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31 AutoData | Abril 2019 Por Marcos Rozen. Colaboraram André Barros e Bruno de Oliveira só 1,3%, em descompasso com o cresci- mento do mercado. A explicação está nas exportações do segmento, que fecharamo primeiro trimestre em forte baixa de 65,6%, em2,5mil caminhões embarcados ante 7,3 mil do acumulado janeiro-março de 2018. Saltini atesta que “houve uma inversão do fluxo comercial e as empresas hoje es- tão concentrando seus esforços nomerca- do interno. Os pesados seguem puxando a produção e ao longo do ano os médios deverão representar parte importante nas linhas devido ao crescimento da economia em determinados setores”. Para a Fenabrave, a associação nacional dos distribuidores de veículos, os resul- tados poderiam ter sido ainda melhores. Sérgio Zonta, seu vice-presidente, alega que a indústria de implementos rodoviá- rios não está acompanhando o ritmo das encomendas, especialmente no segmento de pesados. “As fabricantes não estão com sua capacidade plena. Temos relatos de clientes postergando compras porque a carreta não é entregue a tempo. E de nada adianta ele receber o cavalo mecânico e deixá-lo parado.” Divulgação/Volvo Procurada, a Anfir, associação que re- presenta as fabricantes de implementos, afirmou que a capacidade atual da indústria condiz coma demanda de encomendas e que não há relatos de atrasos ementregas. Os dadosmais atualizados da entidade são do primeiro bimestre, que encerrou emele- vação de 54% no comparativo anual, para 16,5mil unidades, sendo que no período re- boques e semirreboques cresceram71,8%, para 8,9mil, enquanto as carrocerias sobre chassi subiram menos, 37,7%, em 7,6 mil. A QUARTA Os bons resultados da indústria, entre- tanto, têm ficado quase que em segundo plano neste início de segundo trimestre. O que mais se comenta é mesmo a decisão da Ford de abandonar o segmento de ca- minhões – e não poderia ser diferente, já que a fabricantemanteve, nestes primeiros três meses de 2019, sua quarta posição do ranking de vendas, com 2,6 mil unidades, evolução de 54%. São números nada desprezíveis. Para uma fonte diretamente ligada ao mercado de caminhões, que pediu anoni- mato, ainda é cedo para avaliar as consequ- ências, mas a tendência é que as mais be- neficiadas sejammesmo Mercedes-Benz e Volkswagen, que atuam nos mesmos segmentos da Ford Caminhões. Para essa fonte “a Ford puxava o preço para baixo, com diferença de 10% a 12% dependendo do segmento e da versão. VWeM-B terão que avaliar se pretendem trabalhar nessa faixa um pouco mais abaixo, para aboca- nhar os clientes que comprariam os Ford, ou se ficam nos mesmos níveis em que estão hoje e deixam o mercado se aco- modar sozinho, disputando consumidores somente a partir das vantagens de seus respectivos produtos”. Isso poderá ocorrer, é claro, se realmen- te a Ford deixar o mercado. Ocorre que há emcurso série de negociações envolvendo a fabrica do Taboão, e no pacote iriam as operações comerciais da marca. Amaioria dos interessados está de olho apenas nos caminhões, deixando a parte dos automó- veis da planta de lado. Vendas de caminhões: primeiro trimestre. Semileves 1 388 831 + 67% Segmento Jan a mar 19 Jan a mar 18 Variação Leves 2 576 2 795 - 7,8% Médios 2 190 1 306 + 67,7% Semipesados 4 626 3 200 + 44,6% Pesados 10 684 6 401 + 66,9% Total 21 464 14 533 + 47,7% Fonte: Anfavea

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