Perda das três líderes equivale a 80% da queda do mercado

Em volume, o mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves encolheu 719,7 mil unidades de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado – uma queda de 24%. Dessa diferença de resultado de um ano para o outro, 80,7% resultou do impacto nas vendas das três líderes de mercado, Fiat, General Motors e Volkswagen.

As três montadoras venderam 580,6 mil modelos a menos no período e colaboraram majoritariamente para o recuo nos licenciamentos. Não à toa foram as marcas que maior queda porcentual registraram dentre as dez mais vendidas no mercado nacional: Fiat, a líder, com 36,3%, General Motors, com 32,7% e Volkswagen, com 35,2%.

Se até o ano passado detinham mais da metade do mercado, agora, somadas, representam 48,1% do total das vendas de automóveis e comerciais leves.

Não que as concorrentes tenham registrado bom desempenho. Com exceção da Honda, todas do ranking das dez mais vendidas têm números negativos na comparação com janeiro a novembro de 2014. A grande maioria, porém, com queda inferior ao mercado – neste caso, a exceção foi a décima colocada, Mitsubishi, que tem sua posição cada dia mais ameaçada pela Jeep por causa da sua retração de 28,4%.

Outra marca tradicional do mercado, a Ford, viu suas vendas caírem 13,2% no período, e sua participação de mercado chegar a 10,5%, em uma confortável quarta posição. A Hyundai, que vem logo a seguir, caiu 12,5% e somou 8,2% de participação, um ponto porcentual acima da Renault, sexta colocada, com 21,1% de queda.

A Toyota teve o segundo melhor desempenho dentre as empresas do ranking. Suas vendas caíram um dígito, 8,1%, e a participação de mercado chegou a 7,1%, 0,1 p.p. abaixo da Renault. A Honda, com o crescimento de 14,3%, ficou na oitava colocação, com 6,1% de participação.

A Nissan, com 2,4% de participação, ficou na nona colocação, com queda de 13,4% nas vendas de janeiro a novembro.

Grupo Chrysler se desliga da Abeifa

O Grupo Chrysler, que representa quatro marcas – a própria Chrysler, a Jeep, a Dodge e a Ram – se desligou da Abeifa e migrou 100% para a Anfavea. A empresa estava representada nas duas associações, sendo na segunda como FCA, incluindo a Jeep como fabricante local, mas outubro foi o último mês neste cenário. As estatísticas da Abeifa de novembro já não trazem os dados relativos à Chrysler.

A decisão da fabricante não deixa de ser uma derrota para a Abeifa, que no início do ano passado se transformou em exclusiva representante de importadores, como Abeiva, para abrigar também as marcas que iniciariam produção local e mudou de nome, trocando o V por um F para marcar esta transição. Mas não foi o suficiente para manter a Chrysler, assim como não o fora para segurar nos quadros a Audi, que igualmente migrou para a Anfavea após a decisão de retornar à condição de montadora.

Com isso os dados da Abeifa ganham alguma distorção. Mas, de qualquer forma, o último balanço da associação, relativo a novembro, indica que as vendas de veículos importados em novembro empataram com as de outubro, mesmo com um dia útil a menos nessa comparação, com 3 mil 976 unidades ante 3 mil 974. Mas na comparação com o mesmo mês de 2014, que registrou 7,3 mil licenciamentos, a baixa é de 46%.

No acumulado do ano, informa a associação, os licenciamentos chegam a 55 mil 58, baixa de 34,8% ante as 84,5 mil unidades registradas há um ano. Cabe salientar, entretanto, que parte desta queda está ligada justamente à substituição de veículos importados por nacionais, como é o caso da BMW e da Chery, algo que a Abeifa não calcula especificamente.

O modelo importado mais vendido em novembro, de acordo com os dados, foi o Land Rover Discovery Sport, com 394 unidades, seguido do Kia Sportage, 315, e Lifan X60, 295. A marca mais vendida foi a Kia Motors, com 1 mil 33 unidades, com Land Rover, 739, e Lifan, 412, logo atrás.

Ajuste dos estoques derruba produção de novembro

A constante busca das montadoras pelo ajuste dos níveis estoques de seus pátios e dos seus concessionários derrubou mais uma vez o volume de produção. Segundo a Anfavea em novembro saíram das linhas de montagem 176 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, volume 33,5% inferior à produção do mesmo mês do ano passado e 14,2% menor do que em outubro.

Não fosse setembro e suas 174,6 mil unidades produzidas, novembro seria o pior mês em produção do ano. “Recuamos para os volumes de 2005, 2006”, afirmou Luiz Moan, presidente da associação, em coletiva à imprensa na sexta-feira, 4, em São Paulo. “É o reflexo das dificuldades que o setor vem enfrentando neste ano”.

Em setembro o volume ficou baixo por causa das férias coletivas – muitas montadoras, para ajustar o estoque, dispensaram seus funcionários do trabalho. Em novembro a adoção do PPE por diversas associadas ajudou a manter o nível de produção baixo.

Segundo Moan dos 131,2 mil trabalhadores da indústria – dados do fechamento de novembro, com 15 mil vagas de trabalho a menos do que no mesmo mês de 2014 –, 40 mil estão afastados por causa do PPE e outros 6 mil estão em férias coletivas. Ou seja, 46 mil trabalhadores, ou pouco mais de dois terços da força de trabalho, estão com alguma restrição na produção.

“Esse número de trabalhadores afastados demonstra o tamanho da crise e o esforço que as montadoras vêm fazendo para manter a força de trabalho”.

De janeiro a novembro a indústria produziu 2 milhões 287 mil veículos, volume 22,3% inferior ao do mesmo período do ano passado.  Deixaram de ser produzidos 655 mil veículos na comparação dos dois períodos.

Nos últimos doze meses foram produzidos 2,5 milhões de veículos, volume um pouco acima da projeção da Anfavea para o ano – 2 milhões 418 unidades. Para alcançar esta estimativa, deveriam ser produzidas 131 mil unidades em dezembro, nível bem inferior ao de novembro – o que leva a crer que a projeção da Anfavea, ao menos para a produção, será superada.

Anfavea comemora estabilidade nos índices de venda diária

Luiz Moan, presidente da Anfavea, mostrou-se timidamente satisfeito diante dos números de venda do mercado brasileiro de veículos em novembro, divulgados à imprensa na sexta-feira, 4, em São Paulo. Para o dirigente o sinal mais importante emitido pelo mercado é o de estabilização dos índices: “Estancamos a queda”.

Ele considerou que “a média diária registrada no último bimestre [outubro e novembro] é a mesma daquela do terceiro trimestre. É um comportamento relevante, pois no primeiro trimestre deste ano as vendas caíram 29% ante o último trimestre de 2014, depois 8% no segundo trimestre com relação ao primeiro e mais 9% no terceiro trimestre ante o segundo”.

Para Moan este comportamento mais estável, com volumes próximos de 9 mil a 9,5 mil unidades/dia, deve se repetir não só no fechamento deste último trimestre de 2015 como nos três primeiros trimestres do ano que vem. “Acredito que conseguiremos sustentar esta mesma média diária durante este período, para atingirmos um crescimento sustentável e autônomo a partir do quarto trimestre [de 2016].”

As 195,1 mil unidades emplacadas em novembro representaram queda de 33,8% na comparação com as 294,6 mil de um ano antes, puxadas pelo movimento de antecipação de compra pela proximidade do fim do IPI reduzido para veículos, e um leve alento de 1,6% a mais que as 192,1 mil de outubro, que contou com um dia útil a mais.

No acumulado do ano a retração chegou a 25,2%, ainda melhor que a previsão da Anfavea para o fechamento do ano, de 27,4% – nos últimos doze meses a queda é de 22%. Foram 2 milhões 341 mil emplacamentos para 3 milhões 128 mil um ano antes.

O nível de estoque encerrou o mês passado com uma leve melhora, mas continua em índice elevado: 50 dias ante 52 em outubro, graças a dois dias a menos nos pátios das fábricas, pois na rede os 31 dias continuaram sem alteração. Em volumes são agora 322 mil, sendo 200 mil nas concessionárias, ante 341 mil há um mês.

Para Moan estes números são “extremamente elevados”, o que impõe um quadro “bastante difícil”. Desta forma se pode esperar volumes de produção mais enxutos em dezembro, aproveitando ao máximo o período de férias coletivas e feriados de fim de ano.

Exportações até novembro já superam total de 2014

A indústria automobilística brasileira encerrou novembro com exportações acumuladas de 369,4 mil veículos, alta de 18,9% em relação às 310,8 mil embarcadas no mesmo período do ano passado. O volume deste ano já supera o registrado nos doze meses de 2014, quando as vendas externas totalizaram 334,2 mil unidades.

Em novembro, isoladamente, as exportações atingiram 36,4 mil veículos, representando crescimento de 40,3% sobre o mesmo mês do ano passado mas queda de 8,4% em relação a outubro. A receita no mês foi de US$ 860,6 milhões e no acumulado dos onze meses chegou a US$ 9,7 bilhões, desempenho 10,1% inferior ao obtido no mesmo período de 2014, US$ 10,8 bilhões.

Os números foram divulgados na sexta-feira, 4, pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan, que atribuiu a queda na receita ao mix de produtos exportados este ano. Enquanto as vendas externas de automóveis cresceram no acumulado 19,2%, totalizando 343 mil unidades ante as 288 mil dos onze meses de 2014, as de máquinas agrícolas caíram 25,4%, baixando de 12,9 mil para 9,6 mil.

Moan ressaltou, ainda, que os valores dos embarques foram se reduzindo ao longo do ano – no primeiro quadrimestre, por exemplo, o decréscimo fora de 19%. “Continuamos trabalhando com o governo brasileiro na busca de novos acordos de livre comércio e no fortalecimento dos negócios com os atuais parceiros. Ainda este mês deveremos concluir mais um acordo.”

O dirigente mais uma vez revelou índices de crescimentos com alguns países que o Brasil mantém negócios na área. Em automóveis houve alta de 6% nas vendas para a Argentina, de 70% para o México, de 73% para o Peru e 74% para o Chile. As vendas de caminhões para os países africanos cresceram 47% e para o Chile 70%.

Com relação à Argentina o presidente da Anfavea destacou que os primeiros pronunciamentos do presidente eleito, Maurício Macri, sinalizam melhorias nos negócios dos dois países. Macri, inclusive, esteve reunido com a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, 4, em Brasília, DF.

“Há sinais claros de que o novo presidente da Argentina deseja incrementar os negócios bilaterais com o Brasil, o que é positivo para a indústria automotiva dos dois países.”

Vendas de caminhões seguem em queda drástica

De maneira diferente com que analisa o segmento de automóveis e comerciais leves, no qual as vendas deixaram de cair para se manterem estáveis pelo menos até a chegada do quarto trimestre de 2016, segundo estimativas da Anfavea, os negócios no mercado de caminhões continuam em queda.

Em novembro o mercado absorveu 4 mil 735 unidades, o que representou declínio de 61% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foram negociados 12 mil 153 veículos.

De acordo com Luiz Moan, presidente da associação, durante apresentação dos resultados da indústria na sexta-feira, 4, em São Paulo, o mercado, que já estava fragilizado, “foi ainda mais prejudicado com a decisão do governo de antecipar a suspensão do PSI no fim de outubro. Antes as vendas apresentavam ritmo de 6 mil unidades/mês, pelo menos”.

O vice-presidente Luiz Carlos Moraes concordou e acrescentou que tal decisão, somada ao fato de posteriormente o governo mudar de ideia e estender o programa de financiamento até o fim de dezembro provocou uma turbulência no próprio BNDES.

“Em novembro foram protocolados muitos pedidos de financiamento, acima da capacidade do banco, o que resultou em quatro semanas de processos parados. Tanto assim que de outubro para novembro a queda nas vendas foi 18%.”

O resultado no acumulado do ano registra uma queda menor que a mensal, mas ainda assim os números não se mostram nada animadores. De janeiro a novembro foram licenciados 66 mil 37 caminhões, recuo de 46,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Com a demanda interna retraída também o ritmo nas linhas de produção recebeu um banho de água fria: no acumulado dos onze meses foram 71 mil 484 caminhões fabricados no País, volume 47,5% menor do que no mesmo período de um ano antes.

Apenas em novembro a produção do segmento somou 5 mil 350 unidades, queda de 54,6% com relação ao mesmo mês de 2014.

Ao menos as exportações se apresentam como um canal de vendas forte, ainda que não o suficiente para preservar o ritmo de produção. De janeiro a novembro embarcaram para fora do País 19 mil 967 caminhões, alta de 18,2% na comparação com o mesmo período de 2014.

O desempenho mensal é ainda mais relevante. Somente em novembro foram enviadas 2 mil 518 unidades, 61,4% a mais do que o registrado em novembro do ano passado, 1 mil 560 caminhões.

Moraes entende que “é fundamental para o segmento de caminhões a previsibilidade, e não foi o que ocorreu. Pelo terceiro ano consecutivo houve mudança nas regras, mas a boa notícia é que já sabemos o que será a realidade daqui para diante: a vida deve seguir com base no Finame TJLP”.

Chassis de ônibus: mercado segue em desânimo.

O mercado de chassis para ônibus segue a mesma balada desanimadora do segmento de caminhões. O resultado isolado de novembro ilustra bem as dificuldades enfrentadas pelas fabricantes: a queda na venda no mês passado foi de 61,9%, para apenas 891 unidades, ante 2 mil 338 chassis vendidos no mesmo mês do ano passado.

No acumulado do ano até novembro o mercado absorveu 15 mil 495 unidades, recuo de 38,4% na comparação com o mesmo período de 2014, quando foram entregues 25 mil 158 chassis.

“Como os veículos de carga, os ônibus também são influenciados pela falta de confiança do investidor, baixa atividade econômica e alta no custo do dinheiro”, considerou Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea.

Para ele “a baixa nas vendas não prejudica somente a indústria, mas também o governo, que deixa de arrecadar com menos impostos gerados”.

O cenário desolador também se apresenta na produção. Em novembro foram produzidos 1 mil 45 chassis, 43,3% a menos do que o registrado no mesmo mês do ano passado, 1 mil 844 unidades.

A queda na produção de janeiro a novembro é um pouco menos acentuada, mas ainda relevante: 35,2%. No período as fábricas produziram 20 mil 953 chassis ante 32 mil 333 nos mesmos onze meses do ano passado.

O segmento encontra algum consolo nas exportações, porém, não de forma tão robusta quanto nos caminhões. As remessas no acumulado do ano cresceram 4,5%, para 6 mil 411 chassis ante 6 mil 134 unidades no mesmo período de 2014.

O desempenho mensal, no entanto, registrou declínio de 15,7%. Em novembro foram exportados 558 chassis, 104 unidades a menos do que o registrado no mesmo mês do ano passado.

Vendas de máquinas caem 60% em novembro

O mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias apresentou retração de 60% em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2014. As vendas do setor caíram de 5,2 mil unidades para 2,1 mil máquinas, segundo dados divulgados pela Anfavea na sexta-feira, 4. Foi o menor volume de vendas em um mês para o ano. Comparado com outubro, a queda foi de 43,4%.

Um resultado difícil de ser explicado, de acordo com Ana Helena de Andrade, vice-presidente da associação, mas que segue a tônica do ano. De janeiro a novembro as vendas do setor caíram 33,7%, para 42,8 mil unidades, em um ano com bons resultados de safra e dólar mais elevado, que ajuda a elevar o faturamento com as exportações de commodities.

O apetite dos agricultores estrangeiros também está baixo. As exportações de máquinas, em valores, caíram 38,3%, para US$ 1,6 milhão, e em volume registrou recuo de 25,4%, para 9,6 mil unidades.

Com o mercado em baixa e as exportações ainda tímidas, a produção de máquinas agrícolas também sofre forte queda. Em novembro foram produzidas 3,9 mil unidades, queda de 37,4% com relação ao mesmo mês do ano passado e de 20,1% na comparação com outubro.

No acumulado do ano foram produzidas 54,4 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, volume 30,8% inferior ao do mesmo período do ano passado.

Agência AutoData 3 728

GM confirma a saída de Isela Constantini

A General Motors confirmou que a brasileira Isela Constantini deixará o cargo de presidente e diretora executiva das subsidiárias da Argentina, Uruguai e Paraguai a partir de 1º de janeiro, quando assumirá a presidência da companhia aérea Aerolíneas Argentinas, atendendo a um convite do novo presidente argentino, Maurício Macri.

Em comunicado a companhia afirmou que seu substituto será anunciado em breve. “A General Motors da Argentina parabeniza a Isela por seu novo desafio proficcional e lhe deseja o melhor de todos os êxitos nesta nova etapa, que sem duvida demonstra seu compromisso com o país”.

A executiva trabalhou por mais de 17 anos na GM, passando por diversos cargos nos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Foi a primeira mulher a comandar a operação da argentina e foi eleita uma das 50 mais poderosas do mundo dos negócios, de acordo com a revista Fortune – ocupou a 37ª colocação em 2013. Recentemente, Isela Constantini foi eleita a CEO do ano na Argentina, prêmio organizado pela Revista de Negócios Apertura, o jornal El Cronista Comercial e a PwC.

Também presidente da Adefa desde o ano passado, a executiva deixou o cargo na associação que representa as montadoras daquele país. Em seu lugar tomou posse Enrique Alemañy, da Ford Argentina.

Em nota a associação agradeceu Isela Constantini por “seu compromisso e esforço nos últimos anos à frente da entidade de representação de todo o setor”.

Bosch, GM, Toyota e Volvo terão redução na burocracia alfandegária

Quatro empresas do setor automotivo – Bosch, General Motors, Toyota e Volvo – terão redução na burocracia alfandegária a partir de março de 2016. Isso porque elas participaram de projeto-piloto da Receita Federal para um novo sistema que promete maior agilidade e segurança na logística nas operações de comércio exterior, o OEA, de Operador Econômico Autorizado, em sua segunda fase, denominada Módulo Cumprimento.

Este programa já é utilizado em mais de sessenta países, sendo mais conhecido pela sigla em inglês, AEO. Em resumo, permite que as cargas, especialmente as importadas, neste caso específico, não precisem ser vistoriadas uma a uma, acelerando o processo. Como comparação simplista é como se as empresas, em uma viagem rodoviária, tivessem o aparelho que lhes permita passar pela cancela automatizada em um pedágio em lugar de pegar a fila de veículos e pagar com dinheiro.

Segundo estimativas da Receita, o novo processo permitirá redução de pelo menos 20% nos custos operacionais de comércio exterior.

Em entrevista à Agência AutoData John Mein, coordenador do Procomex, Aliança Pró-Modernização Logística de Comércio Exterior, afirmou que a Receita tem “todo o interesse” em desenvolver rapidamente o OEA no Brasil, para o maior número possível de empresas – e não só as do setor automotivo. “É bom para todos: para o governo, que pode controlar melhor o fluxo de comércio exterior, e para as empresas, que ganham em agilidade e custos.” De acordo com o dirigente o objetivo é que até 2019 metade das empresas brasileiras exportadoras façam parte do novo sistema.

De acordo com Mein a inscrição para empresas participarem do OEA Módulo Cumprimento será iniciada em março do ano que vem e, dependendo do processo de aprovação, a solicitante pode aderir ao processo 90 dias depois.

O programa será lançado oficialmente em seminário organizado pelo Procomex agendado para a sexta-feira, 11, no WTC, em São Paulo, com presença do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, e do secretário geral da Organização Mundial do Comércio, a OMC, Roberto Azevedo. As quatro empresas do setor automotivo serão certificadas na ocasião, por terem ajudado no desenvolvimento do processo em fase de testes e ajustes.