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15 AutoData | Julho 2020 nos quais trabalhamos com todas as matrizes energéticas que se pode ima- ginar. Mas há a questão da construção da infraestrutura necessária. Temos os produtos e a tecnologia, e a combina- ção de várias delas também pode ser positiva dependendo da necessidade e da aplicação. Há umclaromovimento na indústria au- tomotiva para encaminhar aos órgãos competentes pedido de adiamento de marcos regulatórios, como o Euro 6 para os veículos comerciais. O senhor con- corda com isso? Apoiamos tudo o que se refere a não só reduzir como a zerar as emissões. Somos uma empresa sustentável e temos esse reconhecimento. Somos responsáveis. Mas o momento é o pior possível: es- tamos tentando manter os empregos, o mercado, o caixa, e precisamos fa- zer esse investimento em tecnologia ao mesmo tempo, pois é parte da le- gislação vigente. Entendo que o mais inteligente seria associar essa nova fase da regra de emissões a uma reciclagem dos veículos. A frota antiga gera muito dano, não só em emissões quanto em segurança. O investimento necessário para atender a Euro 6 é bilionário, na faixa de R$ 12 bilhões, e isso não para lançar os produtos amanhã, pois há to- das as etapas de desenvolvimento a cumprir. Precisaríamos juntar as duas coisas, talvez jogar um pouco para a frente... não estamos falando em prazos absurdos, mas adiamento por um ano não resolverá a vida de ninguém: diante dos processos de desenvolvimento e de validação o investimento teria que con- tinuar. Não podemos esquecer também dos volumes: fazer esse investimento agora signi ca pegar o consumidor em uma curva de ascensão do mercado e fazê-lo pagar por ela. Isso terá um cus- to, não é grátis. Todo mundo lembra do impacto do Euro 5, até hoje pagamos a conta. Não podemos subestimar isso. Há décadas se fala em renovação de fro- pagos pelos respectivos governos esta- duais. Isso é custo na veia, é insustentá- vel. Lidar com isso e com as estruturas de pessoal e de sistema necessárias é uma loucura, não pode continuar. ACNH Industrial, no ano passado, reve- lou uma estratégia global de promover spin-o s de diversas empresas que for- mamo conglomerado. Isso foi suspenso? Continua como previsto, a intenção con- tinua a mesma, estamos trilhando o ca- minho mas até lá há muito trabalho a ser feito. Estamos agora na fase de ajustes. Isso irá em frente, e tem que ir, mas seria uma loucura completa apresentar agora uma proposta de spin-o . Será adiado por algum tempo, pode ser que ocorra em 2021, há uma grande possibilidade mas dependendo do mercado. De toda forma isso ocorrerá tambémna América Latina? Como cará a estrutura? Haverá as áreas On-Highway e O -Hi - ghway, cada uma com um executivo responsável. Os nomes ainda serão de- nidos. O lado On cará com veículos e FPT e o O com os demais, seguin - do a estratégia global. Isso acontecerá inclusive na região da América Latina. Temos bastante sinergia nas diversas áreas e estamos trabalhando agora para determinar como atuarão em conjunto. O uso do gás para veículos comerciais é uma boa ideia? A FPT tem um portfólio riquíssimo, com amplos centros de desenvolvimento, “Adiamento [da entrada em vigor do Euro 6] por um ano não resolverá a vida de ninguém.”

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