371-2020-10

103 AutoData | Outubro 2020 com retração de 33%, e recuperaçãomédia de 7% a. a., jogando a normalização para 2027, e a de 1998-1999, recuo de 35%, re- tomada de 6% a. a. com expectativa para 2029. Com os resultados de 2019, que trou- xeram alívio após a crise de 2015-2016, a atividade estimava a partir de 2020 atingir volume próximo de 23 mil unidades. O de- sempenho do primeiro bimestre permitiu sonhar com a consolidação destes núme- ros, mas com a pandemia tudo mudou. Agora a projeção mais otimista é chegar perto de 10 mil unidades emplacadas: “É uma situação sem precedentes e é difícil de prever algo mais consistente”. Já nos cálculos da Fabus, Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, a produção de carrocerias de ônibus no Brasil deve retornar, este ano, ao nível de 2016 e 2017, totalizando algo de 14 mil a 15 mil unidades. O volume representa- ria recuo de 35% com relação ao que foi consolidado no exercício passado, que chegou a 22,1 mil carrocerias. A proje- ção feita pela Fabus, porém, não inclui as unidades produzidas para o programa Caminho da Escola. De acordo com a associação a retração do primeiro semestre foi de 31%, decor- rência direta da pandemia e fortemente concentrada em abril, que apurou perda de 61%, teve férias coletivas e paradas das montadoras de chassis, observa o presi- dente da Fabus, Ruben Bisi: “Começamos o ano bem, como era imaginado, com alta de 9% no bimestre. Veio a pandemia e derrubou todas as projeções”. Ele lembra que o ano representaria a consolidação da retomada do setor, que passou 2015, 2016 e 2017 com produção média de 14 mil a 17 mil. Nos dois anos seguintes os volumes somaram em torno de 20 mil e 22 mil: “Para 2020 se calculava de 24 mil a 25 mil”. No primeiro semestre as oitomarcas produziram7mil 549 unidades, com queda mais expressiva no mercado interno, de 47%. Na avaliação da Fabus a retomada mais Divulgação/MBB efetiva do setor se dará assim que as em- presas elevarem a receita e alcançarem equilíbrio financeiro, até por força da ne - cessidade de renovar a frota, que está envelhecendo em razão das sucessivas crises: “A restrição para a movimentação das pessoas é mundial. No segmento ur- bano a redução de passageiros oscila de 40% a 60%”. A coisa teria sido ainda pior não fosse o programa federal Caminho da Escola, que pode representar algo como 30% dos negócios totais de ônibus este ano. Jorge Carrer, ferente de ônibus da Volkswagen, considera que “as entregas deste ano se- rão importantes para todo o mercado. As demais compras públicas também serão impactantes, porque quase nada teremos do setor privado”. ParaWalter Barbosa, diretor de vendas da Mercedes-Benz, outro segmento que foi menos atingido em 2020 é o de freta- mento, beneficiado pela necessidade de mais veículos para garantir o transporte de passageiros em menor número por unidade em respeito ao distanciamento social provocado pela covid-19. Carrer acredita que o segmento pas- sará por adequações e trará mais custo a quem contrata, pois haverá mais frota com menos gente transportada. Mas alerta: “A dúvida é saber até quando isto será sustentável”.

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