de 6,7% de alta, para cerca de 80 mil veículos.

A entidade foi mais otimista do que a Fenabrave, que na quinta-feira, 6, divulgou projeção de alta de 4,6% nas vendas em 2022. Cerca de 80 mil unidades a menos do que a Anfavea espera.

Os veículos pesados seguirão com desempenho mais acelerado, segundo as estimativas da entidade. O mercado consumirá 10% mais caminhões e ônibus, ou 157 mil unidades, das quais 140 mil caminhões e 17 mil ônibus, alta de 8,8% e 21,4%, respectivamente. Nos leves o crescimento será de 8,4%, somando 2 milhões 143 mil unidades.