377-2021-05

22 Maio 2021 | AutoData previsão de novas paradas, ninguém se arrisca a dizer que a crise de abastecimento ficou definitivamente para trás diante do desarranjo global na cadeia de produção. Não se enxerga no horizonte, por exem- plo, regularidade no fornecimento de com- ponentes eletrônicos, dada a escassez mundial de chips, ao mesmo tempo em que o aperto na ofertamundial de borracha acende um grande sinal de alerta. Para piorar o descontrole da crise sanitária no Brasil torna imprevisível tanto o calendário de produção quanto o comportamento do mercado. Quem pode garantir, hoje, que não haverámais retrocessos na reabertura das atividades? Em quadro descrito como dinâmico e volátil os riscos são, portanto, enormes – e seguirão colocando uma grande sombra sobre o planejamento da indústria. Mas esforços dos fabricantes em acelerar o ritmo para atender a fila de espera que se formou nas locadoras, assimcomo reduzir a falta de modelos nas concessionárias, já foram notados nos últimos resultados divulgados pela Anfavea. Mesmo com a maioria das montadoras paradas na virada demarço para abril e, na sequência, como segundo turno da Fiat Betim interrompido por dez dias, a indústria automotiva seguiu produzindo na faixa de 200mil veículos por mês em 2021. MENOS, NÃO Em tempos de pandemia, quando o rit- mo é limitado por protocolos de prevenção que impedem a concentração de traba- lhadores no chão de fábrica e aumentam o absenteísmo, além da irregularidade no fornecimento de autopeças, não dá para esperar muito mais do que isso. Nos próximos meses há muitos moti- vos para crer que esse ritmo, no mínimo, não será reduzido. A General Motors, por exemplo, acaba de reativar o segundo turno de produção da picape S10 na fábrica de São José dos Campos, no Interior Paulista. Já na unidade de Gravatai, RS, responsável pela produção do Onix, carromais vendido do País, o retorno às atividades produtivas está agendado para julho. Nos próximos dois meses a Mercedes- -Benz terá jornadas de produção também aos sábados, em datas a serem definidas, para alcançar a fabricação de caminhões programada inicialmente para este ano no parque industrial de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Também será aos sábados, além de feriados, que aVolkswagen pretende repor os doze dias corridos emque todas as suas fábricas pararam em razão da segunda onda da pandemia no Brasil. Conforme relatou a Volkswagen, cada unidade do grupo terá liberdade para definir com os funcionários o melhor momento para compensar os dias parados. Já a Mercedes-Benz conta que, assim como aconteceu em outubro, voltará a aplicar testes de detecção da covid-19 em todos os empregados horistas que estão trabalhando presencialmente. Férias a grupos alternados da produção também estão sendo dadas namontadora de cami- nhões para reduzir o número de pessoas trabalhando simultaneamente e, assim, atenuar os riscos de contaminação dentro da fábrica. Embora cite um alívio nas cadeias de suprimentos durante a paralisação recente da indústria, a M-B diz que o fornecimento de insumos, principalmente componentes eletrônicos e peçasmetálicas, segue sendo umgrande desafio, demodo que umcomi - tê, envolvendo várias áreas, foi criado para monitorar a situação de abastecimento. PANDEMIA » FÁBRICAS

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=