BMW inicia embarques para os Estados Unidos

A BMW iniciou na quarta-feira, 29, remessa do primeiro lote de 207 unidades de veículos produzidos em sua fábrica de Araquari, SC, para os Estados Unidos. O contrato de exportação para o mercado estadunidense, anunciado há cerca de dois meses, contempla embarque 10 mil unidades do novo BMW X1. Os modelos devem chegar ao solo norte-americano entre 20 de julho e 1° de agosto.

O embarque partiu do porto de Paranaguá, PR, e mereceu cerimônia na qual estiveram presentes Gleide Souza, diretora de relações governamentais do BMW Group Brasil, e Carsten Stoecker, vice-presidente sênior da fábrica brasileira. A estimativa é de que as entregas totais sejam cumpridas até o fim de 2017.

Iniciamos em abril um novo e significativo capítulo do BMW Group Brasil, que reforça nosso compromisso com o investimetno no País”, observou em nota a diretora de relações governamentais. “Demos o primeiro passo para demonstrar que a fábrica de Araquari mantém a qualidade e a eficiência exigida, estando apta a fornecer veículos a um dos mercados mais exigentes do mundo.”

O BMW X1 XDrive 28i é a primeira versão brasileira enviada aos Estados Unidos. Tem motor 2.0 a gasolina com 240 cv, função Start/Stop, borboleta de troca de marchas no volante, seis airbags, controles de estabilidade e tração, faróis de Led, sensores de estacionamento traseiro e de chuva, acionamento automático dos faróis baixos e rodas de liga leve aro 18.

A fabricante ainda estuda a possibilidade de acertar contrato de exportação para um segundo modelo produzido aqui, conforme antecipou Helder Boavida, presidente da BMW Group Brasil, para a Agência de Notícias AutoData durante lançamento do novo Série 7, em meados de maio.

O executivo, porém, reforça que os estudos para este segundo modelo são preliminares e que nem mesmo prazos, volumes e mercados estão definidos. De qualquer forma não descarta países vizinhos como potenciais para os veículos fabricados em Santa Catarina.

Setor de máquinas: incerteza na retomada dos investimentos.

Dados divulgados pela Abimaq na quarta-feira, 29, mostram que o consumo aparente 2016 apresenta estabilidade, porém, em nível muito inferior ao de anos anteriores. Os R$ 7,8 bilhões consumidos no mês maio registra crescimento de 1,4% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, no entanto, verifica-se forte queda de 32,2%. No acumulado dos cinco primeiros meses, o consumo aparente de R$ 41 bilhões é 32,1% inferior ao de um ano antes.

De acordo com comunicado da associação as altas taxas de ociosidade observadas em todos os setores da indústria de transformação “colocam como incerta a retomada dos investimentos no curto prazo”.

Como o consumo aparente, o faturamento do segmento de máquinas e equipamentos também mostra certa tendência de estabilidade. Em maio a receita total somou R$ 5,5 bilhões, 28,8% menor do que a verificada no mesmo mês de 2015. No acumulado de janeiro a maio, o faturamento líquido total de R$ 27,1 bilhões, 30,7% inferior na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado da receita proveniente do mercado doméstico de janeiro a maio, pouco acima de R$ 14.7 bilhões, registra queda ainda mais acentuada de 48,6%.

“As incertezas políticas combinadas com política econômica recessiva, onde o custo do capital é incompatível com o retorno dos investimentos, tem inviabilizado qualquer decisão de investimento no País”, afirma a associação em nota e vai além: “O comportamento das vendas até maio indica uma provável queda, da ordem de dois dígitos em 2016/2015 da receita líquida de vendas”.

O segmento, porém, comemora os resultados positivos provenientes das exportações. Somente em maio as remessas de máquinas e equipamentos somaram R$ 695 milhões, o que representa alta de 2% sobre o abril e 9,9% em relação a maio do ano passado. No acumulado do ano também a soma de R$ 3,3 bilhões, registra leve alta de 0,9% sobre o valor de um ano antes até maio. “No ano, o setor reverteu seu cenário de queda e passou a apresentar o primeiro resultado positivo”, observa relatório da associação. “Há dúvidas se o atual câmbio, inferior a R$ 3,50 vai permitir a manutenção desta tendência.”

Toyota anuncia recall 3,4 milhões de carros

A Toyota mais uma vez anuncia um gigantesco recall global. Por anúncio emitido na quarta-feira, 29, a montadora disse que convocará cerca de 3,4 milhões de automóveis para reparar falhas nos airbags de cortina e em tanques de combustível. Dentre os modelos afetados estão o híbrido Prius, o Corolla e modelos da marca Lexus.

A maior parte das convocações, 2,87 milhões de veículos, fabricados de 2006 a 2015, diz respeito ao suporte de aspiração do combustível. O item precisa ser substituído, pois a risco de rachar provocar vazamento.

Depois, 1,43 milhões de unidades de Prius e Lexus CT

O outro recall envolvendo 1,43 milhões de Prius e Lexus deverão se dirigir à oficina para instalação de suportes de retenção dos airbag laterais, os chamados de cortina. De acordo com a montadora, o dispositivo de segurança pode abrir por erro ou falha verificada no gerador de gás, o agente que ativa o equipamento.

Por volta de 930 mil veículos são afetados por ambos os recalls, segundo a montadora.

Em comunicado a Toyota afirma desconhecer qualquer incidente envolvendo tanto os airbags quanto o problema no tanque de combustível. O recall do dispositivo de segurança também não se relaciona com o anterior envolvendo a Takata, escândalo que ficou conhecido como airbags mortais, afetando mais de 100 milhões de veículos de diversas marcas.

Desta vez, o fornecedor é a Autoliv que, segundo contas preliminares, deverá custar à empresa de US$ 10 milhões a US$ 40 milhões para o reparo nas unidades envolvidas.

A empresa ainda não confirmou se há veículos no País envolvidos no recall.

Sindicato pede falência da Karmann-Ghia

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC entrou na Justiça com pedido de falência da Karmann-Ghia por abandono de patrimônio. A decisão foi tomada após a análise do departamento jurídico e aprovação dos trabalhadores, consultados em assembleia na segunda-feira, 27. A medida foi considerada a alternativa mais viável para um processo de retomada das atividades na fábrica.

“Estamos certos de que a abertura do processo de falência é a única forma de garantir os direitos dos trabalhadores do ponto de vista legal. O interesse maior é que a empresa continue viva”, afirma Rafael Marques, presidente da entidade.

Na mesma assembleia os trabalhadores decidiram ainda pela continuidade da ocupação da fábrica, que já completou 47 dias. “A ocupação é importante para garantir a permanência do maquinário e, assim, defender o que é de direito dos trabalhadores”, reforça Marques.

O movimento teve início em 13 de maio, após a Justiça dar parecer favorável aos antigos proprietários da empresa, confirmando o não cumprimento pela direção atual dos pagamentos previstos na negociação de compra da fábrica. O impasse jurídico gerou indefinição com relação à propriedade da Karmann-Ghia e agravou a situação da empresa. Atualmente, afirma o sindicato, não é possível nem mesmo saber quem são os reais donos, a empresa estaria abandonada.

Marques afirma que há anos os trabalhadores vinham sendo prejudicados pelos erros administrativos dos dirigentes da Karmann-Ghia. “Os atrasos nos salários eram constantes e os benefícios trabalhistas deixaram de ser pagos. Fizemos várias tentativas de acordo, mas todos acabavam sendo descumpridos”, afirma o presidente do sindicato, que assegura que os trabalhadores estão sem salários desde o fim do ano passado e que a entidade tem também dialogado com empresas credoras da Karmann-Ghia na busca de soluções.

Ford apimenta briga de hatches premium

Importado da Romênia o motor EcoBoost 1.0, dotado de turbocompressor, que passa a equipar uma das quatro versões do New Fiesta 2017, chega em 9,6 segundos aos 100 km/h partindo da imobilidade – e coloca a Ford em pé de igualdade com relação aos seus competidores mais diretos no segmento dos carros hatch considerados premium, como Hyundai HB20 e Volkswagen Fox. É motor que ruge 90% de seu torque total a coisa de 1,5 mil rpm, a faixa mais frequentada pelos motoristas no uso cotidiano.

Também impressiona o consumo informado de combustível do novo motor, sempre movido a gasolina, coisa de 12,2 km/l na cidade e de 15,3 km/l na estrada. Graças à presença de injeção direta de combustível e do duplo comando variável de válvulas, aliados ao turbo e aos 1 mil 178 quilos de peso do carro. Recebeu nota A e o Selo Conpet do Inmetro.

Ajudam, também, bomba variável de óleo, correia banhada em óleo, coletor integrado ao cabeçote, sistema duplo de aquecimento e arrefecimento e sistema de resfriamento dos pistões por jatos de óleo. O turbo dispõe de sistema de controle ativo por vácuo que elimina a demora em ganhar pressão quando o motorista pisa fundo, o turbolag.

Síntese, de acordo com Maurício Greco, gerente geral de marketing da Ford: desempenho e eficiência energética com estilo e menos emissões – torque de 17,3 kgfm e emissão de CO2, declara a Ford, que não ultrapassa 99 g/km.

A companhia tem boas esperanças de que a carreira da nova versão 1.0 gere bons resultados, disse Greco, “pois tem tecnologia e inovações oferecidos apenas em veículos de segmentos superiores e isso significará, na prática, o reposicionamento mercadológico da linha”.

Mas a companhia não teve o desejo de fazer projeções de vendas do novo produto e Greco não avançou no tema além de observar que Ford e sua rede de concessionárias estarão atentas à trajetória comercial do New Fiesta 1.0 dotado de motor Ecoboost, o que significa estarem prontas para atender à qualquer demanda – “Mas queremos ser um dos três primeiros neste segmento”.

Greco também não fez projeção com relação à eventual transformação do motor 1.0 EcoBoost para o uso de álcool. Lembrou os tempos difíceis, e que motores flex sempre exigem investimento.

Projeto global da companhia o EcoBoost 1.0 demandou mais de 10 mil horas de desenvolvimento em CAD/CAE e mais de 15 mil horas de baterias de teste em dinamômetro. Sua homologação, no Brasil, exigiu mais de 1 mil horas de testes com combustível e condições locais e atende ao requisito básico de 240 mil quilômetros de durabilidade.

Provavelmente a versão com motor 1.0 EcoBoost, a Titanium Plus, não seja a mais vendida em função do seu preço, R$ 71 mil 990, que inclui sete airbags e transmissão automática sequencial e outros agrados, como sistema de partida sem chave, chave com sensor de presença, rodas aro 16.

A linha é completada pelas versões SE, SEL e Titanium com motores Sigma 1.6, também de 125 cv. Com transmissão manual de cinco velocidades a SE custa R$ 51 mil 990 com ar-condicionado e direção elétrica, e a SEL custa R$ 58 mil 790 com câmbio manual e R$ 64 mil 990 com transmissão sequencial e controle eletrônico de estabilidade e tração e assistente de partida em rampa. E a Titanium, dotada dos mesmos equipamentos da versão com motor EcoBoost, custa R$ 70 mil 690.

À exceção da versão SE os New Fiesta 2017 têm sistema de conectividade SYNC com AppLink e assistência de emergência e ar-condicionado digital,

As novidades das versões 2017 do New Fiesta não incluem retoques no seu design. Internamente dispõem, agora, de cintos de segurança traseiros retráteis de três pontos, encosto de cabeça para o passageiro que viaja no meio e banco traseiro bipartido 60/40.

Com a Mapfre a Ford desenvolveu produtos de seguro que, considera, integrarão muitos pacotes de vendas dos New Fiesta 2017, e com a rede de concessionárias gerou novo sistema de revisões a preços fixos que podem ser incluídos no financiamento – a revisão de seis meses, por exemplo, foi eliminada. E criaram fórmula que mantém a garantia dos carros por até cinco anos, além de um plano de financiamento com taxa zero em dezoito meses.

A campanha nacional de publicidade da linha 2017 dos New Fiesta começa no domingo, 3 de julho, e a partir de agosto os carros já estarão nas concessionárias para test drive, onde o processo de pré-vendas já está aberto. No início de vendas a Ford propõe entrada de 60% do valor e o saldo, em dezoito meses, com taxa de juros zero para a versão EcoBoost.

Rhodia começa produção de sílica para pneus verdes

Para atender ao crescente aumento da demanda pelas montadoras por pneus verdes, a Rhodia iniciou produção no País, em sua unidade localizada em Paulínia, da chamada sílica de alto desempenho, HDS na sigla inglês. Para o projeto a empresa do Grupo Solvay, investiu R$ 10 milhões aplicados em modernização, tecnologia e melhorias de processos produtivos.

O anúncio oficial ocorreu na Expobor e Pneus Show 2016 – 12ª Feira Internacional de Tecnologias em Borracha, Termoplásticos e Máquinas, na terça-feira, 28, no ExpoCenter Norte, em São Paulo, e que fica de portas abertas até sexta-feira, 30.

De acordo com a empresa, estudos indicam que o uso da sílica HDS na fabricação de pneus proporciona economia de combustível de até 7% e na mesma proporção a redução de emissões de carbono na atmosfera. A vantagem do insumo também na maior aderência do pneu sobre piso molhado.

Por meio de comunicado, o diretor do grupo para América Latina da Unidade Global de Negócios Sílica, François Pontais, a migração da produção das montadoras de pneus para os pneus verdes é uma tendência global do mercado, pois também as exigências no controle das emissões é cada vez mais rigoroso e, especialmente no País, “A sílica pode ser um fator fundamental para a indústria de automotiva alcançar mais rapidamente as metas de redução de emissões de carbono previstas pelo programa brasileiro Inovar-Auto”.

A utilização crescente da sílica teve impulso decisivo com os programas de etiquetagem de pneus. Começou na Europa, em 2012, e logo em seguida para outras regiões do mundo. A partir de outubro passa a valer no Brasil.

Volkswagen aposta na realidade vitual

A Volkswagen lançou na terça-feira, 28, nova ferramenta digital que colabora na pesquisa do consumidor e, por consequência, na decisão de compra. O que a empresa chamou de VirtualExperience são vídeos com tecnologia que permite visão de 360º dos automóveis interna e externamente em um showroom virtual com acesso pelo computador, tablet ou smartphone.

“É uma iniciativa no mundo digital que faz parte de uma estratégia mais consistente de distribuição de conteúdo”, define Leandro Ramiro, gerente executivo de marketing comunicação da Volkswagen do Brasil. “A experiência traz mais informações para o consumidor, contribuindo na decisão de compra.”

A nova ferramenta de venda da Volkswagen é baseada no universo cada vez maior de pessoas conectadas. De acordo com dados do Ibope Nielsen, atualmente no Brasil são 120 milhões de pessoas conectadas à internet, como também boa parte delas, 74,2 milhões, recorre o acesso à web dispositivos móveis. “A tecnologia muda o mundo e todo o mundo quer estar conectado”, exalta Fábio Rabelo, gerente de marketing digital da fabricante. “A Volkswagen quer acompanhar as mudanças e fazer parte do pioneirismo digital.”

A empresa justifica sua iniciativa pelo tanto de oportunidades que podem surgir. No ano passado a fabricante contabilizou 50 milhões de acesso aos sites que possui. Depois descobriu que especialmente na área de automóveis, o usuário da internet gastou em 2014, em média, 20 minutos por mês navegando em informações automotivas. Um depois, a média de tempo saltou para 26 minutos. “O volume de vendas de carro caiu, mas a procura por informações continua em crescimento, o que indica interesse pelas próximas compras”, julga Rabelo.

Outra boa justificativa para reforçar a atenção no mundo digital vem do Google que, segundo pesquisa encabeçada pelo gigante da tecnologia, 81% das pessoas interessadas em adquirir um automóvel começam o processo sem saber exatamente o que vão comprar e, até a concretização do negócio, a internet serve de apoio às pesquisas. “Navegação para obter informação de carros também cresce no formato de vídeo”, garante o gerente de marketing digital. “67% das pessoas assistem a um vídeo de automóvel, 44% delas no canal de montadoras.”

Inicialmente a fabricante dispôs em vídeo cinco modelos: up! TSI, novo Gol, Fox, Golf GTI e Jetta. Expostos em um showroom virtual, um narrador informa as características de cada carro. As imagens levem o usuário ao redor do modelo e por dentro dele. O internauta, por sua vez, pode interagir com a tecnologia escolhendo pontos de vista do carro para observar.

Os planos da montadora, no entanto, são de levar a iniciativa para outros modelos, como também produzir material com focos específicos. “Vamos monitorar consumidor para depois realizar vídeos dirigidos, de acordo com as informações desejadas por eles”, adianta Fábio Souza, supervisor de propaganda da Volkswagen. “O material precisa ser útil.”

O VirtualExperience começa a ser divulgado por campanha no youtube e no facebook. O vídeo de lançamento e a tecnologia empregada poder ser visto pelo https://www.youtube.com/watch?v=rv1klcdTQ7Y&feature=youtu.be

Proteste cobra Volkswagen por acordo no Brasil

A Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, informa em comunicado que está enviando ofício na segunda-feira, 4, à Volkswagen e ao Ministério Público cobrando que a montadora estenda ao Brasil o acordo firmado nos Estados Unidos dos danos causados pela fraude de emissões de poluentes de veículos movidos a diesel.

O acordo nos Estados Unidos, anunciado na terça-feira, 28, totaliza US$ 15 bilhões, incluindo o Departamento de Justiça e agência de proteção ambiental estadunidense. Somente em compensações aos compradores de modelos afetados, a fabricantes poderá desembolsar US$ 10 bilhões para recompra do modelo, além de pagamento de indenizações por volta de US$ 10 mil.

No comunicado a Proteste avalia que os consumidores podem acionar a montadora na Justiça e solicitar ressarcimento, como já vem ocorrendo em diversos países. “E o Ministério Público pode atuar para pedir reparação dos danos ao meio ambiente em decorrência da manobra para burlar o teste de emissão de poluentes.”

No Brasil caso envolve 17 mil picapes Amarok, como já confirmado pela própria montadora no ano passado. São modelos produzidos em 2011 e 2012 equipados com softwares que manipulam os testes de emissão. Ibama e Procon-SP aplicaram multas de R$ 58,3 milhões pelos eventuais danos, mas a montadora recorre.

A legislação ambiental brasileira é menos rigorosa do que nos Estados Unidos, mas de qualquer maneira é proibido o uso de tecnologias que permitem reconhecer e manipular procedimentos padronizados de laboratórios para alterar o funcionamento do motor.

A denúncia da fraude nos motores da Volkswagen movidos a diesel partiu das autoridades dos Estados Unidos em setembro do ano passado, afirmando que a fabricante havia instalado software nos veículos a diesel para burlar os valores de emissão de poluentes. Além do mercado estadunidense, a fraude envolve milhões de veículos em todo o mundo.

Lirmann assume a presidência do Grupo Volvo na América Latina

O Grupo Volvo na América Latina tem novo presidente oficialmente a partir de primeiro de julho: Wilson Lirmann substitui a Carlos Morassutti, primeiro brasileiro que ocupar o cargo depois que sueco Claes Nilson, retornou para a Europa no fim do ano passado. Com 46 anos, Lirmann é o mais novo executivo a comandar a operação latino-americana da Volvo.

O executivo conhece bem o conglomerado sueco. Ele trabalha na companhia há 21 anos e vinha dirigindo o Grupo Lapônia, a rede de oito concessionárias de caminhões e ônibus da marca em São Paulo. Antes, porém, passou por diversas funções, desde serviços e outras soluções de transporte, passando por suporte técnico e garantia, até no planejamento de produto e no pós-venda.

Graduado em engenharia mecânica pela UFPR, Universidade Federal do Paraná, com MBA em administração estratégica pela Universidade Positivo, iniciou sua carreira na fábrica da Volvo em Curitiba como estagiário em 1990, onde permaneceu por dois anos. Depois de breve passagem por empresa do setor florestal, voltou para o Grupo Volvo em 1995 para trabalhar como engenheiro de qualidade do produto. Atuou também internacionalmente, assumindo em duas ocasiões posições de chefia na Suécia, onde passou cinco anos.

“É uma grande responsabilidade assumir uma empresa do porte da Volvo na América Latina. Mas venho me preparando durante toda minha profissional para me aperfeiçoar e assumir novas posições”, afirma o novo presidente,paranaense de Telêmaco Borba.

Lirmann assume a presidência do Grupo Volvo Latin America num dos mais difíceis momentos do setor de transportes comerciais, com uma grande redução do volume de vendas nos últimos dois anos.

O recuo nas vendas internas de caminhões foi de 31,2% de janeiro a maio, enquanto no segmento de ônibus bateu em 42,8%. Já a Volvo registra, no período, respectivamente, quedas de 29,8% e 49%. “É um enorme desafio. Mas estou confiante que a situação econômica do Brasil, o maior mercado da América Latina, gradativamente vai melhorar”, afimra Lirmann.

Para ele, a conjuntura brasileira atual é de austeridade para toda a cadeia de transporte. “É fundamental mantermos uma mentalidade enxuta, focando nossos recursos nas prioridades corretas e trabalharmos com o máximo de eficiência para atender o transportador com agilidade, qualidade e transparência. Temos uma marca forte e a melhor linha de produtos e soluções do mercado. Este momento mais agudo vai passar”, conclui.

Do medo à esperança

Mas, afinal, o que se pode esperar do segundo semestre? E de 2017? Colocados diante de tais perguntas empresários e executivos debatem-se, hoje, em dois extremos: o medo e a esperança. No setor automotivo, conforme ficou evidenciado no Seminário Revisão das Perspectivas 2016, promovido, há duas semanas, pela AutoData Editora, há certo consenso de que a relativa estabilidade das vendas domésticas nos últimos três meses autoriza acreditar que chegamos, enfim, ao fundo do poço.

Ninguém, todavia, atreve-se, ainda, a apostar todas as fichas na tese de que o pior definitivamente já passou. E existem boas e sólidas razões para esta prudência com relação ao futuro. Gato escaldado, afinal, tem medo até de água fria. E se há algo que não falta hoje na direção das empresas é gato escaldado. E bem escaldado.

De forma geral, no ano passado, ao explicar para as matrizes os fracos resultados que estavam sendo alcançados, a maioria garantiu que, neste ano, tudo seria diferente. Melhor e mais animado. E, agora, ninguém parece querer correr o risco de errar mais uma vez.

No meio das incertezas há o fato, concreto, de que o novo governo ainda é interino. E assim permanecerá até agosto, data da votação final pelo Senado do processo de impeachment. Ninguém parece acreditar na possiblidade do retorno ao cargo da presidente afastada. Mas, mesmo assim, ao menos por enquanto, a maior parte das empresas ainda prefere trabalhar com dois cenários à frente, um mais negativo, para a hipótese de uma eventual volta, e outro positivo, ainda que pouco.

Na base deste conservadorismo e desta prudência há, também, a convicção de que esta crise tem suas raízes bem mais no mundo da política do que, propriamente, na economia e nos negócios. E esta, a política, é ainda vista como variável com desfecho absolutamente imprevisível.

Seja no que se refere ao tempo, seja no que diz respeito à forma.

Na média das opiniões, de qualquer forma, a partir das medidas econômicas já propostas e/ou adotadas pelo governo interino, prevalece a aposta mais positiva: alguma estabilidade no segundo semestre deste ano e PIB novamente positivo em 2017, levando junto as vendas de automóveis e também as de comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e de construção.

Nada de muito significativo: tudo com índices de 1% a 3%. Mas o suficiente, pelo menos, para indicar mudança, para cima, da curva de tendência. Seria o provável início de um novo ciclo positivo.

Ninguém tem dúvida de que, mais dia menos dia, o setor buscará de volta o patamar recorde de 3,6 milhões de unidades vendidas que chegou a registrar há quatro anos. Não há consenso, todavia, sobre o tempo necessário para se chegar até lá. Os mais conservadores cravam aposta em 2023. Mas há também quem acredite que isto acontecerá ainda antes de 2020.

Na verdade tudo dependerá de uma resposta que só o passar do tempo conseguirá dar a duas questões que ainda permanecem em aberto:
– das vendas recordes registradas há quatro anos quantas só aconteceram em função das medidas anticíclicas que tornaram o crédito farto e, no caso de caminhões e ônibus, até subsidiados? Quantas representaram apenas e tão somente antecipações de compra?; e
– das centenas de milhares de vendas que estão deixando de ser realizadas neste ano, quantas estão gerando demanda reprimida pronta para brotar assim que as demissões forem interrompidas e o crédito se tornar mais barato e menos seletivo?

De concreto a única certeza que se pode ter é a de que a verdade não deve estar nem no volume recorde registrado há quatro anos e nem no desastre que se verifica agora. Ela está em um ponto qualquer de um polo a outro. Qual o ponto exato? Vale a aposta.