Moan: Governo já tomou 70% das medidas para incentivar exportações.

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou que o Governo Federal já colocou em prática grande parte das medidas solicitadas pela indústria automotiva para fomentar as exportações. “Das 56 sugestões, ainda que às vezes não da forma integral que nós sugerimos, cerca de 70% já foram colocadas em prática.”

Moan afirmou que as medidas sugeridas pela indústria automotiva nos últimos anos nunca tiveram a pretensão de ser um pacote, mas a Anfavea acabou se inserindo nas negociações profundamente. “Ações como o Portal do Comércio Exterior, o novo sistema de drawback, além de vários acordos de comércio foram oriundas desse trabalho.”

O presidente da Anfavea falou na abertura do Workshop Exportação – A nova fronteira da expansão realizado pela AutoData Editora na sede da consultoria KPMG, em São Paulo, na quarta-feira, 3.

Moan, que se despede da presidência da Anfavea ainda no primeiro semestre deste ano, aproveitou o evento para relembrar dados sobre as exportações em 2015 e falou também sobre os desafios do setor. No último ano foram exportados 417,3 mil veículos, alta de 25% ante 2014, representando 17,2% da produção total do País. “As exportações certamente amenizaram a situação interna difícil e cada companhia definiu sua estratégia para ganhar mais desse mercado neste ano.”

Em 2015, com o aprofundamento de alguns acordos de comércio, os números de exportação já apresentaram sinais de melhora, também pelo fator do câmbio favorável. A média da cotação do dólar no ano passado foi de R$ 3,33. “A Argentina ainda é nosso mercado cliente e enquanto o mercado doméstico deles caiu cerca de 6% nós conseguimos aumentar as exportações em 5,5%”, disse, destacando o aumento da participação brasileira no mercado vizinho.

Moan também citou a alta relevante nas exportações de veículos para outros países na América Latina, como México, que teve avanço de 75%, Peru, 63%, e Chile, 83%. Em termos de caminhões e ônibus as remessas para a África do Sul cresceram 50% na comparação com 2014, Chile 34% e México, 88%. Já em máquinas rodoviárias, a exportação para o Chile foi o destaque com crescimento de 15%.

“Ainda temos algumas dificuldades mercadológicas para inserir nossos produtos nos mercados externos, pois há um custo alto de engenharia para isso, mas estamos trabalhando para ajustar esse movimento.”

Segundo o presidente da Anfavea o processo produtivo das montadoras está se ajustando e as exportações colaboram para isso. “Dos portões para dentro estamos bem. Em termos de custos fixos ainda temos algumas dificuldades por causa da queda de escala, e isso significa que no momento que a produção der um sinal positivo estaremos estruturados para retornar a uma lucratividade que perdemos nos últimos dois ou três anos.”

Para este ano a Anfavea projeta uma exportação 8,1% maior do que a verificada em 2015. “Nossa meta era alcançar 1 milhão de veículos em 2018, mas não devemos chegar lá tão rápido.”

De acordo com Moan o ideal é que 30% da produção interna seja enviada para mercados no Exterior. “Este o nível que consideramos bom.” Ele, entretanto, destacou que há lacunas como o custo-Brasil, logística e infraestrutura que ainda requerem muita atenção.

“Mas não podemos esperar o cenário ideal para trabalhar: agora é hora de ir em busca de novos mercados e retomar relações adormecidas.”

Setor automotivo mira África e Oriente Médio para crescer exportações

O workshop Exportação – A Nova Fronteira da Expansão, realizado pela AutoData  Editora na sede da consultoria KPMG, em São Paulo, na quarta-feira, 3, reuniu importantes nomes do segmento para a indústria automotiva. Os participantes destacaram que, apesar das dificuldades econômicas enfrentadas pelo País, o momento atual pode e deve ser encarado como uma oportunidade para ampliar as remessas ao Exterior.

O dólar na faixa de R$ 3,9 a R$ 4,1 aponta boas chances para se retomar ou mesmo buscar novos mercados para amenizar as dificuldades internas, e no evento Oriente Médio e África foram os destinos mais citados pelos participantes como possíveis fontes de novos negócios.

Thomas Püschel, diretor de vendas e marketing, motores e peças da MWM, aproveitou o evento para revelar em primeira mão contrato para embarque de 2,5 mil motores diesel para a Coreia do Sul, depois de cerca de um ano de negociações intensas – os propulsores começarão a ser fabricados em junho deste ano. “A insistência na negociação e o corpo a corpo foram fundamentais para esse negócio.” A companhia prevê alta de 10% a 15% nas exportações em 2016.

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, apresentou dados sobre as exportações em 2015 e falou também sobre os desafios do setor: no último ano foram exportados 417,3 mil veículos, alta de 25% ante 2014, representando 17,2% da produção total do País. “As exportações certamente amenizaram a situação interna difícil e cada companhia definiu sua estratégia para ganhar mais desse mercado neste ano.”

Segundo Moan o índice ideal de exportações seria cerca de 30% da produção total. “Há alguns anos buscamos instrumentos para facilitar esse processo e, das 56 medidas sugeridas por nós ao governo, cerca de 70% já foram atendidas.” Apesar disso ele destacou que há lacunas como o chamado Custo-Brasil, a logística e a infraestrutura, que ainda requerem muita atenção. “Mas não podemos esperar o cenário ideal para trabalhar. Agora é a hora de ir em busca de novos mercados e retomar relações adormecidas.”

Para Ricardo Reimer, CEO da Fras-le, não bastam estratégias de negócios e planejamento: estar fisicamente presente nos mercados onde se pretende atuar é relevante. “Temos fábricas na China e Estados Unidos, além de centros de distribuição em vários países. O cliente precisa sentir a presença da empresa.” Por isso a fabricante de componentes para freios envia constantemente executivos aos países onde possui negócios, além da participação contínua em feiras e eventos no Exterior. A companhia espera alta de 8% nas exportações em 2016.

Integração – Na Scania a integração de mercados é prática comum e acaba ajudando a companhia em momentos de baixa em algum país. Foi o que aconteceu com o Brasil: em 2013 15% da produção da montadora em São Bernardo do Campo era enviada para oito mercados, índices que saltaram a 60% e vinte destinos, como Oriente Médio, Rússia e África do Sul, em 2015.

Fábio Castello, vice-presidente de Logística, destacou que a Scania respondeu por 0,4% da receita de importação do País no ano passado, equivalente a US$ 756 milhões. “Nosso objetivo é chegar a exportações de US$ 1 bilhão em 2016.”

Em outras grandes empresas também é consenso o fato de que as exportações crescerão a patamar importante neste ano, com na Man Latin America, na Volkswagen e na Marcopolo: todas projetam alta de ao menos 20% no volume de remessas. Novos mercados como Oriente Médio e África do sul estão na lista de prioridades.

Na Marcopolo foi montada uma força-tarefa para mapear possíveis clientes: “Fizemos uma série de ações em 40 países em 2015. São tentativas de retomada de negócios ou de primeiro contato”, revelou Ricardo Portolan, gerente de exportações.

Para finalizar o evento, três especialistas da consultoria KPMG nas áreas de impostos, logística e estratégia falaram sobre questões amplas da economia e da constante revisão dos custos para superar o momento de redução dos investimentos. “Não se faz nada de um dia para o outro: não dá para ser exportador amanhã. Leva tempo para formatar essa estratégia, que requer um processo gradual. Identificada a oportunidade, planejar é fundamental”, disse Augusto Sales, sócio da KPMG na área de estratégia.

 

Volkswagen entrega o Gold Pin aos seus concessionários

Nove concessionárias receberam da Volkswagen o Gold Pin, prêmio anual que reconhece as revendas pela excelência do trabalho realizado. Em cerimônia realizada na semana passada em São Paulo, SP, os titulares das distribuidoras de sete estados do Brasil receberam das mãos do presidente, David Powels, e do vice-presidente de vendas e marketing, Jorge Portugal, um pin dourado com o logo da VW e um certificado.

Em comunicado Powels explicou que a premiação, uma iniciativa da matriz, na Alemanha, reconhece as concessionárias que se destacaram em fatores como parceria, engajamento e cumprimento dos valores e diretrizes da marca, além de registrarem desempenho destacado em indicadores de Vendas, Pós-Vendas e Satisfação do Cliente.

“Esses profissionais são fundamentais para que a Volkswagen seja referência em prestação de serviços e satisfação do cliente”.

 

BNDES pormenoriza refinanciamento para PSI

O BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, revelou as condições específicas para o refinanciamento de seus programas de crédito, dentro de programa anunciado pelo Governo Federal na semana passada.

Quem adquiriu veículos como caminhões e ônibus financiados pelo BNDES Finame PSI poderá refinanciar até doze parcelas a vencer. Estas serão jogadas para além do fim do prazo original de financiamento, e com a possibilidade de pagamento em até 24 vezes. Assim, as empresas ganharão uma espécie de carência de um ano nos pagamentos e mais um ano para o término do prazo de financiamento.

O programa foi denominado Refin PSI, terá custo de 15,73% para todos os portes de empresas e contará com recursos de R$ 15 bilhões.

À Agência Brasil a superintendente da área de Operações Indiretas do BNDES, Juliana Santos, afirmou que o objetivo principal é renegociadas parcelas a vencer, mas as empresas em condições de inadimplência também poderá participar. “O que o BNDES vai financiar são parcelas a vencer, saldo devedor vincendo, não vencido. Mas a hipótese de existir saldo devedor vencido no agente financeiro não o exclui de ser refinanciado no programa que anunciamos agora” – e com a mesma taxa de juros, segundo a executiva.

Também à publicação o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, considerou que a iniciativa não representa uma “medida milagrosa, mas sim um conjunto de estímulos possíveis para refinanciar operações, apoiar a exportação de bens de capital e o acesso a capital de giro”.

Para micro, pequenas e médias empresas foi revelada ainda ampliação do prazo de amortização do Cartão BNDES, de 48 para 60 meses. No ano passado, os desembolsos desta modalidade atingiram R$ 11,2 bilhões, com cerca de 750 mil operações contratadas. O BNDES também reduziu os custos da linha Exim Pré-Embarque, destinada ao financiamento da produção interna de bens e serviços que serão comercializados no mercado internacional. “O objetivo é dar condições para que a indústria nacional aproveite a conjuntura cambial favorável e amplie os mercados de exportação para seus produtos de maior valor agregado”, segundo comunicado do banco. Aqui o montante disponível é de R$ 4 bilhões.

 

SUVs importados M-B: cardápio completo.

O segmento de SUVs foi o grande filão do mercado interno nos últimos anos e, pelo jeito, seguirá como protagonista também em 2016. Ao menos é o que indicam os primeiros lançamentos oficiais do ano: na terça-feira, 2, Mercedes-Benz e BMW, concorrentes diretas, mostraram nada menos do que três novidades para o segmento. Duas novíssimas no território nacional e já à venda na rede de concessionárias da marca da estrela: os GLC 250 4Matic e GLE 400 4MATIC Coupé.

Importados, os novos SUVs, mais do que ampliar a oferta e garantir algumas vendas adicionais não reveladas pela empresa, sinalizam a disposição da montadora para se estabelecer como líder nessa faixa de mercado, que aqui tem crescido sistematicamente, mesmo em tempos de mercado interno em baixa. Dos mais de 17,5 mil veículos Mercedes-Benz vendidos no Brasil em 2015, mais de 30% eram SUVs. 

Não por acaso a fábrica de Iracemápolis, SP, que será inaugurada no fim de março, tem como seu primeiro produto o sedã Classe C e imediatamente em seguida, já no transcorrer do segundo semestre, o GLA, o SUV de entrada da Mercedes-Benz, ainda que alguns puristas rejeitem essa nomenclatura para o futuro nacional – vendido aqui como importado desde 2014.

Fato é que as letras GL designam os SUV da marca, cabendo à última letra – A, no caso do modelo de entrada – identificam a plataforma da qual derivam. Portanto, ao menos na conceituação da montadora, o GLA é, sim, um legítimo SUV.

Holger Marquardt, diretor geral de automóveis na América Latina, afirma que a Mercedes-Benz quer fazer de 2016 o ano dos SUVs no Brasil: tanto que em mais um ou dois meses a empresa começa importar também o GLS e, assim, terá seu portfólio de utilitários esportivos completo.

A participação desses veículos, justifica Marquardt, tem crescido em todo o mundo e, a exemplo do que ocorreu no Brasil, responderam por polpuda fatia das vendas mundiais da Mercedes-Benz em 2015, ano de recorde histórico da empresa. Dos quase 1,9 milhão de veículos vendidos pela montadora alemã cerca de 526 mil foram SUVs – 26% a mais do que no ano anterior.

GLC 250 e GLE 400 Coupé são bons exemplos do que tem atraído tantos consumidores em todo o mundo: agregam conforto, dirigibilidade, esportividade características de sedãs ou coupês com porte avantajado, robustez e capacidade de enfrentar com destreza não apenas estradas de asfalto. Um sedã Classe C ou E naturalmente têm bem mais dificuldade diante de irregularidades em pisos de terra, por exemplo.

É desnecessário enfatizar que para reunir versatilidade, conforto e desempenho dignos de carros de luxo a Mercedes-Benz dotou os dois modelos de respeitável pacote de recursos tecnológicos – embora na Europa a lista de série seja um tanto mais extensa. A começar pelas conhecidas suspensões Airmatic e pelo transmissão 9G-Tronic, de nove velocidades, com acionamento também em borboletas atrás do volante.

Os motores, porém, guardam sensíveis diferenças. No caso do GLE 250, sucessor do conhecido GLK, é um quatro cilindros 2.0 de 211 cv. Já o GLE 400 Coupé, natural substituto do pioneiro ML, é equipado com um poderoso 3.0 V6 Biturbo de 333 cv, capaz de levá-lo da imobilidade até 100 km/h em apenas 5,9 segundos, mesmo pesando quase 2,2 toneladas.

GLC e GLE Coupé também oferecem ao motorista a opção de escolher diversos modos de condução, ora mais econômica e confortável ora mais esportiva ou mesmo específica para terrenos de pouca aderência. Basta acionar botões no console para que o sistema Dynamic Select altere regime dos motores e relação de transmissão dentre outro parâmetros, e os SUVs exibam cinco comportamentos completamente distintos.

Do sistema de som com até quatorze alto-falantes e mais de 800 watts de potência, passando pelo sistema multimídia de alta conectividade, bancos em couro com memória, abertura elétrica da tampa do porta-malas – generosos em capacidade de carga – e tetos panorâmicos, os dois SUVs não deixam nada a desejar com relação aos concorrentes diretos. Assistente de manobra, recurso que estaciona o veículo automaticamente em vagas paralelas ou perpendiculares, por exemplo, é oferecido nos dois modelos.

Mas tudo, obviamente, bem amparado e contemplado no preço final. GLC 250 4Matic, a versão de entrada, custa a partir de R$ 223 mil, enquanto a versão 250 4Matic Sport sai por R$ 265 mil. Já para ter um GLE 400 Coupé o consumidor terá que desembolsar praticamente o dobro desses valores: a versão 4Matic custa R$ 416 mil enquanto a Night, com acabamento ainda mais esportivo, sai por R$ 426 mil.

 

M-B dará licença remunerada a 1,5 mil por tempo indeterminado

A Mercedes-Benz do Brasil informou na terça-feira, 2, por meio de comunicado, que concederá licença remunerada a 1,5 mil trabalhadores ligados à produção na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABDC paulista, que já trabalha em ritmo reduzido dentro das normas do PPE, o Programa de Proteção ao Emprego.

A iniciativa se dará a partir do dia 17 deste mês, uma quarta-feira.

De acordo com nota da empresa “o ano de 2016 começou com o mercado de veículos comerciais ainda mais baixo, sinalizando volume de vendas inferior a 2015, o qual já foi bastante ruim. Diante desse cenário a fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo tem utilizado apenas metade da força de trabalho, o que a mantém em uma situação difícil mesmo com o uso do PPE”.

A Mercedes-Benz considera ainda que “este grupo de 1,5 mil trabalhadores representa uma parte do atual excedente da empresa, que supera 2 mil funcionários na fábrica”.

Os funcionários envolvidos terão 4 dias de folga via PPE por mês até maio, quando encerra-se o prazo inicialmente estipulado de duração do programa ali, enquanto que os demais dias serão considerados como licença remunerada. De acordo com a montadora, “durante o mês de maio será reavaliada a licença”.

Derrotados de 2015 se vingam em janeiro de 2016

Os derrotados em duas das principais disputas por segmento no ranking dos mais vendidos em 2015 começaram o ano se vingando dos rivais: Renegade e Hilux abriram boa vantagem para os concorrentes diretos em janeiro.

O Jeep surpreendeu e conseguiu fechar o mês no top-5, mantendo a posição obtida nas primeiras semanas do mês, conforme antecipara a Agência AutoData. Com quase 5 mil emplacamentos foi além do que conseguiu o Honda HR-V, campeão de 2015 na faixa dos SUVs compactos – que mesmo assim não fez feio e fechou janeiro em oitavo, com 4,3 mil.

Já a Hilux humilhou a S10, para quem perdeu a disputa nas picapes médias por quatrocentas unidades em 2015: o modelo da Toyota registrou em janeiro 2,8 mil licenciamentos, 18ª. posição no geral, para apenas 1,3 mil da Chevrolet, 33ª. – cenário atípico e que pode indicar um esforço comercial adicional no fim do ano pela GM para não perder a coroa do ano.

Observando à distância está o novo rei do mercado nacional, o Onix, que mostrou em janeiro que o título inédito obtido no ano passado não foi à toa: manteve o posto de mais vendido, despencado na frente – 13 mil para 9 mil do vice-líder, o sempre competente Hyundai HB20. O campeão de 2014, o Palio, fechou o pódio com 8 mil.

Os três tiveram desempenho destoante dos demais, já que o Prisma, quarto, fez pouco menos de 5,5 mil no mês.

Janeiro foi ruim para o Gol, que saiu do top-10, assim como Uno, Up! e Sandero. Quem lamentou o mês também foi o Duster, apenas 34º., bem aquém do Ford EcoSport, o 23º, isso para não mencionar o Peugeot 2008, que sequer aparece nos 50 mais vendidos.

Já a Oroch, em preparação para enfrentar a Fiat Toro, vendeu mais que a Chevrolet Montana, ficando uma posição à frente, em 42º.

BMW quer vender mais do que carros

A BMW do Brasil começa a avançar em um nicho ainda muito pouco explorado pelas montadoras brasileiras: a sua própria grife. Até o fim do mês suas 48 concessionárias espalhadas pelo País ofertarão aos clientes – e fãs da marca – as miniaturas de seus modelos. Ao lado de bonés, jaquetas, xícaras e até máquinas de café, compõem uma vasta oferta de produtos que dividirão espaço com os carros nas revendas.

Não foi uma tarefa simples. Antonino Gomes de Sá, diretor de pós-vendas da BMW do Brasil, contou que há anos as miniaturas estão em processo de homologação no Inmetro – a aprovação saiu só agora. O executivo, que há dois anos chegou para comandar a área na subsidiária brasileira, vê grande potencial no crescimento das boutiques de montadoras.

“O brasileiro adora automóveis e gosta de vestir a marca”, explicou, durante evento de lançamento do novo X1. “Precisamos agora difundir essa cultura de boutique na nossa rede. Os titulares são, em sua maioria, ex-vendedores de carros e não dão muita atenção a esse nicho. Temos que capacitar pessoas e convencer os concessionários da importância dessa área”.

Segundo ele já há pessoas trabalhando em treinamento de vendedores especializados em boutique – os mais procurados são aqueles que têm experiência em vendas em lojas de roupas e acessórios. A quantidade de itens é enorme, quase todos produzidos por terceiros, mas licenciados pela marca. De acordo com Sá nos Estados Unidos 30% da receita do pós-venda vem de produtos comercializados nessas áreas.

O português que passou por diversos cargos em mais de vinte anos na sede da BMW, em Munique, tem uma meta: oferecer no pós-venda faturamento suficiente para cobrir 100% dos custos operacionais das concessionárias. “A ideia é que a venda de 0 KM represente somente lucro para os revendedores”.

Sá calcula que a média atualmente está em 50% a 60% dos custos operacionais. Nos Estados Unidos, sempre usado como comparação, essa média chega a 90%. “Em algumas o pós-venda chega a dar lucro. Tem um potencial enorme para crescer aqui, especialmente nesse momento de crise, e estamos mostrando isso aos titulares”.

No ano passado 15% do lucro da BMW do Brasil teve origem da área de pós-venda. A tendência dessa fatia é crescer, até pelo aumento de frota de veículos no mercado nacional – e pelo próprio desempenho da marca por aqui.

Na opinião de Martin Fritsches, diretor de vendas da BMW local, a tendência é o segmento premium igualar as vendas do ano passado – e o mesmo para a marca. “Em volume não será um ano muito diferente de 2015”.

Remodelado – Segundo principal produto oferecido pela BMW por aqui – só perde para o Serie 3 –, o X1 passou por um facelift a fim de ficar em linha com o modelo oferecido na Europa. É oferecido em três versões: sDrive20GP, por R$ 167 mil, sDrive20i X-Line, por R$ 180 mil e xDrive25i Sport, por R$ 200 mil.

Os clientes que comprarem o utilitário esportivo ainda este mês levarão para casa o modelo importado. A versão nacional começará a sair das linhas de Araquari, SC, a partir do mês que vem.

Vendas caem 15% na Argentina em janeiro

O ano não começou bem para a indústria automotiva argentina: com reajustes de preços devido à nova política cambial adotada pelo governo local, adicionada de aumento dos juros dos planos de financiamento, as vendas caíram na comparação anual pela primeira vez em quatro meses.

De acordo com dados da Acara, a Fenabrave local, divulgados pelo Tiempo Motor, parceiro editorial da Agência AutoData naquele país, foram comercializadas no varejo argentino 56,5 mil unidades em janeiro, queda de 15% ante as 66,5 mil do mesmo mês de 2015. Ante as 31,4 mil de dezembro, o resultado representa alta de quase 80%.

Para a Acara, apesar da redução registrada em janeiro, a perspectiva para o ano é de estabilidade, com cerca de 640 mil licenciamentos.

Por marcas a Chevrolet repetiu o excelente desempenho registrado no Brasil e também liderou o mercado da Argentina no primeiro mês do ano na soma de automóveis e comerciais leves, com 8,5 mil unidades, apesar da queda de 9,9%. Mas a Volkswagen, segunda colocada com 8,3 mil, caiu muito mais: quase 28%. A Ford foi a terceira, a Fiat a quarta e a Toyota a quinta.

Por modelos o mais vendido no mercado argentina no primeiro mês de 2016 foi o Fiat Palio, seguido por Chevrolet Classic, Toyota Etios, Fiat Siena e Toyota Corolla fechando o top-5.

Vendas caem 39% em janeiro

O mercado brasileiro de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus iniciou o ano com uma queda significativa na comparação com janeiro do ano passado: as vendas cederam 39%, para 155,4 mil unidades, de acordo com dados divulgados pela Fenabrave na tarde de segunda-feira, 1º.

Em janeiro do ano passado foram emplacados 253,8 mil veículos. A queda ficou próxima das 100 mil unidades, conforme antecipou a Agência AutoData.

Existem, porém, fatores que ajudam a compreender essa redução elevada. Uma delas, ressaltada em comunicado pelo presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, contextualiza o desempenho do mercado em janeiro de 2015: “Naquela época ainda havia veículos disponíveis nos pátios das concessionárias com a redução do IPI, o que favoreceu o mercado”.

A redução do IPI encerrou em 31 de dezembro de 2014, mas todos os veículos faturados até esta data chegaram às concessionárias com desconto no imposto. Por isso em janeiro de 2015 os consumidores conseguiram, em determinadas situações, fechar negócios a preços inferiores à tabela vigente.

O presidente da Fenabrave lembrou também que o desempenho de dezembro do ano passado foi inflado pelas promoções e maior disponibilidade de recursos pelos consumidores, em função do décimo-terceiro salário. “Como ocorre tradicionalmente em dezembro, houve alguma antecipação de compra”.

Comparado com dezembro, quando foram licenciadas 227,8 mil unidades, o mercado apresentou uma retração de 31,8%.

Assumpção Jr encarou a queda acentuada com naturalidade. “Começamos o ano sem expectativa de crescimento, mas os resultados de janeiro não devem ser balizadores para as projeções para 2016”, afirmou no comunicado. E manteve a projeção de queda de 5,8% para o mercado: “Faremos revisões a cada três meses para que possamos avaliar melhor o comportamento do mercado e o viés da economia. Mas acreditamos que o pior ocorreu em 2015. Este ano não deverá trazer os mesmos níveis de queda”.

Resultados – O segmento de automóveis e comerciais leves fechou janeiro com 149,7 mil unidades comercializadas, queda de 38,6% na comparação com janeiro de 2015 e de 32,2% com relação a dezembro.

Em caminhões a queda na comparação anual chegou a 43,4%, enquanto na mensal ficou em 22%, para 4,4 mil unidades. Os chassis de ônibus registraram recuo de 43,8% com relação a janeiro de 2014 e de 19,5% na comparação com dezembro.

O mercado de motocicletas começou o ano com 96,2 mil licenciamentos, queda de 11,4% na comparação anual e de 26,7% com relação a dezembro.

Novo líder – A General Motors fechou janeiro na primeira posição do ranking de automóveis e comerciais leves, com 27,1 mil unidades e 18,1% de participação, ante 23 mil modelos Fiat, a líder do ano passado, comercializados, ou 15,4% do mercado do mês passado.

A Volkswagen ficou na terceira colocação, com 20,7 mil licenciamentos, e, a partir daí, muitas mudanças ocorreram com relação aos últimos meses: a Hyundai assumiu a quarta posição, seguida pela Toyota em quinto e a Ford ficou em sexto, caindo duas posições. A Honda ficou em sétima, à frente da Renault, que encerrou janeiro na oitava colocação.

Completam as dez primeiras posições a Jeep, em nono, e a Nissan, décima mais vendida do mês.