O mais certo para a Mercedes-Benz era terminar 2016 em queda no emplacamento de chassis. De fato isto aconteceu: a empresa comercializou 6,1 mil unidades em 2016, sendo 2 mil a menos do que as registradas no ano anterior. Mas, mesmo assim, ganhou participação ao apostar em cidades e regiões com perfil de compra por varejo.
“Realizamos bons negócios no Nordeste, onde as vendas são pulverizadas e em pequenos volumes. Os clientes com este perfil utilizam recursos próprios e não dependem de financiamento”, conta Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus. “No ano passado vendemos 148 ônibus para a renovação de frota urbana em Luís, no Maranhão, e isto fez com que a nossa fatia aumentasse de 68% para 73% no segmento urbano em todo o Brasil.”
De acordo com o executivo empresários das maiores capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, que possuem a característica de realizar encomendas volumosas de chassis, colocaram o pé no freio em 2016. Por isto foi adotada o recurso de explorar outras localidades que possuem perfis diferentes de compra.
“O Nordeste não ajudou apenas a contrabalancear os efeitos da crise. A região contribuiu significantemente para que conquistássemos mais participação no mercado total de ônibus, que era de 52,5% em 2015 e passou para 58,4% em 2016.”
Para este ano a expectativa é continuar a crescer na Região Nordeste. De acordo com o executivo há cidades, como Recife, em Pernambuco, que possuem grande potencial para exploração de negócios.
Bons Ventos – Além de buscar novos mercados a Mercedes-Benz aposta em outros fatores para crescer em 2017. As regras da Finame TJLP que começam a vigorar em março é um deles:
“Permitirá que empresas com faturamento acima de R$ 90 milhões e até R$ 300 milhões consigam contratos com taxas de juros mais baixos. Temos muitos clientes com este perfil.”
Outro sinal de que 2017 será um pouco melhor do que o ano anterior é a queda da taxa Selic para 13%, que diminuirá um pouco mais até o fim deste ano. Na visão do executivo isto pode ajudar a incentivar as compras.
“A Finame é mais direcionada para grandes negócios, porém vejo boas oportunidades para o varejo também. O CDC está com taxas especiais bastante competitivas.”
De acordo com ele todos estes indicadores apontam para uma retomada do segmento.
A Mercedes-Benz também considera o consórcio uma ferramenta importante para alavancar novos negócios. Lançada pela empresa no ano passado, a modalidade oferece taxas administrativas atrativas e permite que os empresários se programem melhor para renovar a frota: “Desde o lançamento do produto já foram vendidas oitenta unidades em Porto Alegre, superando nossas expectativas”.