Câmara aprova obrigatoriedade de sistema antiesmagamento nos vidros

A CCJ, Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados em Brasília, DF, aprovou o Projeto de Lei 5125/09, de autoria do deputado Jefferson Campos, que inclui na lista de os equipamentos obrigatórios dos veículos um dispositivo antiesmagamento nas janelas dotadas de vidros elétricos – presentes na enorme maioria dos modelos produzidos atualmente no País.

A aprovação do PL ocorreu em caráter conclusivo, sem passagem pelo plenário, e agora segue para o Senado federal.

As informações foram publicadas pela Agência Câmara.

A proposta altera o Código de Trânsito Brasileiro e objetiva evitar que a mão ou o braço de algum ocupante do automóvel seja comprimido pelo vidro contra a janela. Em seus argumentos o deputado autor do PL afirmou que “o movimento de vidros elétricos não é automaticamente interrompido quando algo se interpõe à sua trajetória ascendente, o que gera frequentes acidentes, especialmente em crianças e bebês”.

O parecer do relator na CCJ foi favorável à proposta, que também fora aprovada em 2013 pela CVT, a Comissão de Viação e Transportes da Câmara. À época outros dois PLs apensados, que obrigavam ao uso de sistema de emergência manual em caso de pane nos vidros elétricos dos veículos, foram rejeitados. Estes dois, entretanto, foram igualmente aprovados pela CCJ.

 

Rede MAN valoriza o caminhão usado na troca por um novo

Com o objetivo de atrair seus clientes para as concessionárias da marca e movimentar um mercado que no ano passado caiu quase pela metade, a MAN Latin America preparou medidas especiais para valorizar o caminhão usado na troca por um novo e planos de financiamento a taxas reduzidas, com apoio do Banco Volkswagen.

A intenção principal, de acordo com o vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas Ricardo Alouche, é mostrar ao cliente que é possível trocar o caminhão sem se descapitalizar. “Todas as nossas concessionárias estão aptas a receber usados como parte de pagamento, pagando preço na média ou pouco acima da tabela”.

Segundo Alouche a prática de aceitar um usado na troca por um novo rareou no mercado brasileiro nos últimos meses. Nesse plano, vigente até junho de 2016, a MAN subsidiará parte do valor pago pela revenda no caminhão com até vinte anos de uso e em boas condições, garantindo, assim, valores até um pouco superiores à tabela Molicar, citada pelo executivo como referência.

Os planos de financiamento também têm taxas mais baixas que o usual: de acordo com o vice-presidente, para pequenas e médias empresas e taxa média chega a 1,23% ao mês – sendo 80% financiada pelo Finame TJLP e 20% pelo banco – e para grandes empresas, 100% por meio de CDC, a 1,39% ao mês.

“Os sistemas dos bancos ainda não foram atualizados para fazer o financiamento integral do Finame TJLP para as grandes empresas”, justificou o executivo, que ainda completou: “Acredito que em 2016 os clientes não encontrarão preços e condições melhores do que as vigentes”.

Isso porque a MAN reajustou o preço de toda a sua tabela de produtos de 5% a 7%, em média, a partir de 1º de janeiro e novas correções deverão ser aplicadas no decorrer do ano. Mas ainda há em estoque caminhões com preço do ano passado disponível em algumas concessionárias, o que garante ainda possibilidade de encontrar produtos com preços inferiores ao valor da tabela.

Começa a temporada 2016 de eventos de informação da AutoData Editora

A AutoData Editora está abrindo sua temporada 2016 de eventos de informação econômica e realizará, em São Paulo, dois workshops segmentados já em fevereiro. O primeiro deles analisará a atual necessidade do setor automotivo brasileiro como um todo aumentar suas exportações. O segundo discutirá as perspectivas de curto prazo do segmento de máquinas agrícolas e de construção para produção e de vendas.

O Workshop que discutirá a necessidade de ampliação das exportações, além de analisar as novas possibilidades que estão sendo abertas no mercado internacional em função da nova paridade cambial brasileira, é uma iniciativa conjunta da AutoData com a consultoria KPMG e será realizado, inclusive, na nova sede desta empresa em São Paulo.

“Organizamos um evento bastante prático e que, ao mesmo tempo em que analisará as possibilidades de crescimento de negócios via exportação, mostrará os obstáculos que terão que ser vencidos pelas empresas que quiserem incrementar seus negócios internacionais e, ainda mais importante, ensinará como ultrapassá-los”, conta Paulo Fagundes, editor de seminários da AutoData Editora.

 Para alcançar este objetivo o workshop será dividido em três blocos. No primeiro Anfavea e as montadoras MAN e Volkswagen analisarão o potencial e as possibilidades do setor automotivo brasileiro ver seus negócios crescerem no mercado internacional. No segundo, três empresas que já atuam com sucesso no exterior – MWM, Grupo Randon/Fras-le e Scania – mostrarão seus cases práticos. E no terceiro os técnicos da KPMG falarão sobre estratégias para criação e ações de uma política de exportação.

Personalidades importantes serão os palestrantes e debatedores deste evento de exportação, a começar pelo atual presidente da Anfavea, Luiz Moan. Pelas montadoras participarão Marcos Forgioni, vice-presidente de vendas e marketing internacional da MAN; Max Frik, gerente de exportação da Volkswagen do Brasil; e Fábio Castello, vice-presidente de logística e exportação da Scania. Os cases práticos de autopeças serão apresentados por Thomas Puschel, diretor de vendas e marketing da MWM Motores; e por Ricardo Reimer, CEO da Fras-le. Pela KPMG participarão Augusto Sales, Marcus Vinicius e Júlio Baldin, respectivamente especialistas em estratégia, taxas e logística.

Máquinas – Entender o princípio deste ano passou a ser prioritário para o futuro do segmento de maquinário agrícola e de construção. O Brasil já é hoje um dos principais produtores mundiais deste tipo de equipamento. Só que, infelizmente, o futuro de curto prazo permanece nebuloso.

Justamente com este objetivo, de levar para as empresas do setor – sejam elas montadoras, fabricantes de autopeças ou concessionárias – o maior conjunto possível de informações sobre este futuro de curto prazo do mercado de máquinas é que AutoData reunirá em São Paulo, no final de fevereiro, os executivos das principais montadoras de máquinas agrícolas e de construção instaladas no Brasil, para pormenorizar e discutir suas novas perspectivas comerciais e de produção para os próximos meses.

Vários executivos importantes já confirmaram suas presenças como debatedores neste workshop, dentre os quais Roberto Marques e João Pontes, da John Deere Construction e Máquinas Agrícolas; Afrânio Chueire, da Volvo CE; Rafael Miotto, da CNHi e José Luis Gonçalves, da JCB . Representantes da John Deere Agricola, da AGCO e da Anfavea também foram convidados.

Como participação especial, o evento contará também com a presença de Alan Riddell, sócio da consultoria KPMG especializado no setor agrícola, que analisará as tendências de curto prazo do agronegócio brasileiro.

Informações sobre inscrições para estes dois eventos poderão ser obtidos via Portal AutoData, no www.autodata.com.br , pelo telefone 5511 5189.8900 ou ainda pelo e-mail seminários@autodata.com.br.

MDIC diz que vai cobrar o imposto devido pela Jac Motors

A Jac Motors deverá pagar a diferença de 30 pontos porcentuais do IPI de todos os veículos que importou na condição de montadora habilitada ao Inovar-Auto como investidora, no período de janeiro de 2013 a maio de 2014, além de multa. Este é o entendimento do MDIC, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, segundo declarações de seu coordenador-geral das indústrias do complexo automotivo, Rodrigo Bolina, concedidas com exclusividade à Agência AutoData.

O representante do ministério participou de evento promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na quinta-feira, 18, em São Bernardo do Campo.

De acordo com Bolina o MDIC não conduz, hoje, nenhuma negociação com a montadora de origem chinesa, presidida pelo empresário Sérgio Habib. Ele afirmou que a nova mudança nos planos da fábrica da empresa no Brasil, que agora seriam de montar em CKD o SUV T5 sem participação dos sócios chineses no negócio, com investimento de R$ 200 milhões, não foram comunicados ao ministério: “Soubemos por meio da imprensa”.

Desta forma, explicou o coordenador-geral, para o MDIC a Jac Motors apenas não cumpriu as exigências a que se comprometeu ao solicitar habilitação ao regime automotivo como investidora, quando recebeu benefício fiscal para importar até 20 mil unidades dos modelos J2, J3 e J3 Turin sem a incidência IPI majorado em 30 pontos porcentuais. Naquela época o plano da fabricante previa a construção de uma fábrica em Camaçari, na Bahia, com capacidade para 100 mil unidades, com investimento de R$ 900 milhões, para fabricação de uma nova geração do J3. A empresa realizara cerimônia de assentamento de pedra fundamental no local em novembro de 2012, com previsão de inauguração no fim de 2014.

Ainda segundo Bolina findo o prazo para construção da unidade fabril prevista na habilitação, de 24 meses, o caso foi enviado à área jurídica do MDIC. Ele afirma que “o processo [para iniciar a cobrança do débito junto à Jac Motors] já está bem avançado”.

Quanto à atual situação da habilitação da empresa, o coordenador-geral assegura que esta se encontra na condição de “cancelada” e não há planos para concessão de uma nova, algo que a própria legislação do Inovar-Auto proíbe. A Jac Motors foi a única empresa das habilitadas no MDIC a não ter sua renovação anual concedida – uma fórmula criada pelo governo para evitar uma repetição do caso Asia Motors, que nos anos 90 importou veículos com benefícios fiscais com a promessa de construir uma fábrica que ficou pelo caminho e cujo valor dos tributos nunca foi recuperado. Coincidentemente esta fábrica seria também construída em Camaçari, na Bahia, em terreno que depois foi ocupado pela fábrica da Ford.

Pelas regras do Inovar-Auto a multa a ser aplicada em caso de descumprimento das regras é de 10% do valor do crédito recebido.

Procurado pela reportagem, Sérgio Habib afirmou, em nota, que “conforme expusemos há alguns dias, as tratativas com o MDIC, que davam conta das alterações no projeto de implantação de uma fábrica da Jac Motors no Brasil, tiveram caráter informal até então, mesmo porque havia a necessidade de que todo o cronograma fosse reformatado para, enfim, ser reapresentado oficialmente ao governo”.

Ainda de acordo com o empresário, no comunicado, “esse novo cronograma foi reapresentado há poucos dias, a exemplo das alterações aplicadas ao projeto original, sendo submetido à apreciação jurídica do Ministério. Reiteramos nosso compromisso com a implantação de uma fábrica da Jac Motors no Brasil, plano esse que sofreu alterações em razão de diversas contingências mercadológicas, mas que jamais deixou de ser uma das prioridades da marca no País”.

 

 

Renault também fará recall de motor diesel por emissões

O Grupo Renault fará recall de 15 mil veículos equipados com motor diesel dCi110 do modelo Captur para “recalibrar a unidade de controle”, segundo comunicado da empresa.

O caso pode representar um novo desdobramento na Europa do escândalo de emissões envolvendo o Grupo Volkswagen, com veículos que possuíam software que enganava os testes de emissão, dando aos modelos índices dentro do exigido em testes de laboratório porém muito mais elevados durante a condução pelos consumidores.

Segundo informações de agências internacionais a montadora poderia promover uma campanha voluntária para 700 mil veículos movidos a diesel, para ajustes de emissão de poluentes via software. Na nota a montadora nega esta necessidade, mas diz que “a Renault pretende oferecer uma proposta aos consumidores para melhorar o sistema de emissão de NOx”.

Na semana passada a montadora também divulgara um comunicado em que afirmava que o governo francês conduzia testes de emissão com diversos veículos, dentre eles alguns da marca Renault, e que nenhum indício do uso de software malicioso, como no caso da VW, fora encontrado.

De acordo com um jornal francês o grupo governamental teria encontrado valores distintos de emissões dos testes de laboratório para o uso real em veículos Renault, Ford e Mercedes-Benz.

Land Rover inaugura fábrica no início do segundo trimestre

A Jaguar Land Rover fará a cerimônia de inauguração de sua unidade instalada em Itatiaia, no Rio de Janeiro, no início do segundo trimestre: abril ou maio, a depender de como serão acomodadas as agendas dos executivos e autoridades envolvidas.

O fato é que o cronograma e os investimentos da montadora de origem britânica no Brasil estão intocados: R$ 750 milhões para produzir até 24 mil veículos por ano, começando pelo Evoque e logo depois o Discovery Sport – as primeiras unidades pré-série já deixam a linha de montagem sul-fluminense.

Tudo devidamente testemunhado por Frank Wittemann, nomeado novo presidente da empresa para a operação na América Latina e Caribe, em sucessão a Terry Hill, de malas prontas para a China. Os dois estiveram em São Paulo na terça-feira, 19, reunidos em um hotel na Zona Sul para tratar dos planos futuros da empresa por aqui, com direito à presença de Dmitry Kolchanov, chefe de ambos na função de diretor de mercados internacionais.

Mas Wittemann ainda está no País só de passagem: logo depois embarcaria de volta a Moscou, Rússia, onde ainda mora, para assumir definitivamente o cargo apenas daqui duas semanas, já fevereiro e período pré-carnavalesco, ainda contando com o auxílio de Hill.

O executivo confessa que por enquanto tem pouco, quase nenhum conhecimento das particularidades do mercado brasileiro. Mas experiência em mercados emergentes não lhe falta: ele está há 8 anos na Rússia, sendo três pelo Grupo Volkswagen e 5 pela Jaguar Land Rover. E de setembro a dezembro coordenou grupo de trabalho que reestrutura os negócios da fabricante na China.

De antemão ele afirma que “o potencial do mercado brasileiro é enorme, e é por isso que estamos aqui” – a fábrica de Itatiaia será a primeira da Jaguar Land Rover fora da Europa.

A unidade, antecipa Kolchanov, não terá todas as fases produtivas logo na inauguração. “Atenderemos todas as etapas legais previstas pela legislação brasileira, mas o processo produtivo da fábrica passará por uma evolução ao longo do tempo”. A JLR, assim, percorrerá o mesmo caminho daquele utilizado pela BMW em Araquari, SC, mas diferente do escolhido pela Mercedes-Benz em Iracemápolis, no Interior Paulista, de inauguração prevista para março, com operação completa, inclusive estamparia e pintura.

E mais uma vez os executivos da JLR não escondem a produção de um automóvel Jaguar em Itatiaia, o XE, ainda que não o confirmem: “Primeiramente nosso objetivo é cumprir a produção dos dois SUVs. Depois, em um plano de expansão produtiva, esta é uma das possibilidades que poderemos adotar”, afirma Kolchanov.

Subaru abre uma concessionária dentro de um hotel

A Subaru preparou uma ação inusitada para, a princípio, este primeiro trimestre: montou dentro do lobby do Sheraton Hotel WTC, na Zona Sul de São Paulo, um espaço que funcionará como uma mini-concessionária. A cada dia um dos modelos da marca estará exposto ao lado de uma cabine decorada com a identidade visual da Subaru, onde ficarão dois vendedores e um gerente para atender os interessados.

Vai um pouco além do que estamos acostumados a ver em shoppings, eventos e cinemas, onde as montadoras colocam no espaço um automóvel e uma recepcionista, apenas para passar as informações do modelo, sem vendas efetivas. Neste espaço as vendas poderão se concretizar, embora o faturamento seja feito em alguma concessionária próxima.

“Montamos um ponto de vendas dentro do WTC”, contou Flávio Padovan, diretor-geral da Subaru no Brasil. “O comportamento do consumidor brasileiro mudou. Ele não tem mais tempo de se deslocar até uma concessionária. Por isso é importante estarmos onde ele está”.

E o público-alvo da Subaru está no WTC. O caro leitor que acompanha os Seminários, Workshops e Congressos AutoData conhece o complexo, composto pelo Sheraton Hotel, a torre de escritórios e o centro de eventos WTC e D&D Shopping. Por lá ocorrem cerca de novecentos eventos por ano e circulam 450 mil pessoas. Segundo cálculos da diretoria do WTC, 54 mil executivos trabalham em escritórios próximos ao local.

A ação foi costurada em parceria com a diretoria do complexo e o valor do investimento Padovan manteve em segredo, assim como a sua meta de vendas. “É importante estar aqui, não só vender. Nesse cenário atual de mercado é importante estar próximo ao consumidor, e o público que frequenta o WTC é compatível ao do nosso consumidor”.

O espaço começou a funcionar na segunda-feira, 18, e ficará ativo pelo menos por noventa dias – mas Padovan acredita que será renovado.

Desempenho – No ano passado as vendas da Subaru cresceram 46% com relação a 2014, somando 1 mil 639 unidades, na contramão do mercado que recuou 26,6%. Embora esteja otimista com o desempenho da marca, Padovan não quis revelar suas projeções. “Vamos crescer. Não sei quanto, mas vamos”.

Com relação ao mercado no geral, o executivo seguiu as projeções divulgadas pela Anfavea, de queda de 7,3% nas vendas.

Trabalhadores rejeitam proposta e greve na GM continua

Os metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos, SP, rejeitaram na manhã de terça-feira a proposta feita pela companhia um dia antes para o pagamento da segunda parcela da PLR, Participação nos Lucros e Resultados. A greve, que começou na segunda-feira, 18, segue por tempo indeterminado.

De acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos local a montadora ofereceu R$ 5 mil, R$ 750 acima da primeira proposta, e antecipação da primeira parcela do décimo-terceiro salário. Segundo o presidente da entidade, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, os trabalhadores querem receber R$ 6 405. “É o valor mínimo aceitável, equivalente a 86% da tabela que nós temos há dois anos”.

A proposta de antecipar o décimo-terceiro foi encarada pelos metalúrgicos como argumento para ampliar a PLR. Macapá afirmou na assembleia que o décimo-terceiro salário é um direito do trabalhador. “Estamos discutindo a PLR e, se a empresa tem dinheiro para antecipar a primeira parcela, tem para pagar uma PLR maior”.

O sindicato busca agora uma nova negociação com a empresa. Os trabalhadores de Gravataí, RS, e São Caetano do Sul, SP, também não receberam a segunda parcela da PLR – na unidade do ABCD já foi protocolado um aviso de greve.

Macapá afirmou também que o sindicato luta contra as demissões nas montadoras: “É hora de decretar estabilidade de emprego no País”.

IPI majorado em 30 pontos porcentuais deve cair após 2017

O IPI majorado em 30 pontos porcentuais para veículos nacionais e importados, um dos alicerces do atual regime automotivo brasileiro, deverá cair quando do término legal do Inovar-Auto, ou seja, 2017. Com isso as alíquotas do imposto devem retornar àquelas vigentes antes da criação do programa, em 2012 – quando os chamados populares, por exemplo, tiveram o índice elevado de 7% para 37%.

A informação foi revelada por Rodrigo Bolina, coordenador-geral das indústrias do complexo automotivo do MDIC, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em São Bernardo do Campo, SP, durante seminário promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC denominado Inovar-Auto 2: Ideias para o Futuro da Inovação no Brasil, na quinta-feira, 18.

“É muito improvável a continuidade do IPI majorado na próxima fase do Inovar-Auto”, afirmou o representante do ministério. A principal razão é o questionamento promovido pela União Europeia e Japão junto à OMC, Organização Mundial do Comércio – que aceitou abrir discussões sobre o tema. A alegação destes mercados é a de que o aumento do IPI na prática representa uma barreira comercial aos produtos trazidos do Exterior, pelo aumento de preço ocorrido via elevação da alíquota.

O primeiro painel de discussões na OMC está agendado para acontecer em Genebra, na Suíça, na semana que vem. Apesar da provável iniciativa com relação ao abandono do IPI majorado após 2017, Bolina afirmou que os representantes brasileiros estão “tranquilos e confiantes” com relação à defesa que o Brasil apresentará. “Estamos bem fundamentados.”

Independente desta questão o governo agora se debruça sobre outras formas de estimular as fabricantes de veículos a continuar no Inovar-Auto após 2017 – confirmando que a proposta do governo é dar prosseguimento ao programa.

O IPI majorado em 30 pontos porcentuais é um dos pilares do atual regime porque as empresas habilitadas conseguem abater este adicional com base em suas compras de autopeças e ferramentaria, além de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, engenharia e outros. A superação das metas estabelecidas para eficiência energética ainda dá até mais dois pontos adicionais de desconto no IPI.

No evento promovido pelos representantes dos metalúrgicos do ABC o representante do MDIC revelou ainda que a próxima fase do Inovar-Auto trará normas específicas para evolução nos equipamentos de segurança dos veículos comercializados no País – algo que chegou a ser estudado em 2012 mas acabou por não ocorrer – bem como novas metas de melhoria na eficiência energética, com consequências diretas nos níveis de emissão e de consumo de combustível. Bolina disse que estas novas referências ainda estão em estudo.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, já se manifestou contrário à provável queda dos 30 pontos adicionais do IPI a partir de 2017. “Atualmente os compradores de carros de luxo importados estão pagando preços com este imposto adicional, o que na prática representa algo que sempre defendemos, a equalização de impostos: quem tem mais recursos deve pagar mais e quem tem menos deve pagar menos.”

Delphi tem novo presidente para América do Sul

A Delphi anunciou na segunda-feira, 18, alterações em seu comando na América do Sul. Luiz Corrallo, atual presidente para América do Sul e diretor executivo das divisões Powertrain e Aftermarket, se aposenta em março.

O executivo será sucedido por Paulo Santos, atualmente o diretor executivo da Delphi Arquitetura Eletro/Eletrônica.

Corrallo está há 30 anos na Delphi e soma 41 anos de carreira. Ele assumiu a presidência no fim de 2012, quando sucedeu a Gábor Deák.

Este movimento à época marcou também o retorno de Paulo Santos à Delphi, após quatro anos na Omron, fabricante de componentes automotivos.