Federal Mogul e TMD Friction crescem em 2015

Em plena crise do mercado interno há bons exemplos de fornecedores que ampliaram faturamento com a diversificação de negócios internos e também externos. É o caso de Federal Mogul e TMD Friction, que encerrarão 2015 com crescimento em suas vendas totais de, respectivamente, 5,8% e 6%.

“O ano foi muito bom”, resume o diretor-geral da divisão Motorparts da Federal-Mogul, José Roberto Alves. “Crescemos mais do que prevíamos graças principalmente à nossa política de segmentação no mercado de reposição.”

Fabricante de pastilhas, lonas, sapatas, fluidos e lubrificantes para sistemas de frenagem, a divisão da Federal Mogul fechará 2015 com alta de 21% nas vendas para o mercado brasileiro de reposição. Dentre as inovações nessa área lançou linha de pastilhas denominada Stop, que utiliza 22% de material reciclado e custa 15% a menos do que a Jurid, produto intermediário da empresa nessa linha de componente.

A Stop destina-se ao segmento de carros de entrada e “teve excelente aceitação”, segundo o diretor-geral. Na outra ponta a companhia criou uma linha mais sofisticada, a Ferodo, com pastilhas para carros com preço acima de R$ 70 mil.

A empresa também teve resultado positivo na área externa, participando de novas concorrências e reforçando presença nos mercados nos quais já atuava. O México, por exemplo, comprou 50% a mais este ano do que em 2014. “O resultado final foi um crescimento de 29% nas exportações para mercados de reposição de outros países.”

Nos negócios OEM, também graças às exportações via montadoras, a empresa teve queda pouco inferior à da média do mercado interno de veículos leves e pesados, na faixa de 23%. A Federal Mogul, segundo seu diretor-geral, também aproveitou o ano para reduzir custos e melhorar processos.

Como exemplo, reduziu de 10 para 6 horas o tempo de secagem de alguns itens nos fornos de cura, sem prejuízo de qualidade. Também substituiu ferramentais antigos, para reduzir as rebarbas – e com isso a quantidade de sobra de material caiu de 8 toneladas para 1 tonelada.

“A crise traz oportunidades”, avalia Alves. “Nossas despesas financeiras estão 22% mais eficientes e nossa produtividade operacional é 12% maior.”

Cobreq – A mesma política de investir na reposição e nas exportações foi adotada com sucesso pela TMD Friction do Brasil, que produz pastilhas e lonas de freio e é detentora da marca Cobreq. “Deveremos fechar o ano fiscal de 2015 com crescimento de 6% em nosso faturamento”, revela Marcoabel Moreira, diretor-geral da empresa no Brasil.

As vendas na área de equipamentos originais caíram 25%, mas o mercado de reposição cresceu 15%, assim com as vendas para o Exterior.

“O ano de 2015 mostrou-se positivo, apesar das dificuldades. A reposição cresceu graças à maior manutenção dos veículos usados e as exportações foram favorecidas pela alta do euro e do dólar.”

Com relação a 2016 o executivo avalia que o mercado de reposição enfrentará dificuldades no primeiro semestre. “mas apostamos que novas oportunidades possam surgir na segunda metade do ano. Vamos lançar novo material de atrito para pastilhas de freio, com melhor desempenho e mais ecológico que o atual, além de apresentaremos uma segunda marca no Brasil, com produtos de menor custo”.

Fiat e Ford antecipam batalha de picapes em 2016

Se 2015 foi o ano dos SUVs compactos no mercado nacional, com quatro lançamentos no segmento – HR-V, Renegade, novo Duster e 2008 –, 2016 já está ensaiando para ser o ano das picapes. Este movimento está sendo acelerado por Fiat e Ford, que, de olho no começo de carreira da recém-apresentada Duster Oroch, anteciparam-se e divulgaram imagens de seus futuros lançamentos nesta faixa de mercado de forma quase simultânea.

A Fiat revelou a primeira imagem oficial da Toro – que a montadora prefere chamar no masculino – de traseira, onde é nítido o uso de tampa bipartida. A fabricante não revelou dados técnicos. Pode-se notar na imagem emblemas com indicações de tração 4×4 e câmbio automático de nove marchas, configuração já utilizada no Renegade, e o nome da versão, Volcano. Em outubro a montadora já revelara imagem da dianteira do futuro modelo, bem como seu comprimento, 4,9 metros.

Comunicado da Fiat afirma apenas que “traços dinâmicos e harmônicos circundam todo o carro, conferindo-lhe impressionante musculatura e, ao mesmo tempo, leveza em linhas infinitas. Curvilínea e com luzes horizontais, a traseira traz ao Fiat Toro um ar contemporâneo, urbano e até mesmo fashion. Seu impacto não deixa dúvidas: chega uma nova era, começa uma nova Fiat”.

Já para a nova Ranger houve uma pré-apresentação na Argentina, aonde será produzida. As fotos divulgadas pela Ford são da versão Limited, topo de gama – segundo comunicado da fabricante, “o lançamento faz parte de ciclo de investimentos de US$ 220 milhões na unidade industrial de Pacheco, próxima a Buenos Aires, que recebeu diversos aprimoramentos para a produção da nova picape global”.

Assim como no caso da Toro os pormenores técnicos foram suprimidos. Pelos emblemas, há indicação de uso de motor 3,2 litros e câmbio automático de seis marchas. A nota diz que “o novo design externo e muita tecnologia embarcada serão os pontos fortes” da nova Ranger.

Coincidentemente as imagens mostram os dois modelos pintados em cor muito semelhante, um tom de vermelho escuro metálico.

Europa volta a comprar componentes de motor brasileiros

As portas que estavam fechadas aos produtos brasileiros no Exterior começam a novamente se abrir. Recentemente Renault e Volkswagen fecharam acordos para enviar componentes de motores produzidos em suas fábricas brasileiras para outras unidades da Europa, aproveitando o novo patamar do dólar – e resolvendo, em parte, a ociosidade provocada pela baixa demanda do mercado brasileiro.

No caso da Volkswagen serão exportados os blocos do motor 1 litro da família EA211 produzidos em São Carlos, SP. Até o fim do ano 46 mil unidades desembarcarão na fábrica de Chemnitz, na Alemanha, para equipar o Polo e o up! produzidos no país-sede da companhia. O contrato continuará em 2016, somando 90 mil unidades no total.

Segundo David Powells, presidente da VW do Brasil, os R$ 900 milhões investidos na unidade de 2012 a 2018 renovaram as linhas e elevaram a competitividade da unidade. “As exportações dos blocos de motores para a Alemanha é prova da evolução constante em termos de qualidade e tecnologia em nossos processos produtivos, que fazem da unidade de São Carlos uma das mais modernas e eficientes do Grupo Volkswagen no mundo”.

A fábrica de Renault em Douvrin, na França – que é compartilhada com a PSA Peugeot Citroën –, salvou o terceiro turno da área de usinagem de cabeçotes da unidade da Renault em São José dos Pinhais, PR. Graças ao contrato fechado para importar cabeçotes do motor 1,2 litro – da mesma família do motor 1 litro usado nos modelos brasileiros –, os trabalhadores paranaenses foram mantidos.

Os cabeçotes serão usados no motor 1,2 litro D4F, que equipam Clio, Logan e Sandero europeus. Com o contrato a fábrica brasileira tem agora o dobro da demanda de fabricação de cabeçotes, saltando de 2 mil unidades para 4 mil cabeçotes por semana.

Segundo a companhia, este é um dos maiores projetos de exportação de peças já fechado para a fábrica de motores.

Produção cai 16,6% em novembro na Argentina

A produção de veículos na Argentina caiu 16,6% em novembro, comparado com o mesmo período do ano passado, para 45,5 mil unidades. Segundo dados divulgados pela Adefa, associação que representa as montadoras daquele país, o ritmo das linhas ficou estável na comparação com outubro, quando foram produzidos 45,2 mil veículos.

No acumulado do ano as fábricas argentinas produziram 11,9% menos veículos, ou 508,3 mil unidades. De janeiro a novembro de 2014 a produção foi de 576,7 mil veículos.

Boa parte da queda da produção veio pela demanda menor do mercado externo. As exportações de veículos argentinos caíram 52,4% no mês passado na comparação anual, para 18,6 mil unidades. Com relação a outubro houve recuo de 1,2%.

De janeiro a novembro as exportações de veículos argentinas caíram 28,6%, somando 234,8 mil unidades.

“Temos manifestado nossa preocupação com relação à queda nas exportações, fundamentalmente para o Brasil, que impacta o desempenho da produção local”, afirmou, em nota, Enrique Alemañy, presidente da Adefa – o executivo substituiu Isela Costantini, que assumirá a presidência da Aerolíneas Argentinas.

As vendas aos concessionários avançaram 26,9% em novembro, para 52,5 mil veículos – estável com relação a outubro. No acumulado do ano os atacadistas adquiriram 573,9 mil unidades, um avanço de 2,3% com relação ao período de janeiro a novembro do ano passado.

Caio Induscar: exportação para o Chile.

A Caio Induscar apresentou versão de exportação para a carroceria de ônibus urbano Mondego, com motor traseiro. A primeira unidade do veículo, segundo a empresa, foi adquirida por cliente do Chile, encarroçada sobre chassi Mercedes-Benz.

Em comunicado a fabricante afirma que um dos objetivos da nova carroceria foi a conciliar tecnologia com baixo custo de manutenção, e desta forma vários itens foram projetados com essa premissa tais como luz de posição dianteira em LED, espelho retrovisor fixado na coluna e arcos de roda compactados junto à carroceria.

Além disso o conjunto óptico é intercambiável com outros modelos Caio, outra iniciativa com vistas à redução do custo de manutenção, além de reforçar identidade de marca. O Mondego traz ainda porta tipo fole, para-brisa com nova curvatura para maior visibilidade, novos cockpit e painel, entrada de ar forçada para a cabine do motorista e placas de LED embutidas nos itinerários, o que, de acordo com a fabricante, facilita a visualização e aumenta a vida útil do componente.

O modelo possui rampas para facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais e área para acomodar cadeira de rodas. A carroceria possui 13 mil 150 mm de comprimento total e capacidade para transportar 32 passageiros sentados, incluindo portador de necessidades especiais, com lotação total de 88 pessoas.

 

Queda total das vendas em 2015 chega a 6,6%

O mercado brasileiro de veículos usados sofreu inversão de tendência: em novembro, no cálculo do acumulado, a curva que até um mês antes mostrava resultado positivo passou a negativo. De acordo com dados da Fenabrave as transferências de usados em 2015 somaram 9 milhões 388 mil unidades ante 9 milhões 429 mil nos primeiros onze meses de 2014, portanto em retração, ainda que leve, de 0,4%.

Com isso a queda de todo o setor automotivo, somados usados e 0 KM, se aprofundou, uma vez que o mercado de novos também registra retração maior a cada mês. No total foram comercializados 11,7 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus no mercado brasileiro, volume 6,6% inferior aos 12,6 milhões de veículos vendidos de janeiro a novembro de 2014.

Até agosto o saldo positivo do mercado de usados compensava em boa parte o mau desempenho do segmento de 0 KM. A diferença de vendas de veículos no acumulado dos períodos de 2014 e 2015 chegava, ali, a 190 mil unidades, ou apenas 2,2% de baixa. Fechados os números de novembro, entretanto, a mesma comparação triplicou em porcentual de queda e quadruplicou em diferença de volume – são, agora, quase 830 mil veículos a menos.

Em novembro o buraco aumentou bastante devido ao fraco desempenho tanto do mercado de novos quanto de usados. Segundo a Fenabrave as transferências de veículos usados caíram 8,6% no mês passado, comparadas a novembro de 2014, para 811,2 mil unidades. Os 0 KM caíram 33,7%, para 195,2 mil unidades.

Somados novos e usados o mercado em novembro cedeu 14,8%, para pouco mais de 1 milhão de unidades – em 2014 foram comercializados 1,2 milhão de veículos no mês.

Dividido por segmento, o desempenho do mercado de usados espelha o de 0 KM. Caminhões e ônibus têm queda mais profunda – 3,7% e 5,8% no de usados e 46,3% e 36% em novos, respectivamente –, enquanto os automóveis e comerciais leves registram apenas 0,3% nos usados e 24,2% em novos.

As motocicletas usadas representam a exceção: ainda estão em alta, a despeito da queda de 12,3% no mercado de novas. De janeiro a novembro foram comercializadas 2,5 milhões de motocicletas usadas, 1,7% acima do mesmo período do ano passado. Somadas, motocicletas usadas e 0 KM apresentam queda de 3%, para pouco mais de 3,7 milhões de unidades vendidas.

Revista AutoData de dezembro chega à internet

A edição de número 316 da história da Revista AutoData, do mês de dezembro de 2015, chegou à internet e pode ser acessada pelo sistema vira-página antes mesmo da distribuição da publicação tradicional, em papel. Basta usar, em computadores, diretamente o link arquivos/autodatadigital/316-2015-12/#, dentro do Portal AutoData.

A nova edição pode ser lida também em smartphones e tablets: neste caso basta entrar no app da revista AutoData. Quem ainda não tiver o aplicativo instalado em seu dispositivo pode encontrá-lo gratuitamente na AppStore, para aparelhos com sistema iOs como iPhones e iPads, e na Play Store, para dispositivos dotados do sistema Android.

O destaque de capa desta edição está nas ações da PSA Peugeot Citroën para recuperar a lucratividade na América Latina. Ainda na cobertura de inciativas diferenciadas de gestão, confira matéria sobre a união da Toyota com o Hospital Santa Cruz para aplicar o sistema de produção da montadora no atendimento aos pacientes.

A revista deste mês traz também uma cobertura especial sobre o atual momento do Polo Automotivo do Rio Grande do Sul, os lançamentos do Audi A3 Sedan brasileiro e dos renovados Peugeot 308 e Chevrolet Cobalt, a estratégia agressiva para crescimento da BMW Motorrad – direto da Alemanha –, a inauguração da nova fábrica de componentes da Thyssenkrupp em Poços de Caldas, MG, e muito mais.

Abrilhanta as páginas do From the Top Luiz Adelar Scheuer, conhecido executivo do setor automotivo nacional que hoje é o responsável pela Pesquisa Fenabrave, que avalia a atuação das fabricantes sob o ponto de vista de suas próprias redes.

MWM Motores reconhece melhores fornecedores

A MWM Motores reconheceu seus melhores fornecedores pelo desempenho registrado no ano passado. A cerimônia de premiação aconteceu na sexta-feira, 11, na fábrica da empresa no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, Capital.

Foi a terceira edição do Supplier Award da MWM, que avaliou os fornecedores pelo processo GSRS, de Global Supplier Rating System, que elencou aqueles com melhores resultados em indicadores como postura comercial e contribuição, redução de custo, qualidade, desempenho de entrega e flexibilidade, capacidade tecnológica e desempenho no desenvolvimento de novos produtos.

Em comunicado Paulo Rolin, diretor de Supply Chain, considerou o evento como oportunidade para fortalecer as parcerias. “Contar com uma cadeia de suprimentos que busca a melhoria contínua do processo é fundamental para garantir a qualidade dos nossos motores.”

Também na nota José Eduardo Luzzi, Presidente e CEO da Navistar Mercosul, reforçou a importância do reconhecimento aos fornecedores: “É uma honra premiarmos os parceiros que buscaram as melhores práticas de mercado e forneceram não somente produtos e serviços, mas também diferenciais competitivos”.

Foram premiadas nove empresas.

Revista AutoData de janeiro já está disponível on-line

A cobertura completa dos vencedores do Prêmio AutoData 2015 chegaram às telas de computadores, tablets e smartphones por meio da Revista AutoData de número 317, que já está disponível para acesso nestes dispositivos – antes mesmo da circulação da versão impressa da publicação.

Para smartphones e tablets, tanto os com sistema iOs quanto Android, basta entrar no app da revista AutoData. Quem ainda não tiver o aplicativo instalado pode encontrá-lo gratuitamente na AppStore ou na Play Store. Em computadores tradicionais utilize diretamente o link arquivos/autodatadigital/317-2016-01/, via Portal AutoData.

A capa traz Stefan Ketter, o Personalidade do Ano do reconhecimento, que no From the Top concedeu sua primeira entrevista na condição de presidente da Fiat Chrysler Automobiles para América Latina, sucedendo a Cledorvino Belini. Ele afirmou que é alérgico à vida fechada em escritórios e assegurou que “o setor automotivo precisa ter cuidado para não virar um dinossauro, pois todo mundo sabe o que aconteceu aos dinossauros”.

Todos os demais vencedores do Prêmio AutoData, nas categorias empresariais e de veículos, estão retratadas na publicação. Mas há ainda espaço para mostrar um especial sobre a indústria de pneus, que trouxe muitas novidades nos últimos tempos apesar da desaceleração do mercado, além da boa fase da PST Electronics, detentora da marca Pósitron, que conquistou novos clientes como Toyota e Honda no Brasil e na Argentina, e muito mais. Confira.

Chery antecipa os planos do Tiggo nacional

Antes prevista para o segundo semestre deste ano, a produção do utilitário esportivo Tiggo, que tinha sido adiada para 2017, foi antecipada pela Chery e deverá começar no ano que vem em Jacareí, SP, onde a companhia chinesa instalou sua fábrica brasileira. Todas essas mudanças de planejamento são apenas algumas das adotadas pela montadora, que, segundo seu vice-presidente, passa por uma curva de aprendizado do mercado brasileiro.

Segundo o executivo a companhia paga o preço pelo pioneirismo, uma vez que a fábrica brasileira é a primeira com gestão completa da Chery fora da China – existe uma joint-venture, no Irã, que é controlada pelos locais. Junte a isso o fato de a produção ter começado em um ano difícil, com forte queda nas vendas e alta volatilidade do dólar.

“É muito diferente do que acontece na China. Nesse ano revisamos projeções a cada três ou quatro meses. Fica difícil traçar e manter um plano de longo prazo”.

A única certeza no longo prazo, segundo Curi, é a manutenção da fábrica. O vice-presidente contou que os chineses querem transformar a região em um polo automotivo chinês – em julho anunciaram investimento de US$ 700 milhões para atrair ao menos 25 fornecedores, em sua grande maioria do país de origem da Chery, para Jacareí.

“O mercado voltará a crescer, com destaque para o segmento de entrada, que é onde competimos. Mas vamos mais devagar, com calma, para alcançar nossa meta. Em cinco ou seis anos queremos ter 3% das vendas”.

Em março, antes de o Tiggo entrar em produção a Chery começará, finalmente, a montar o QQ nacional, modelo de entrada da companhia, na faixa dos R$ 30 mil. O utilitário esportivo deverá sair das linhas de montagem somente a partir do segundo semestre, na primeira das três versões – a chamada Tiggo 5, com porte semelhante ao Renagade e HR-V. Depois a companhia pretende montar o Tiggo 1, feito em cima da base do Celer, e o Tiggo 3, de tamanho intermediário.

Segundo Curi a decisão de antecipar a produção do Tiggo tem a ver com o atual momento do mercado. Os utilitários esportivos passam por situação distinta, com crescimento nas vendas. “Se soubéssemos disso quando decidimos produzir aqui, teríamos começado com o Tiggo”.

Serão, portanto, cinco os modelos produzidos em Jacareí – ou seis, se diferenciarmos as carrocerias sedã e hatch do Celer. A fábrica se tornará base de fornecimento da companhia na América Latina, que já tem conversas adiantadas para começar a exportar para Argentina, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela. “Na Argentina estamos na fase de homologação do produto”.

Como o mercado brasileiro retraiu, exportar ajudará a justificar o investimento de R$ 1,5 bilhão, com a cotação atualizada, que a Chery fez em Jacareí. Com capacidade para 50 mil veículos, a fábrica produzirá apenas 5 mil no primeiro ano de operação.

As linhas começaram a funcionar em fevereiro e, nestes dez meses, a montadora sofreu alguns contratempos. Logo que a produção começou, o sindicato organizou a primeira greve, só resolvida após julgamento no TRT de Campinas, SP. Quando eles retornaram ao trabalho, um raio acertou a cabine de força da fábrica, provocando nova paralisação. O sindicato ainda provocou novos contratempos aos chineses, desacostumados a lidar com questões trabalhistas. “Dos dez meses de operação, a fábrica ficou parada quatro”.

Para 2016, ano em que projeta 15% de queda nas vendas do mercado de automóveis e comerciais leves, a Chery acredita que conseguirá produzir de 8 mil a 10 mil unidades, com 1 mil a 2 mil destinadas ao Exterior. Por aqui a meta é vender 8 mil veículos – e todos com produção nacional: a Chery, originalmente chinesa, agora só vende aqui carros feitos em Jacareí.