Mercedes-Benz aposta no Nordeste para crescer

O mais certo para a Mercedes-Benz era terminar 2016 em queda no emplacamento de chassis. De fato isto aconteceu: a empresa comercializou 6,1 mil unidades em 2016, sendo 2 mil a menos do que as registradas no ano anterior. Mas, mesmo assim, ganhou participação ao apostar em cidades e regiões com perfil de compra por varejo.

“Realizamos bons negócios no Nordeste, onde as vendas são pulverizadas e em pequenos volumes. Os clientes com este perfil utilizam recursos próprios e não dependem de financiamento”, conta Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus. “No ano passado vendemos 148 ônibus para a renovação de frota urbana em Luís, no Maranhão, e isto fez com que a nossa fatia aumentasse de 68% para 73% no segmento urbano em todo o Brasil.”

De acordo com o executivo empresários das maiores capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, que possuem a característica de realizar encomendas volumosas de chassis, colocaram o pé no freio em 2016. Por isto foi adotada o recurso de explorar outras localidades que possuem perfis diferentes de compra.

“O Nordeste não ajudou apenas a contrabalancear os efeitos da crise. A região contribuiu significantemente para que conquistássemos mais participação no mercado total de ônibus, que era de 52,5% em 2015 e passou para 58,4% em 2016.”

Para este ano a expectativa é continuar a crescer na Região Nordeste. De acordo com o executivo há cidades, como Recife, em Pernambuco, que possuem grande potencial para exploração de negócios.

Bons Ventos – Além de buscar novos mercados a Mercedes-Benz aposta em outros fatores para crescer em 2017. As regras da Finame TJLP que começam a vigorar em março é um deles:

“Permitirá que empresas com faturamento acima de R$ 90 milhões e até R$ 300 milhões consigam contratos com taxas de juros mais baixos. Temos muitos clientes com este perfil.”

Outro sinal de que 2017 será um pouco melhor do que o ano anterior é a queda da taxa Selic para 13%, que diminuirá um pouco mais até o fim deste ano. Na visão do executivo isto pode ajudar a incentivar as compras.

“A Finame é mais direcionada para grandes negócios, porém vejo boas oportunidades para o varejo também. O CDC está com taxas especiais bastante competitivas.”

De acordo com ele todos estes indicadores apontam para uma retomada do segmento.

A Mercedes-Benz também considera o consórcio uma ferramenta importante para alavancar novos negócios. Lançada pela empresa no ano passado, a modalidade oferece taxas administrativas atrativas e permite que os empresários se programem melhor para renovar a frota: “Desde o lançamento do produto já foram vendidas oitenta unidades em Porto Alegre, superando nossas expectativas”.

Muitas surpresas. Enfim do lado certo.

Depois de quase quatro anos marcados por tantas e tão seguidas surpresas negativas, nem o mais otimista dos executivos da indústria automobilística seria capaz de projetar um começo de ano tão regado de boas noticiais para a área automotiva. Tanto no quadro macro, quanto na esfera especifica do setor.

Os números referentes a vendas de veículos na primeira quinzena de janeiro indicaram que o mês tem boas chances de se encerrar com volume comercializado na área doméstica da ordem 150 mil unidades, pouco mais, pouco menos.

Não é, ainda, resultado de fazer inveja. Mas, pelo menos, é algo bem próximo do registrado no primeiro mês do ano passado. Depois de um largo período com resultado mensal sempre bem abaixo do registrado em idêntico período do ano anterior, não deixa de ser um bom indicativo.

Nas palavras de Antônio Megale, presidente da Anfavea, é a mostra de que embora a roda ainda não tenha começado a girar para o lado certo, o da retomada do crescimento, ao menos, ela parou. Não está mais girando para o lado errado, o da redução constante das vendas, tal como aconteceu nos últimos 24 a 36 meses.

Na área macro, de seu lado, o fato da inflação ter fechado 2016 não apenas com um dígito, mas, sobretudo, no limite superior da meta, fortaleceu a convicção de que neste ano o monstro estará domado e pronto para ser colocado de joelhos no centro da meta.

Em decorrência, acossado que estava pela insistência da economia em se manter num ritmo muito aquém do que seria desejável e, mais que isso, necessário, o Banco Central sentiu-se mais à vontade para subir, neste janeiro, de 0,50 para 0,75 ponto percentual o ritmo de queda mensal da taxa Selic.

E, para completar, no inicio da terceira semana do mês, ao participar em Darvos, Suiça, do Fórum Econômico Mundial, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, surpreendeu uma plateia repleta de executivos e empresários de várias partes do mundo ao afirmar, sem meias palavras, que aquele seria, de fato, o novo ritmo de redução da Selic.

Era a confirmação de que o governo federal falava sério quando se dizia disposto a fazer, neste ano, o melhor de seus esforços para buscar uma redução das taxas de juros vigentes no sistema bancário. Taxas que hoje, de tão elevadas, acabam por impedir ou, no mínimo, dificultar qualquer retomada da economia, da demanda, dos investimentos e, por decorrência, do emprego.

Tudo isso é música da melhor qualidade para os ouvidos dos executivos de um setor, como o automotivo, cujos produtos, por seu valor, tem suas vendas umbilicalmente ligados a disponibilidade e ao custo dos financiamentos.

E não foi só: no final da primeira quinzena a projeção oficial do governo para a safra agrícola deste ano apontou novo recorde da produção, em particular de grãos, justamente os que registram retomada de preços no mercado internacional.

É a firme indicação de renda farta nas áreas agrícolas do Pais ao longo do ano, bem como da certeza de bons fretes para as empresas transportadoras. Um bom horizonte, sem dúvida, para os fabricantes de máquinas agrícolas e de caminhões, exatamente as duas áreas do setor cujas vendas mais caíram nos três últimos anos.

Apesar de tantos sinais positivos nestas duas ultimas semanas, Megale, contudo, ainda acha prematuro mexer na projeção divulgada na primeira semana deste mês pela Anfavea, de apenas 4% de crescimentos nas vendas domésticas do setor neste ano. Ele observa que, depois de tantos anos seguidos de surpresas sempre negativas, até as boas novas acabam, agora, sendo vistas com cautela.

É o caso, por exemplo, da queda mais acentuada das taxas juros que por alguns acabou interpretada como uma má noticia. Argumento: como é geral, agora, o sentimento de que os juros vão cair, a tendência dos consumidores poderá ser a de adiar as compras a espera de condições ainda melhores.

O Brasil, de fato, recomenda prudência por ser, inegavelmente, uma permanente caixa de surpresas, quase sempre, infelizmente, bem pouco agradáveis, como foi o caso da queda, na quinta-feira, em Parati, RJ, do avião que provocou a morte do ministro Teori Zavascki, que era o relator no Supremo Tribunal Federal da operação Lava Jato, em torno da qual flutuam, hoje, as maiores incertezas na área política.

É tudo isso que explica o fato de não ter sido nem um pouco unanime dentro da diretoria da Anfavea a decisão de reduzir, em janeiro, para 4% a projeção de crescimento para este ano que apenas três meses antes, em outubro de 2016, contemplava um digito alto, quase dois dígitos. E a diferença entre as apostas das diversas montadoras, diga-se de passagem, não foi pequena.

Zen conquista negócios com BorgWarner e Bosch e prepara investimento em 2017

Mesmo com a retração expressiva das vendas de veículos novos em 2016, a Zen, fabricante de autopeças de Brusque (SC) conseguiu ampliar seu faturamento em 8% no último ano. Para se descolar da tendência de queda do mercado, a companhia apostou em uma reestruturação que envolveu aumento da produtividade e redução do quadro de pessoal. Para este ano, a meta é investir cerca de 10% do faturamento em novos equipamentos para atender clientes conquistados em 2016. Em entrevista exclusiva à Agência AutoData, Gilberto Heinzelmann, presidente da Zen destaca como o equilíbrio entre mercado local, segmento de reposição e exportações colaboraram para o cenário positivo na empresa catarinense fundada em 1960, que tem os impulsores de partida como carro-chefe.

Quais foram as estratégias da Zen para lidar com as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país em 2016?
Apesar do cenário econômico conturbado, em 2016 nosso faturamento avançou 8% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, ficamos aquém das nossas metas. Prevíamos que a crise econômica seria amenizada no decorrer do que ano e que o mercado apresentaria uma reação. Não foi o que aconteceu, mesmo assim conseguimos um resultado positivo que é fruto de um processo de ajuste à nova realidade do mercado e vem sendo colocado em prática desde 2014. Aumentamos nosso percentual de exportações de forma expressiva. Em 2014, metade das nossas vendas era no país e a outra metade era exportada. Em 2016, as vendas externas responderam por 64% do total. Todo o nosso crescimento veio por conta dessa estratégia, uma vez que o segmento de reposição se manteve estável e as vendas para as montadoras caíram bastante.

Para quantos destinos a Zen exporta atualmente?
Atualmente mandamos nossos produtos para 60 países, mas temos distribuidores em algumas regiões e isso faz com que tenhamos presença em 100 países. Destinos como África e Oriente Médio ganharam destaque em 2016 e também ampliamos nossa participação da América Latina e Europa. É importante frisar que essa estratégia de exportar não foi formulada da noite para o dia, temos uma cultura de exportação. Desde a nossa fundação, em 1960, acreditamos que atuar globalmente é uma boa forma de equilibrar os negócios. Ficar refém de um único mercado é muito mais arriscado, especialmente em tempos de crise. Ainda nessa linha de raciocínio, nenhum dos nossos clientes representa mais de 10% do nosso faturamento.

Qual foi a estratégia para ampliar as exportações em 2016?
Apostamos nos lançamentos. Aproveitamos clientes fidelizados e ampliamos o portfólio. Lançamos 200 itens em 2016, um volume 30% maior do que em 2015. Aprendemos a ser mais rápidos e isso fez a diferença. Em nenhum momento deixamos de investir, afinal estamos em um setor extremamente dinâmico que requer atualizações e tecnologias novas constantemente. Com isso, o faturamento a partir de novos produtos cresceu 50% no ano passado, em relação a 2015, e deve render bons frutos para os próximos anos.

Quais as adaptações necessárias para atender mercados externos?
As plataformas já são globais e não há necessidades de grandes alterações nos nossos produtos para atender os mercados externos. Estamos falando de produtos como impulsionadores de partida, tensionadores, alternadores. São itens vendidos para as sistemistas e atendem às necessidades de qualquer mercado. Temos certificações que demonstram nosso padrão de qualidade e atendem requisitos de manufatura e controle. Em 2016, passamos por auditorias de recertificação e não tivemos nenhuma questão de não conformidade.

Houve redução no quadro de funcionários da companhia?
Há cinco anos tínhamos 1.250 funcionários e hoje são 850 trabalhadores. Precisamos fazer mais com menos, assim como a maioria do setor. É um desafio constante, mas atualmente somos mais produtivos com uma manufatura enxuta. O desafio de motivar os colaborares é constante. A transparência é nossa principal aliada. Não realizamos demissões em massas. A maior parte das vagas fechadas foi por não reposição de pessoal. Em casos mais extremos olhamos a questão da performance dos funcionários. Aqui todo mundo sabe que quem é competente tem espaço para crescer. Vários diretores da empresa começaram no chão de fábrica.

Quais são as previsões da empresa para esse ano?
Encerramos 2016 com boas notícias. Conquistamos a nomeação para fornecer impulsionadores de partida para a Bosch no México e para a BorgWarner no Brasil. Nosso produto possibilitou essas parcerias importantes para esse e os próximos anos e estaremos presentes nos motores com o sistema start stop. Para se ter uma ideia, durante a vida útil de veículo são estimadas 70 mil partidas, mas quando há o sistema start stop isso sobe para 400 mil partidas. Nossa tecnologia proporciona esse aumento de tolerância dimensional e tem nos ajudado a conquistar boas oportunidades.

Vocês vão precisar ampliar a capacidade produtiva para atender esses novos clientes?
Sem dúvida. Já estamos comprando equipamentos de última geração, que chegarão da Europa e do Japão, e vão atender esses novos clientes. Ainda não estamos pensando em reativar o terceiro turno, mas veremos como as coisas acontecem ao longo do ano. Vamos investir cerca de 10% do nosso faturamento de 2016 neste ano. Com os novos clientes, a previsão é que nossas vendas cresçam 6% no ano, apesar de acreditarmos que será mais um ano difícil para o setor como um todo.

Mais fôlego para renovar a frota

As novas regras da Finame TJLP, que implica uma taxa de juros a longo prazo, anunciadas no início deste mês pelo BNDES não são suficientes para a retomada do crescimento do setor mas, certamente, incentivarão transportadores e operadores logísticos a tirarem o pé do freio para a compra de novos caminhões. De acordo com Tayguara Helou, presidente do Setcesp, Sindicato das Empresas de Transporte de São Paulo, o ponto mais atrativo da mudança foi o aumento de cinco para dez anos no prazo de pagamento do empréstimo.

“Ter um período maior gera fôlego porque é possível utilizar toda a vida útil do veículo para quitar o financiamento. Isso faz a diferença em um momento econômico tão complicado.”

De acordo com Helou os 1,7 mil associados, que juntos possuem cerca de 20% do total da frota de caminhões do Pais, viram o volume de frete cair 30% nos últimos dois anos, diminuindo a aquisição de novos veículos: “Atualmente nossos caminhões têm idade de 7 a 8 anos, mas antes da crise esta idade era menor”.

Os empresários também estão otimistas com relação aos incentivos da Finame para aquisição de veículos comerciais com matriz energética limpa, ou seja, híbridos, elétricos ou aqueles que utilizam biocombustíveis. Quem optar pelo financiamento de veículos com estas características terá incentivos de até 80% do BNDES:

“Adquirir um caminhão menos poluente e com custos operacionais mais baixos é interessante para o transportador porque agrega valor para a sua imagem e ajuda a diminuir custos operacionais”.

Mais fretes – Assim como executivos de algumas montadoras esperam crescimento de até 10% nas vendas de caminhões, o Setcesp também projeta um mercado de fretes mais aquecido em 2017. Um dos fatores é a projeção da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, para safra recorde de grãos, que poderá chegar a 215,3 milhões de toneladas, como recorda o presidente do Setcesp:

“Este, com certeza, não será o ano da salvação, mas será melhor do que 2016”.

ZF apresenta a reinvenção do volante

A ZF apresentou o que a empresa considera a reinvenção do volante de direção. Para aplicação nos futuros projetos de veículos autônomos, a condução hands free, ou sem as mãos, será exercida por meio das soluções da nova IHM, Interface Homem-Máquina, traduzida em um volante de direção com raio único e com sensibilidade ao toque, ou via controle por gestos que substituirão os tradicionais botões e seletores.

O aro do volante está equipado com um sistema de detecção de presença/ausência das mãos ou hands on/off detection. São dez campos de sensores capacitivos que percebem imediatamente onde e como o motorista está tocando no volante, uma característica importante para a condução automatizada segura.

Este volante inteligente também é dobrável – quando o modo automatizado estiver acionado –, podendo converter esse espaço em um apoio para tablet, PC ou teclado. O airbag do motorista está instalado no forro do teto, acima do para-brisa dianteiro.

O volante conceitual foi aplicado no Rinspeed Oasis, modelo de veículo urbano, igualmente conceitual, que utiliza o IRC, Intelligent Rolling Chassis, da ZF. A versatilidade desta plataforma permite que os futuros veículos para transporte de passageiros sejam totalmente elétricos, integrado com a transmissão em velocidade que pode atingir 100 km/h em apenas 9 segundos, com velocidade máxima de 150 km/h.

A agilidade do veículo é destacada pela fabricante por meio da atuação da barra de torção elétrica eTB da ZF, e aos sistemas de direção eletromecânicos, combinados à suspensão independente com braço de controle duplo, no eixo dianteiro. Ele possui um raio de manobra de até 75 graus contra um raio de manobra convencional de 50 graus, tornando fácil o movimento do veículo ao enfrentar os desafios das grandes cidades, como vagas apertadas para o estacionamento.

Produção de motos volta ao que foi 2002

Balanço do desempenho do setor de duas rodas divulgado na quarta-feira, 18, pela Abraciclo, Associação Brasileira dos fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, revela que a produção de motocicletas recuou ao mesmo patamar registrado em 2002. De janeiro a dezembro as fabricantes de motocicletas instaladas no País produziram 887.653 unidades, queda de 29,7% com relação ao mesmo período de 2015, quando a indústria do setor construiu pouco mais de 1,2 milhão de motos.

Somente no último mês de 2016, as fábricas de Manaus, AM, produziram 32.814 motocicletas, volume 35,3% menor do que o registrado em dezembro de 2015, de 50.633 unidades, e 53,3% inferior ao registrado em novembro, quando produziu 70.320. A Abraciclo, no entanto, destaca que a queda mais pronunciada no mês deve ser considerada as habituais férias coletivas do setor.

No ano passado, as vendas no atacado chegaram a 858.120 motocicletas, queda de 27,9% frente ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas quase 1,2 milhão unidades negociadas para rede.

As vendas no atacado em dezembro do ano passado somaram 56.155 motocicletas, resultado 18,9% inferior na comparação com o mesmo mês de 2015 (69.253) e queda de 5,4% em relação a novembro, quando as concessionárias absorveram 59.372 unidades.

As vendas no varejo também computaram quedas acentuadas para o setor. Com base no Renavam, de janeiro a dezembro do ano passado o mercado absorveu 899.793 motocicletas, queda de 26,5% na comparação com o desempenho de um ano antes, de pouco mais de 1,2 milhão.

Somente em dezembro foram emplacadas 80.837 motocicletas, volume 16,9% superior ao apresentado no mês anterior (69.122), mas queda de 25,1% na comparação com o mesmo dezembro 2015.

Também o resultado final das exportações não foi animador para o setor de duas rodas. Nos doze meses do ano passado as fabricantes embarcaram 59.022 motocicletas contra 69.123 exportadas no mesmo período do ano passado. O confronto entre os volume representou um queda de 14,6%.

O volume embarcado em dezembro, no entanto, apontou crescimento. As 6.402 unidades negociadas para fora representaram altas de 7,7% sobre o mesmo mês de 2015 e de 61,8% na comparação com novembro.

Projeções – A Abraciclo aproveitou a divulgação do balanço de 2016 para ajustar suas projeções para 2017. A entidade estima um mercado ainda com leves baixas, tanto no atacado quanto no varejo, de quedas de 3,8% e 1,1%, respectivamente, para 825 mil e 890 mil. Resultados positivos são estimados na produção, alta de 2,5% para 910 mil e nas exportações, crescimento de 57,6%, com embarques de 93 mil unidades.

Em nota o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, lembra que a realização do Salão Duas Rodas,em novembro, deverá contribuir para estimular os negócios no segundo semestre, mas justifica que o “segmento de motocicletas sofreu com as incertezas da política durante todo o ano de 2016. Diante de um mercado mais cauteloso, para 2017, o setor projeta atingir resultados semelhantes ao do ano anterior, mantendo-se estável”.

GM anuncia US$ 1 bilhão nos Estados Unidos

A General Motors anunciou na quarta-feira, 17, investimento de US$ 1 bilhão em suas operações de manufatura nos Estados Unidos. O novo aporte é adicional aos US$ 2,9 bilhões anunciados no ano passado. De acordo com a fabricante, a empresa já destinou recurso da ordem de US$ 21 bilhões desde 2009 em seu negócio. Esse é o terceiro anúncio de investimento de montadoras nos Estados Unidos desde o início do ano. Ford e FCA também aportarão recursos em suas operações.

O comunicado da empresa adianta que o novo montante também se destina para novos veículos, desenvolvimento de tecnologia e componentes, além de potencial para criar ou manter 1,5 mil empregos.

De acordo com fabricante, com o recurso a empresa também transferirá a produção de eixos para a próxima geração de picapes e SUVs, atualmente localizada no México, para suas operações em Michigan, criando 450 empregos nos Estados Unidos.

A empresa não menciona qualquer correlação, mas o anúncio ocorre semanas depois que o recém-eleito presidente do país, Donald Trump, fez ameaças de cobrar imposto de importação dos veículos vindos do México.

“Como a base de fabricação dos Estados Unidos aumentou sua competitividade, somos capazes de aumentar ainda mais nosso investimento, o que resulta em mais empregos e mais resultados para os nossos acionistas”, disse em nota May Barra, CEO da GM. “Os Estados Unidos são o nosso mercado doméstico e estamos comprometidos com o seu crescimento., o que é bom para nossos funcionários, revendedores e fornecedores.”

Segundo a montadora, o investimento também é parte de um plano maior para aumentar a eficiência geral da empresa. Nos últimos quatro anos, para simplificar suas operações e expandir seus negócios, a fabricante criou 25 mil empregos nos Estados Unidos, dos quais cem torno de 19 mil nas áreas de engenharia e TI, além de outros 6 mil empregos na manufatura, o que correspondeu a US $ 3 bilhões em salários e benefícios anuais. Ao mesmo tempo, a companhia reduziu mais de 15 mil postos fora dos Estados Unidos, trazendo a maioria desses empregos para o sua terra natal.

Cooper Standard estuda construir duas fábricas no Brasil

Jürgen Kneissler, diretor geral da Cooper Standard para a América do Sul , assumiu o cargo em meados de 2015 e já tem boas notícias da operação, que vem perdendo dinheiro na região desde 2014: a empresa voltou a conquistar novos contratos de fornecimento com as montadoras no Brasil e, já projeta o executivo, poderá voltar ao lucro no ano que vem. Mais ainda: até o fim da década a fabricante de sistemas de vedação e de linhas de fluídos e combustível poderá ter duas novas fábricas aqui.

Para bater o martelo definitivamente sobre essas duas novas unidades, porém, a Cooper Standard aguarda ainda sinalização mais consistente de um mercado automotivo interno em recuperação e o próprio crescimento da carteira de pedidos.

Certo, por enquanto, é que as novas unidades deverão ser erguidas no Nordeste e no Sul. A primeira, pelo tom adotado pelo executivo, deve mesmo sair do papel. Até porque o próprio Kneissler já relatou à operação europeia, para quem se reporta, que não acredita em produção e vendas de veículos de passeio menores em 2017. “A ideia é estarmos próximos dos clientes”, deixa escapar Kneissler, que prefere ainda não especificar quais os estados abrigariam as duas plantas.

Hoje a empresa conta com três unidades produtivas em Atibaia, SP, Varginha, MG, e Camaçari, BA – dentro do complexo da Ford –, nas quais congrega perto de 1,5 mil funcionários. Poderia ter uma terceira planta em vias de operação não fosse a desistência da Ford de fazer aqui o Projeto B500, modelo que substituiria o Fiesta e cujo projeto acabou engavetado.

O carro, desenvolvido em conjunto com o braço chinês da Ford, responderia por mais de 50% da produção da planta que seria erguida também em Atibaia e que demandaria R$ 20 milhões em investimento. Restou apenas o galpão, hoje ainda vazio.

Ainda assim o cenário da Cooper Standard em 2017 é muito diferente daquele encontrado por Kneissler em meados de 2015. Por problemas de qualidade, como reconhece o executivo, a empresa não fechava novos contratos de fornecimento desde 2014. “Fizemos um trabalho intenso para revertemos essas deficiências, reforçando nossas equipes responsáveis pela qualidade, e voltamos a conquistar novos fornecimentos já no transcorrer do ano passado.”

A operação sul-americana também aproveita o bom momento do conglomerado mundial. Com sede nos Estados unidos, a Cooper Standard, empresa de capital aberto, faturou perto de US$ 4 bilhões nos 29 países em que atua com 29 mil funcionários. O preço de sua ação em bolsa passou de US$ 45 para US$ 110 nos últimos dezoito meses.

E todos esses números podem ser ainda melhores no curto prazo. Kneissler revela que na matriz em Dearborn, Michigan, já são encaminhadas, em estágio avançado, tratativas para aquisição mundial de “empresa concorrente”.

No Brasil a companhia fornece vedações e sistemas metálicos de fluídos e freios para todas as montadoras, com exceção da Hyundai, que “trouxe fornecedor de fora” para abastecer de produtos semelhantes a fábrica de Piracicaba, SP. Kneissler diz ter a integridade do fornecimento na Toyota, 80% na Honda e 100% para o Chevrolet Onix, líder de vendas no mercado interno. “Estamos em um bom caminho.”

As exportações têm tímida participação na operação brasileira. Apenas perto de 15% da receita vêm de embarques, sobretudo para Argentina e Colômbia, que recebem, a exemplo do mercado nacional, sobretudo produtos como guarnições de porta e porta-malas e tubos de freio e combustível. Os produtos de borrachas respondem por 75% da receita das operações no Brasil.

Mercado de reposição cresce 2,19%

O único segmento com desempenho positivo no balanço de janeiro a novembro de 2016 do setor autopeças é o de reposição. Conforme dados da pesquisa conjuntural do Sindipeças divulgada na quarta-feira, 18, o faturamento com peças negociadas no aftermarket teve alta de 2,19% no comparativo com o mesmo período de 2015. As vendas para automóveis e comerciais leves cresceram 5,05%, enquanto para veículos pesados recuaram 10,29%

Elaborado com base em informações oferecidas por empresas associadas ao Sindipeças, o relatório conjuntural indica queda de 2,23% no faturamento líquido nominal do setor como um todo nos primeiros onze meses de 2016.

A entidade ressalta que apesar de no acumulado de 2016 registrar retração, a queda do faturamento em base interanual melhorou mês após mês ao longo do ano passado, o que sinaliza recuperação gradativa do setor. Em janeiro e fevereiro, por exemplo, a queda no comparativo com 2015 estava na casa dos 14%. Baixou para a faixa de 6% em meados do ano e chegou a apenas 2,23% no acumulado até novembro.

Contribuíram para essa redução da receita total do setor o decréscimo dos negócios com as montadoras e também das exportações. De janeiro a novembro o faturamento líquido nominal das vendas para montadoras apresentou retração de 3,58%. As exportações recuaram 5,92% em reais e 12,34% em dólar. O quadro de empregos no setor ficou 13,88% menor no acumulado do ano e a capacidade ociosa avançou 12,66%.

Apesar da queda nas vendas para as montadoras, a participação dos negócios OEM na receita total das autopeças cresceu no decorrer do ano. Em janeiro tinha sido de apenas 49,9% e em novembro atingiu 61,1%. A fatia da reposição, em contrapartida, caiu de 20,9% para 17,2% no mesmo comparativo e a das exportações de 26,2% para 18%. O restante é relativo a negócios intrassetoriais.

Tração quattro da Audi já está em 8 milhões de veículos

A tradicional tecnologia quattro é alvo de comemoração na Audi. A recém-inaugurada fábrica da empresa, em San José Chiapa, no México, acaba de produzir o veículo de número 8 milhões com o famoso sistema. A marca coube a um utilitário esportivo Q5 2.0 TFSI.

O sistema de tração, que virou sinônimo de segurança e desempenho, ganhou as ruas pela primeira vez em 1980 a bordo do Ur-quattro no Salão de Genebra, Suíça. Naquela época, nenhum outro fabricante ofereceria um veículo de alto desempenho com tração assemelhada e produção em larga escala.

Hoje a tração é oferecida em mais de uma centena de modelos e versões. Com o nome comercial quattro all-wheel drive system, a tecnologia é padrão, dentre outros, nos modelos Q7, A4 allroad , A6 allroad, A8, R8 e em todos os carros das linhas S e RS.

A presença desse tipo de tração tem sido marcante nas vendas, com participação relativa importante. No ano retrasado, por exemplo, 44% dos veículos pela Audi em todo o mundo dispunham dela. O Q5 foi o modelo de maior volume a contar com sistema, em aproximadamente 262 mil unidades negociadas.

As vendas dos Audi quattro têm especial participação especialmente nos Estados Unidos, Canadá, Rússia e mercados do Oriente Médio. Somente na Alemanha, foram 122 mil veículos quattro.

A tecnologia tem diferentes versões adaptadas para cada modelo. Para os compactos com motores montados transversalmente, uma embreagem com múltiplos discos com acionamento hidráulico, controlada eletronicamente, é montada no eixo traseiro. Já no esportivo R8 com motor central, a embreagem de múltiplos discos fica no eixo dianteiro. De acordo com a demanda da condução, esses sistemas ativos distribuem o torque da transmissão variavelmente entre ambos os eixos.