Vendas de ônibus caem 39% em 2015

O mercado de chassis de ônibus fechou o ano passado com 16,8 mil unidades comercializadas, volume 39% inferior às 27,4 mil unidades vendidas em 2014. Os dados foram divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 7.

Em dezembro o setor se recuperou do péssimo resultado de novembro, quando licenciou apenas 891 chassis, e fechou o mês com 1,3 mil unidades vendidas, avanço de 45,6%. Com relação a dezembro de 2014, porém, as vendas caíram 44%.

Tal desempenho se refletiu na produção: durante o ano saíram das linhas de montagem 21,5 mil chassis, volume 34,7% inferior ao de 2014. Em dezembro foram produzidas apenas 541 unidades, devido às férias das montadoras e necessidade de ajustar os estoques acumulados em novembro.

O setor avançou no mercado externo, porém: foram exportados 7,4 mil chassis no ano passado, avanço de 11% com relação a 2014.

Projeção da Anfavea prevê produção estável em 2016

A Anfavea divulgou na quinta-feira, 7, suas projeções para 2016. E de forma diferente do que costuma acontecer os índices apresentados são mais pessimistas que os da Fenabrave, divulgados um dia antes. Enquanto a associação dos distribuidores calcula queda de 5,8% nas vendas ao mercado interno, ou 2 milhões 420 mil unidades, a entidade das montadoras foi mais abaixo e estimou redução de 7,5%, ou 2 milhões 376 mil – dividida em baixa de 7,3% para os leves, com 2,3 milhões, e de 13,9% para os pesados, para 76,1 mil.

Segundo Luiz Moan, presidente da Anfavea, os dois principais balizadores do índice foram a última estimativa do PIB do BC, negativo em 2,95%, e a média diária de vendas registrada no terceiro trimestre de 2015, de 9,4 mil, a mais baixa do ano. “Fomos conservadores”, admite Moan, lembrando que no último trimestre de 2015 a média diária alcançou 9,9 mil unidades.

Com relação à produção a Anfavea acredita que o índice geral será estável, em crescimento modesto de 0,5%, para 2 milhões 440 mil – os leves em baixa mínima de 0,1%, para 2 milhões 332 mil, e os pesados em crescimento de 12,8%, para 107,8 mil.

Aguardados são índices positivos para as exportações. Em volumes a Anfavea estima 8,1% acima, para 451 mil unidades, sendo os leves em alta de 7,7%, 419 mil, e os pesados 12,4% além, 31,7 mil. Em valores seriam US$ 11,3 bilhões, elevação de 7,6% ante 2015.

Nas máquinas agrícolas e rodoviárias a expectativa da associação também é colher números positivos em 2016. Estes seriam de 2,3% na produção, a 56,6 mil, 2% nas vendas, 45,8 mil, e 7% nas exportações, 10,7 mil.

Moan ponderou que os dois primeiros trimestres deste ano devem apresentar resultado de queda mais aprofundada nas vendas ao mercado interno do que os 7,5% estimados – nos primeiros três meses de 2015 a média diária foi de 11 mil/dia e do quarto ao sexto de 10 mil/dia. “Não devemos nos assustar quando isso acontecer. A base de comparação será inchada.”

Caminhões: a previsibilidade está de volta.

Mais do que taxas de juros baixas e subsidiadas por meio de linhas de financiamento de bancos oficiais, o setor de caminhões desejava nos últimos anos regras bem definidas para o longo prazo. No ano passado, por exemplo, a regulamentação do Finame PSI saiu em meados de janeiro e a sua operação, deu início um mês depois, prejudicando praticamente o primeiro bimestre inteiro em vendas.

A boa notícia ao setor veio quase na véspera do natal, em reunião convocada pelo governo em 23 de dezembro, à qual compareceram o presidente Luiz Moan e o vice-presidente Luiz Carlos Moraes: apesar da confirmação do fim do Finame PSI, a modalidade TJLP está de volta – e com aumento do porcentual financiado de 70% para 80% para pequenas e médias empresas e de 50% para 70% para grandes empresas.

Agora resta os bancos ajustarem os seus sistemas para que as novas regras entrem em operação, o que, segundo os executivos da Anfavea, deverá ocorrer ainda este mês.

“Operamos o Finame TJLP no passado e apoiamos a decisão do governo”, disse Moraes, em coletiva à imprensa na quinta-feira, 7. “Agora vamos arregaçar as mangas e vender caminhões e ônibus aos nossos clientes. Essa linha oferece condições atrativas na comparação com outras ferramentas disponíveis no mercado”.

A tarefa não será fácil, tanto que a indústria não projeta alcançar resultados superiores às 71,7 mil unidades comercializadas no ano passado, volume 47,7% inferior ao de 2014. “Durante todo o ano mantivemos uma média próxima das 6 mil unidades vendidas por mês, já baixa. Nos últimos meses piorou e ficou na casa de 4 mil a 5 mil, resultando nessa queda de quase 50%”.

Em dezembro os brasileiros adquiriram 5,6 mil caminhões, queda de 59% com relação ao último mês de 2014, mas 18,6% superior ao resultado de novembro, o pior mês do ano.

Mesmo com a reação das exportações, que cresceram 17,7% no ano passado, para 20,9 mil unidades, a produção também caiu quase pela metade, com 74,1 mil caminhões, ante 140 mil produzidos um ano antes.

Exportações de veículos crescem 24,8% em 2015

O setor automotivo encerrou 2015 com crescimento de 24,8% na venda externa de veículos, com o embarque de 416,9 mil unidades ante as 334,2 mil do ano anterior. Em contrapartida registrou queda de 27,2% nas exportações de máquinas agrícolas e de construção, limitadas a 10 mil unidades, o que foi decisivo para a queda de 8,7% na receita total, que ficou em US$ 10,5 bilhões no ano.

Considerando só veículos leves e pesados o setor registra desempenho positivo também em valores exportados. Atingiu US$ 8,7 bilhões em 2015, com pequena alta de 1,1% comparativamente a 2014. Já em máquinas agrícolas e de construção houve retração de 39,2% na receita do ano: US$ 1,7 bilhão contra US$ 2,8bilhões no mesmo comparativo.

Os dados foram divulgados na quinta-feira, 7, pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan, que atribuiu a queda na receita total justamente ao mix de produtos exportados, ou seja, exportou-se mais veículos leves, com menor custo unitário, e menos pesados. O executivo, porém, mostrou-se otimista quanto à possiblidade de o setor exportar mais este ano, projetando alta de 7,6% na receita de 2016 em relação a 2015, o que totalizará perto de US$ 11,3 bilhões.

Moan lembrou do recente acordo de livre comércio assinado com o Uruguai, destacando que há doze anos não havia um acerto do gênero na área automotiva: “Esperamos que seja o primeiro de uma nova série de acordos de livre comércio em nosso setor”.

Mais uma vez o presidente da Anfavea citou índices de crescimento das exportações para alguns países, revelando que na área de automóveis houve alta de 5,8% nas vendas para a Argentina, de 83% para o Chile, 75% para o México e 63% para o Peru. As exportações de caminhões cresceram 54% para os países africanos e 88% para o México. Em máquinas agrícolas, segundo Moan, o setor já começa a sentir melhoras nos negócios com a Argentina.

Retração de 34,5% em máquinas agrícolas e de construção

Em contraste com os dados positivos do agronegócio, com nova safra recorde de grãos, o segmento de máquinas agrícolas enfrentou forte recessão em 2015 e a maioria dos fabricantes do segmento, assim como também os de máquinas rodoviárias, suspendeu a produção em dezembro para tentar começar o ano sem altos estoques.

As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias totalizaram 44 mil 944 unidades em 2015, volume 34,5% inferior ao de 68,8 mil do ano anterior. Em dezembro, por causa principalmente de férias coletivas, a produção nos dois segmentos limitou-se a 925 unidades, uma queda de 75,3% sobre o mesmo mês de 2014 e de 76% em relação a novembro, quando foram fabricadas 3,5 mil e 3,8 mil unidades respectivamente.

No ano, a produção de máquinas agrícolas e de construção totalizou 55,3 mil unidades, com retração de 32,8% em relação às 82,3 mil fabricadas em 2014. Os dados foram divulgados na quinta-feira, 7, pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan, e pela vice-presidente Ana Helena de Andrade, representante da área agrícola na entidade.

Destacando o bom desempenho da agricultura em 2015, Ana Helena atribui o péssimo desempenho dos fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviárias à falta de confiança do consumidor, que frente às incertezas da economia brasileira desacelerou seus investimentos.

“Voltamos ao patamar de 2008”, lembrou a vice-presidente.  “Além da falta de confiança também foram negativas as mudanças ocorridas ao longo de ano em relação a prazos e taxas de financiamento. Com tudo issoos fabricantes tiveram grandes problemas para adequar produção à demanda.”

O desempenho do segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias também foi negativo em exportações, que sofreram queda de 27,2 em número de unidades embarcadas: 10 mil em 2015 ante 13,7 mil em 2014.

Onix é o novo rei de vendas no Brasil

O Onix ganhou um lugar especial, especialíssimo, no coração Chevrolet em sua longa vivência por aqui: o modelo é apenas o terceiro na história a ostentar o emblema da gravatinha na grade dianteira e ser o mais vendido do Brasil – os outros dois foram o Chevette e o Monza, este por três oportunidades, ambos nos anos 80, quando o símbolo da montadora era colorido em azul ante o atual dourado.

O hatch conseguiu o feito com 125 mil 931 unidades emplacadas no ano passado segundo dados da Fenabrave divulgados na quarta-feira, 6, ante 122 mil 364 do Palio, o vencedor de 2014: vitória apertada porém mais do que suficiente para o feito histórico. Um ano antes o Palio ganhou do Gol por menos de quatrocentas unidades.

O VW, aliás, foi somente o sexto mais vendido em 2015: perdeu também, pela ordem, do HB20, em um impressionante e sólido terceiro lugar, da Fiat Strada, em quarto, e do Ford Ka, em quinto.

Fecharam os dez primeiros de 2015 o Fox, adicionado do CrossFox, em sétimo, o Fiat Uno em oitavo, o Renault Sandero em nono e o Chevrolet Prisma em décimo, derrubando o Toyota Corolla do top-10 mas ainda assim para uma honrosa décima-primeira posição.

Por segmentos a única batalha restante em dezembro era nas picapes médias, e mais uma vez a S10 venceu, mas com margem mínima para a Toyota Hilux. No geral foram respectivamente vigésima-quinta e vigésima-sexta colocadas.

O HR-V venceu a guerra dos SUVs compactos de lavada, no décimo-sexto lugar do ranking de 2015, deixando Renegade em vigésimo, Duster em vigésimo-segundo e o EcoSport em vigésimo-quarto.

Uma curiosidade: o ranking trouxe ainda o emplacamento de 65 unidades da picape Fiat Toro, que deverá ser lançada nas próximas semanas. Enquanto isso a Renault Oroch já somou seus primeiros 3,3 mil licenciamentos.

Fenabrave: programa de renovação de frota ainda em janeiro.

Após um 2015 complicado para os negócios do setor automotivo, com queda de 26,6% nas vendas de veículos, 2016 começa promissor – ao menos nas expectativas. Ainda este mês o governo deverá lançar o tão esperado programa de renovação de frotas de veículos, já denominado Programa de Sustentabilidade Veicular, com potencial para adicionar 500 mil unidades por ano ao balanço de vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões, chassis de ônibus e motocicletas.

O plano, idealizado e desenhado por dezenove instituições, incluindo associações de fabricantes, sindicatos e de governo, chegou a um ponto comum e está quase pronto para sair do forno. Segundo Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, até o fim de janeiro os pormenores serão revelados.

“Temos um compromisso verbal”, afirmou durante coletiva à imprensa para divulgação dos resultados do ano passado na quarta-feira, 6. “Serão 500 mil veículos vendidos a mais já este ano, sendo 30 mil caminhões.”

Esse número não foi contemplado nas projeções de vendas divulgadas pela associação, que projeta queda de 5,8% nas vendas de veículos em 2016, para 2 milhões 420 mil unidades. Em motocicletas a expectativa é de recuo de 4,1%, para 1 milhão 220 mil unidades. As 500 mil unidades em potencial seriam absorvidas por todos os segmentos, o que poderia dar a 2016 resultado superior a 2015.

 O Programa de Sustentabilidade Veicular retiraria de circulação caminhões com mais de 30 anos de uso, automóveis e comerciais leves com idade superior a 15 anos e motocicletas com mais de 10 anos de operação. O proprietário do veículo se dirigiria a uma concessionária ou recicladora credenciada e o venderia a preço de mercado, podendo usar a carta de crédito para adquirir outro modelo mais novo – não necessariamente 0 KM.

O que Assumpção Jr. não divulgou foi quem bancará esse programa. “Ainda não foi batido o martelo sobre qual será o modelo adotado, mas posso garantir que não haverá subsidio do governo, que passa por um momento de ajuste fiscal.”

Resultados – Sem contar com os possíveis benefícios do programa, a Fenabrave projeta queda em todos os segmentos de mercado neste ano. Segundo a associação serão comercializados 2 milhões 330 mil automóveis e comerciais leves, queda de 5,9%, 69,9 mil caminhões, recuo de 2,7%, e 19,7 mil chassis de ônibus, volume 3,2% inferior.

O ano, portanto, seria pior do que o de 2015, que já registrou queda de dois dígitos em todos os segmentos com relação a 2014.

As vendas de automóveis e comerciais leves recuaram 25,6%, para 2 milhões 476 mil unidades. O mercado de caminhões sofreu mais: 47,6% de queda, com 71,8 mil unidades. Os chassis de ônibus retraíram 36,6%, para 20,3 mil.

Esse desempenho provocou o fechamento de 1 mil 47 concessionárias no ano passado, de acordo com balanço da Fenabrave, e o corte de 32 mil postos de trabalho. 552 foram de automóveis e comerciais leves, 125 de caminhões e ônibus, 91 de implementos rodoviários  e 279 de motocicletas.

Por outro lado abriram 420 novos pontos de vendas, sobretudo de marcas em crescimento no mercado, como Audi e Jeep. O saldo assim foi de 627 concessionárias fechadas – o setor terminou 2015 com aproximadamente 7,7 mil lojas em operação.

Nissan investe com crise e tudo

Mais uma vez Nissan foi a pioneira das manchetes automotivas do ano, com o anúncio, na segunda-feira, 4, na sua Galeria instalada no prédio-sede, no Rio de Janeiro, RJ, da produção local do crossover Kicks, um produto que será global, apresentado como conceito no Salão do Automóvel de São Paulo em 2014. Mas a manchete poderia ser outra: Carlos Ghosn, CEO da Aliança Renault Nissan, também disse que, se o mercado cair 5% este ano deveremos, todos, aplaudir tal desempenho.

Parece que 2016 será rico em contrastes, quem sabe mais do que o ano anterior. Pois a produção de novo veículo é sempre estimulante, demonstra confiança da empresa produtora no mercado, significa investimento novo e empregos idem, os consumidores se agitam, frequentam mais as concessionárias. Ao mesmo tempo como considerar a queda no desempenho do mercado ao longo de doze meses com aplausos?

Pois aquilo que se revelaria contradição assume a pose de realidade, afinal de contas. Depois dos resultados de 2015, assim, em um mercado preparado psicologicamente para cair muito, 5% de retração talvez venha a ser algo imperceptível.

É fato que empresas produtoras de veículos instaladas no Brasil, inclusive Nissan, têm aproveitado essa má temporada para colocar-se em posição a mais perfeita possível para sair correndo em ofensiva, na busca massiva do consumidor tão logo surjam os primeiros indicadores da retomada, daquele instante de inflexão a partir do qual, como um nadador, bate-se no fundo da piscina para adquirir o impulso para a ascensão. Têm reduzido custos, adaptado sua estrutura de pessoal ao volume de produção, buscado produtividade e crescimento do índice de nacionalização de seus veículos. E têm gasto dinheiro novo na forma de inversão na produção.

Independente das particularidades do mercado brasileiro, tão originais como jaboticabas, o início da produção local do Kicks deve coincidir com a temporada dos Jogos Olímpicos, da qual a Nissan é patrocinadora – seria uma interessantíssima arquitetura de marketing. O Brasil será o primeiro local onde o novo veículo será produzido, com investimento de R$ 750 milhões em ferramental, tecnologia e em capacidade e a criação de pelo menos seiscentas vagas de trabalho.

O Kicks surgirá na fábrica Nissan de Resende, RJ, como resultado de trabalho conjunto final dos centros de design da Nissan no Japão, em San Diego, Califórnia, e no Rio. Seu índice de nacionalização inicial, 74%, é particularmente interessante – há dois anos o March começou com 54%, hoje já chega a 68% mas busca os 80% até dezembro. E também terá a América Latina como destino.

A produção será realizada na mesma unidade que já produz March e Versa, que ainda este ano ganharão a opção da transmissão automática CVT. A escolha de Resende foi óbvia, disse Ghosn, pois a Nissan não tem capacidade de produção disponível na América do Norte, Estados Unidos e México, mas a tem aqui.

Carlos Ghosn e seus companheiros José Luis Valls, responsável pelas operações Nissan na América Latina, e François Dossa, que as conduz no Brasil, reconheceram que a chegada do Kicks corresponde à expectativa – da Nissan e de outras empresas produtoras de veículos – de que o segmento de SUVs e crossovers viverá dias de glória na região.

E que a Nissan prepara-se para ser grande protagonista do jogo automotivo na região: quer ser uma das Top 3. Saiu de participação de 2,1% de mercado em 2014 para 2,5% no ano passado, lembrou Ghosn: “E queremos mais, muito mais, pois nosso principal potencial é o comprometimento que temos com o cliente”.

 

Implementos rodoviários: 2015 terminou em baixa de quase 45%.

O ano passado terminou em queda de 44,7% nos emplacamentos de implementos rodoviários no mercado brasileiro. De acordo com números da Anfir, que representa o segmento, divulgados na quarta-feira, 6, foram licenciadas 88,3 mil unidades ante 159,9 mil em 2014.

Segundo a Anfir, que calcula os valores do mercado desde 2004, este foi o quarto pior resultado dessa série histórica. Em comunicado Alcides Braga, presidente, considerou que “o desempenho mais próximo ao apurado em 2015 é o de 2004, portanto recuamos 11 anos. É a primeira vez desde 2007 que a indústria não ultrapassou a marca de 100 mil produtos emplacados”.

Na faixa de pesados, de reboques e semirreboques, a queda foi de 47,5%, para 29 mil 670 unidades ante 56 mil 529 em 2014. Nos leves, de Carrocerias sobre chassi, a baixa chegou a 43,2%, para 58 mil 645 ante 103 mil 341 um ano antes.

As exportações também terminaram em queda, ainda que bem menos acentuada. Ao todo foram embarcados 3 mil unidades em 2015 ante 3 mil 453 em 2014, redução de 13%.

Estabilidade – A Anfir também revelou sua projeção para 2016. A associação apresenta prognóstico de estabilidade ante 2015 ou pequena queda, “diante da situação econômica e das regras de financiamento vigentes”. Para Braga “a economia não dá nenhum sinal de retomada”.

Na nota ele ainda considerou “acertada” a decisão do BNDES em elevar a participação nos financiamentos. “A Anfir defendeu essa medida no final do ano passado porque entendemos que essa é a forma, junto com a utilização da TJLP nos contratos, de dar suporte ao setor sem que haja subsídio” – o banco estatal subiu a parte financiada de 70% para 80% do bem nos contratos com pequenas e médias empresas e de 50% para 70% para grandes empresas.

Abeifa: ano passado fechou em alta de 3,5%.

A Abeifa fez seu balanço de 2015 e apresentou os dados na quarta-feira, 6: ao todo, suas associadas emplacaram 99 mil 945 unidades ante 96 mil 578 em 2014, alta de 3,5% – índice que a entidade considerou em comunicado como “inexpressivo”.

Os números foram auxiliados pelo volume de produção nacional de três empresas, BMW, Chery e Suzuki – o índice teria sido muito mais alto somando-se também a fabricação local da Chrysler, com o Jeep Renegade, mas a montadora deixou a Abeifa e se concentrou na Anfavea em novembro e a associação então optou por eliminar a empresa de todas as estatísticas de 2015 no cálculo do fechamento do ano. Ao todo foram 39 mil 970 unidades Made in Brazil licenciadas pelas três fabricantes, aumento de 1 281% ante as 2 mil 893 em 2014.

Isolando-se os importados, no qual já se esperava queda também pela substituição de modelos trazidos do Exterior por nacionais, o resultado é de baixa de 36%, com 59 mil 975 unidades licenciadas ante 93 mil 685 em 2014. Em dezembro a retração foi de 46,6%, para 4 mil 918 ante 9 mil 214 registrados no mesmo mês do ano anterior.

Para Marcel Visconde, presidente da Abeifa, em nota, “2015 foi sem dúvida um dos anos mais difíceis para o setor”. Para este ano, ele considera que “a recuperação dependerá de ações firmes para a recuperação da economia e o retorno da confiança do consumidor. Todos os agentes envolvidos na cadeia, sejam as empresas importadoras, as fabricantes e a rede de revendedores, já começaram a readequar suas operações para o novo patamar do mercado”.

Considerando-se apenas os veículos importados, a Kia Motors liderou com folga o ranking da Abeifa com 15,9 mil unidades vendidas, baixa de 33% ante 2014. Foi seguida pela Land Rover, com 8,8 mil, queda de 6,3%, e BMW, 5,6 mil e redução de 61%.

Por modelos o ponteiro é o Kia Sportage, com 6,7 mil unidades, seguido do Land Rover Range Rover Evoque, com 3,9 mil, e Lifan X60, 3,1 mil.