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63 AutoData | Junho 2022 MIGRAÇÃO PARA OUTROS MODELOS Após estrear nos automóveismais caros da BMW, caso do Série 7, e daMercedes no Classe S e EQS, as tecnologias autônomas devem migrar rápido para modelos mais acessíveis, segundo avalia o gerente de produtos daMercedes-Benz, Evandro Bas- tos. Ele diz que novos veículos ou mesmo futuras reestilizações podem incorporar o seu pacote de automação Drive Pilot. Inicialmente a Mercedes adotou a es- tratégia de oferecer o sistema de auto- mação em um pacote opcional, que na Alemanha custa € 5 mil para o Classe S. Bastos acredita que o ganho de escala poderá tornar a tecnologia mais acessível com o tempo. Por enquanto os dispositivos só estarão disponíveis na Alemanha, único país que aprovou o uso de automação nível 3. Nos Estados Unidos a autorização começa a valer no fim deste ano somente em dois estados, Califórnia e Nevada. E no Brasil? Além da dependência de uma ampla rede 5G, o executivo da Mercedes lembra que um veículo autô - nomo depende de sinalização precisa na via para funcionar bem. É o caso, por exemplo, da necessidade de placas de trânsito instaladas em uma altura padrão, para que consigam ser corretamente in - terpretadas. Emvista disso, a liberação de nível 3 no Brasil deve demorar. Além disso, provavelmente a legalização, quando for escrita e adotada, deverá ser aprovada não no País inteiro, mas por estados ou mesmo por cidades. SALTO AO NÍVEL 4 Em uma convergência de interesses o então grupo FCA, Fiat Chrysler Automo- biles – transformado em Stellantis após a fusão com a PSA em 2021 – já em 2017 se aproximou daWaymo, startup que nasceu em 2009 nos Estados Unidos como divisão da Google, para desenvolver sistemas de direção autônoma utilizando vans Chrysler Pacifica em testes de campo. De acordo comBreno Kamei, chefe de produto e planejamento da Ramno Grupo Stellantis, em vez de ir evoluindo a auto - mação aos poucos, de nível por nível, a estratégia na parceria com a Waymo foi partir sem escalas para o nível 4, em que motorista não é mais necessário. Kamei garante que a estratégia um tanto arriscada deumaior velocidade ao desenvolvimento. Nos últimos cinco anos o executivo conta que as Pacifica autônomas já roda - ram em conjunto mais de 30 bilhões de quilômetros. Mesmo assim ele ainda vê muito trabalho pela frente: “Os sistemas funcionam muito bem em estradas, mas no anda-e-para das cidades não funcio- nam tão bem”. Os cérebros artificiais – e as parcerias que os criam – já fazemmuitas coisas. Mas ainda não fazem tudo. Divulgação/Bosch

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