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46 Abril 2025 | AutoData INDÚSTRIA » DESENVOLVIMENTO de 2026. Em 2024 a empresa importou mais de 150 mil veículos, vendeu 76,8 mil e ainda tem mais de 50 mil em pátios à espera de compradores, contando com os que chegaram este ano. Para tentar barrar a invasão chinesa, já há cerca de um ano, Anfavea e Sindipeças pedem a retomada imediata da alíquota de 35% sobre carros elétricos e híbridos, mas encontram resistência no governo. Negociadores de ambas as entidades presentes a uma reunião realizada em novembro, na qual estavam presentes diversos ministros e o presidente da República, revelaram que a única divergência em retomar a tarifa foi de Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil – por onde passam todos os projetos de lei e regulamentações – e ex-governador da Bahia que, não por acaso, tratou diretamente da instalação da BYD no Estado. Agora o lobby da BYD espera encontrar o mesmo poderoso apoio para aprovar o ex-tarifário para carros semidesmontados SKD e totalmente desmontados CKD, sem que necessite comprar sequer um parafuso no Brasil – embora a empresa não descarte a possibilidade de adquirir alguns itens de fornecedores locais, também não se compromete em fazer isto. REDUÇÃO PARA SKD E CKD Carros híbridos e elétricos semidesmontados e desmontados já são contemplados com redução do imposto de importação de suas partes, que a partir de julho para híbridos plug-in será de 28% SKD e de 14% CKD, e para elétricos de 25% e 10%. Está programada a retomada gradual da tarifa para 35% até julho de 2028 – para picapes a alíquota já está fixada neste porcentual. O que a BYD demanda ao governo agora é a redução destas alíquotas por 36 meses, até 2028, sobre elétricos e híbridos semidesmontados e desmontados, que passaria para 10% no regime de montagem SKD e para 5% no CKD, incluindo também picapes no pleito. Inicialmente, ainda este ano, a fabricante pretende trazer da China kits de partes parcialmente montadas (veja ilustração) de cinco modelos: o SUV híbrido plug-in Song Plus e os elétricos Dolphin Mini e Yuan Pro, além da picape Shark e uma inédita picape compacta, ambas híbridas plug-in. Este plano está descrito em carta à qual AutoData teve acesso, datada de 19 de dezembro passado e assinada por Tie Li, ocidentalmente autonominado Tyler Li, presidente da operação da BYD no Brasil. No documento endereçado ao MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a empresa afirma não ser possível estabelecer sua cadeia de suprimentos no País em espaço tão curto de tempo: “Para que seja garantida uma transição segura do modelo CBU [veículo importado inteiro] >> SKD >> CKD >> Peça- -a-Peça [produção nacional completa] se faz necessário a criação de um destaque [leia-se ex-tarifário] que possibilite às empresas continuarem importando seus veículos e, de forma gradual, aumentar o índice de nacionalização”, escreveu a empresa. Na carta, também sem firmar compromissos, a BYD descreve ao governo que a fábrica na Bahia terá capacidade para produzir 300 mil carros por ano, de até sete modelos diferentes simultaneamente. E volta a prometer a oferta de contratar 20 mil pessoas para a operação, sem fixar quando isto ocorreria. Em 24 de fevereiro o pedido da BYD para redução a 10%, por 36 meses, da Rui Costa, ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, na visita de dezembro às obras da BYD em Camaçari: aliado poderoso no governo. Fotos Divulgação/Thuane Maria/GOVBA

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