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49 AutoData | Abril 2025 do aqui sua maior operação internacional, são os constantes adiamentos e falta de atualização oficial do cronograma. E em vez de a empresa argumentar de forma transparente as razões de alterações nos prazos, muitos deles justificáveis, como o embargo nas obras, o que se testemunha são anúncios aumentando as apostas no País sem lastro na realidade. Depois do evento de dezembro em que Stella Li garantiu que os atrasos ocorreram por questões pontuais e que a operação começaria ainda no primeiro trimestre, nada mais foi confirmado ou desconfirmado, o que já levantou rumores na imprensa de que a empresa só começará a montar seus kits SKD no segundo semestre, ou até o fim do ano. No entanto, após ter acesso aos documentos de pedidos de ex-tarifários, a melhor aposta sobre este prazo é: a montagem só começa depois da aprovação deste pleito. A revista AutoData de dezembro publicou as recentes promessas não cumpridas da BYD no Brasil, como a contratação de 1 mil funcionários já no começo deste ano – e uma centena deles, inclusive, já estaria naquele momento na China em preparação para treinar esta primeira leva de mão-de-obra do chão de fábrica. Até março a BYD teria no seu quadro 3 mil contratados e 10 mil até agosto – dos 20 mil que diz pretender ter no País. Segundo Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da operação brasileira, também ainda até agosto um sistema de propulsão híbrido-flex já seria acoplado ao SUV Song Pro – o propulsor, inclusive, foi apresentado em Brasília ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a vários de seus ministros, incluindo um sorridente Rui Costa. Depois deste momento de êxtase quase nada se falou oficialmente sobre esses assuntos tão comemorados. Até agora nenhuma das afirmações feitas por diversos executivos da BYD se transformou em realidade. Inclusive os pleitos feitos diretamente ao MDIC para uma condição mais do que especial de ex-tarifário para a importação de kits SKD por um período que pode variar de dezoito a 36 meses, vão na contramão de todas as declarações públicas da BYD. O que também está à mesa é a posição do governo chinês que direciona as decisões de todas as suas empresas, inclusive as privadas, como é o caso da BYD. Desde o ano passado a China tornou-se o maior exportador mundial de veículos, com mais de 6 milhões de unidades. O governo determinou que os fabricantes devem focar em exportar excedentes para ocupar a grande ociosidade das fábricas, que podem produzir perto de 50 milhões de veículos por ano e estão utilizando cerca de dois terços desta capacidade. A determinação do governo chinês é, portanto, segurar grandes investimentos em unidades de produção fora das fronteiras chinesas – ou apenas montar carros Stella Li e o governador Jerônimo Rodrigues se reuniram em 27 de março: sem informações concretas. Representantes da BYD foram a Brasília em dezembro para mostrar ao presidente Lula e ao ministro Rui Costa o motor híbrido flex a ser utilizado no Brasil: cronograma atrasado. Divulgação/Presidência da República Divulgação/Feijão Almeida/GOVBA

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