48 Abril 2025 | AutoData INDÚSTRIA » DESENVOLVIMENTO essencial do veículo vem desmontado e, portanto, caracterizado como SKD.” Nesse sentido é desconhecida qualquer negociação da BYD com fornecedores instalados no Brasil para a compra de qualquer um dos itens sugeridos na carta. O Sindipeças, entidade que representa a cadeia de autopeças, reiterou por meio de seu presidente, Cláudio Sahad, durante o Seminário Megatendências 2025, realizado por AutoData, que a BYD ainda não procurou nenhum dos seus associados. Sahad enfatizou: “Enquanto a outra marca chinesa [GWM] está, de fato, comprometida com a produção nacional e já tem negócios com alguns fornecedores locais a BYD ainda não iniciou qualquer tipo de conversa com a cadeia de autopartes instalada no País”. A Bosch, que já fornece sistemas para a BYD na China, no ano passado vislumbrava o início das negociações para fornecer também no Brasil, especialmente o sistema de injeção flexfuel etanol-gasolina para os motores a combustão dos modelos híbridos. Consultada, a empresa limitou-se a enviar uma declaração que nem sequer confirma negociações de um contrato: “Sim, a Bosch está em tratativas com a BYD. Por questões de confidencialidade a empresa não pode divulgar mais informações”. Especialistas do setor automotivo consultados por AutoData argumentam que a BYD sugere nacionalização de itens cruciais como a bateria sem especificar como se dará esse processo, ao mesmo tempo em que pleiteia condições especiais, modificando o texto original e abrindo brechas na LETEC, Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul, mecanismo que o governo federal já flexibilizou no ano passado. Uma das novidades da LETEC seria a utilização do ex-tarifário, com taxação menor para itens específicos, incluindo os kits SKD, mas definindo cotas para essa modalidade de importação. O objetivo seria estimular o início da operação local e inibir a importação de veículos prontos da China. No entanto, nos documentos apresentados pela BYD ao MDIC, não constam os volumes específicos de kits SKD pretendidos para essa operação nos próximos 36 meses. Há também a proposta para utilizar o ex-tarifário na fase seguinte de produção nacional com kits CKD, completamente desmontados, mas o texto não especifica sobre como se daria essa transição para a taxação de 5%. Anfavea e Sindipeças já começaram o contra-lobby para tentar barrar o pedido da BYD. Ambas as entidades classificaram a demanda como “um ataque aos investimentos das empresas no País, uma ameaça aos empregos e falta de respeito com a indústria local”. CRONOGRAMA DESCUMPRIDO Algo que vem chamando a atenção desde que a BYD anunciou pela primeira vez seu projeto de produzir no Brasil, crianO elétrico Dolphin Mini e o híbrido plug-in Song Pro expostos para autoridades e imprensa em dezembro: escolhidos para ser os primeiros montados pela BYD em Camaçari. Fotos Divulgação/Thuane Maria/GOVBA
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