Mercado de implementos cai 43,6% de janeiro a novembro

As vendas de implementos rodoviários caminham para a queda de 45% projetada pela Anfir. De janeiro a novembro foram comercializados 81,8 mil reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis, volume 43,6% inferior às 144,9 mil unidades vendidas no mesmo período do ano passado.

Na linha leve a queda foi menor, embora também acentuada: 41,6%, com 54,5 mil carrocerias sobre chassis comercializadas. A linha pesada, de reboques e semirreboques, acumula 47,1% de retração, para 27,2 mil unidades.

Em nota o presidente Alcides Braga lamentou o resultado: “Infelizmente a previsão de queda de cerca de 45% deverá ser cumprida”.

Mas há uma possibilidade, embora remota, de que a queda nas vendas seja um pouco suavizada. Segundo a Anfir durante a Fenatran a indústria de implementos rodoviários registrou 5,7 mil oportunidades de negócios, um conceito que reúne vendas e pedidos firmes de aquisições. Se elas forem concluídas ainda este ano, o impacto da retração poderá ser reduzido.

“Mas, pela natureza da comercialização de implementos rodoviários, é provável que a maioria desses negócios entre apenas nas estatísticas do ano que vem”, afirmou o diretor executivo da Anfir, Mário Rinaldi, no comunicado.

Para 2016, o presidente Alcides Braga deseja que, antes de tudo, seja definido o cenário de financiamentos para o setor. Ele acredita que a linha Finame TJLP, que era a mais usada antes da criação da Finame PSI – que não deverá ser renovada – poderá oferecer taxas de até 12% ao ano. Falta, porém, a definição oficial da taxa e qual porcentagem do bem que o BNDES financiará.

O culpado são os outros

Sabemos, os que viveram com consciência mínima de cidadãos os diversos Brasis dos anos 50 até o da quadra atual, que no âmago de nossas crises mora uma cultura virótica que se auto-reproduz, irremediavelmente transmissível e castrante, que nada tem a ver com os chamados vícios do patrimonialismo herdado dos colonizadores. De fato, este mal, que se radica metásticamente pelos bulbos subterrâneos e por meio dos próprios ramos contaminantes de sua copa, resulta primeiramente da educação de contornos primitivos a que continuamos submetidos

Em seguida, sim, ao comodismo endêmico de que padece a natureza humana, tanto na geografia dos ricos quanto na dos pobres, e cujo rebento mais teratológico foi vergastado pelo nosso poeta de terra mais autêntico mas não menos erudito em simbolismo, Luiz Gonzaga, ao versejar e cantar em sua já esquecida Vozes da Seca: ”Esmola a um homem que é são/ou lhe mata de vergonha/ou vicia o cidadão”.

Estranho paralelismo esse pelo qual se procura, nestas linhas, traçar de nosso comportamento de eterna e letárgica expectativa, latente em nossas repetitivas reações diante de comportamentos gritantemente deletérios aos interesses do País como os que nos estarrecem a todos agora, e – parece absurdo! – com relação àquele que emana das declarações de expatriados executivos automotivos ao apontarem a desorganização governamental como causa maior da acentuada queda de vendas de caminhões, este ano.

Ao se arvorarem como poderosos e inalcançáveis Catões modernos, figuras há que, ao criticarem as autoridades do dia, muito convenientemente deixam de sopesar os adjutórios de todos os tempos que os fizeram construir o inestimável patrimônio gerador de lucro e de certeza para o futuro, lastreados no Tesouro que alimentamos diuturnamente, tanto um como outra de construção e fruição cada vez mais difíceis e contingenciais em suas Roma de origem. Mestres que são na área do direito comparado sabem, esses sábios, que desde quando aqui aportaram na metade do século passado, com tapete de incentivos a lhes proteger os pés, o discurso de proteção de nível de emprego – falácia pura porque a realidade da segunda revolução industrial provou ser inconsistente – de antes, e o atual, de perda de confiança junto aos investidores internacionais, é puro jogo de cena: o Brasil de boas oportunidades, o de agora, está sendo comprado larga e avidamente, como o diz o constante noticiário a respeito.

Um tipo de competição determinada por efetiva concorrência não é exatamente a que se observa pelas bandas tupiniquins, na esfera automotiva. Desde sempre, aliás. A expectativa é a de que o peixe de boa e saudável gordura Omega 3 mais cedo ou mais tarde será distribuído aos carentes de sempre… daí porque se dar ao risco da luta cruenta de conquista de mercado, mediante uso prioritário do arsenal básico em qualquer economia de escala digna do nome.

Ou seja: reduzir custo unitário, qualidade como obrigação e não atributo, e inovar na busca e retenção de mercados que não os meramente gravitacionais, sem promoções estéreis e enganosas, explorando as oportunidades mercadológicas que a tecnologia oferece, esta cada vez mais sob o controle e influência dos gigantes do meio, definitivamente não mais estranhos no ninho, como Apple, Google e quetais.

A Lei de Darwin, desprezando-se qualquer alusão mais imaginosa, ao fim é a que prevalecerá – os melhores e mais adaptáveis é que devem sobreviver, não exatamente os mais afortunados: tanto como foi lá, no rico Norte, também aqui, nos trópicos…

Ao longo do tempo, a esmola a que se referia Gonzaga de tal maneira tornou-se lugar-comum na estratégia de fomento à economia automotiva brasileira que, ao invectivarem o governo, os plenipotenciários representantes das transnacionais que aqui operam preferem nunca se perguntar – e para quê? – sobre o que não fizeram, eles próprios, e que, tanto quanto a desorganização nossa que censuram, é causa das vendas severamente declinantes como as deste ano.

Que aqui seja um teatro de operações militares onde sobrevivam os que, como aliás a história automotiva o demonstra, saibam construir pontes imunes a quaisquer adversidades, casamatas intransponíveis – não as de Omaha, naturalmente – e que renunciem às lagrimas com que se habituaram a encharcar a imprensa.

Novo Cobalt: em busca de refinamento.

A General Motors do Brasil apresenta a segunda geração do Cobalt, um dos seus sedãs intermediários – ao lado do Prisma, fica posicionado entre o Classic e Cruze. A renovação no design externo foi bem profunda, com dianteira e traseira amplamente modificadas ante o modelo original.

O objetivo da fabricante foi dar um toque de maior requinte ao modelo, caminho semelhante ao traçado pela Renault com o novo Logan e pela Fiat com o Grand Siena. Além do próprio desenho – bem mais equilibrado, especialmente na dianteira –, chega nova versão de topo de gama, batizada não à toa Elite: refinamentos como interior em couro combinando tons de preto com marrom, sensores de chuva e crepuscular, câmera de ré, volante multifuncional, rodas de alumínio, sistema de entretenimento a bordo MyLink de segunda geração e também o OnStar, até então oferecido apenas no Cruze.

Outra alteração está na ponta oposta: deixa de existir a versão de entrada LS, papel que agora cabe à LT, que já vem de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, retrovisores e travas elétricos, alarme e chave canivete. Um item que chama a atenção está nos vidros traseiros, agora também elétricos de série – o que por sua vez eliminou a necessidade do espaço para a larga área circular percorrida pelo movimento da manivela nos painéis de porta traseiros, deixando-os visualmente bem mais limpos e elegantes.

O painel de instrumentos quase não mudou, assim como o conjunto mecânico, que conta com as opções 1,4 litro com câmbio manual e 1,8 litro manual ou automático de seis marchas.

Para Carlos Barba, diretor de design, “a primeira geração do Cobalt apontava para o aspecto racional, de um carro espaçoso internamente mas com medidas compactas. Esta segunda fase já traz um apelo emocional maior”.

Esta característica está presente também na estreia do sistema MyLink de segunda geração, agora mais amigável: deixam de existir os aplicativos cativos, exclusivos do dispositivo, que agora trabalha totalmente a partir dos apps instalados no smartphone do usuário, a partir dos sistemas para automóveis da Apple e Android – o que também facilita a instalação das atualizações dos programas. O Waze ainda não funciona ali, apenas o Google Maps, que faz função assemelhada.

Os preços, entretanto, tiveram reajuste bem considerável: a tabela que antes abria em R$ 48 mil e ia até R$ 61 mil mudou de patamar e alcança agora de R$ 53 mil a R$ 68 mil. Parte desta mudança, de qualquer forma, está ligada à extinção da antiga versão de entrada e da criação da nova topo de gama, ambas acima das anteriores.

Em volumes a expectativa é manter os números atuais, próximos de 1,9 mil ao mês – desde o lançamento, no fim de 2011, foram 191 mil Cobalt vendidos no País segundo os cálculos de Gustavo Rotta, gerente de marketing de produto.

O que deve mudar é o mix, com a novidade Elite respondendo por 20% e deixando 40% para os 1.4 LT e LTZ e 40% para os 1.8 LTZ manual e automático. A participação nas vendas do câmbio que dispensa as trocas manuais, aliás, deve subir dos atuais 30% para 40% pelas contas dos executivos da General Motors.

Segundo o critério da Fenabrave o Cobalt é o segundo mais vendido do País na categoria de sedãs compactos, com 21 mil unidades emplacadas até novembro, perdendo para o Honda City, quase 24 mil. O Renault Logan, que pode ser considerado um concorrente indireto, está melhor que ambos, com quase 29 mil no mesmo período, mas outros estão bem atrás, como o Nissan Versa, 15 mil, e o Ford New Fiesta Sedan, 7 mil.

FCA inaugura Centro de Software no Recife

Em meio a mais de 250 empresas startups na região do Porto Digital, no Recife Antigo, bairro da capital pernambucana, a Fiat Chrysler Automobiles inaugurou na quarta-feira, 2, a primeira unidade do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva no Estado onde ergueu sua segunda fábrica de automóveis no Brasil. Será o quarto do tipo no mundo e trabalhará em conjunto ao de Betim, MG, Turim, na Itália, e Auburn Hills, nos Estados Unidos.

Erguido em um restaurado prédio histórico onde antes funcionava um armazém de açúcar, o Centro de Software se dedicará ao desenvolvimento de softwares automotivos para controle de motores e transmissões, tem como vizinhas diversas companhias de tecnologia, naquele que já está sendo considerado o Vale do Silício do Nordeste.

Mais do que contratos e negócios com os vizinhos, Stefan Ketter, presidente da FCA para a América Latina, deseja aproveitar-se da convivência das mentes inovadoras para o surgimento de muitas novas ideias. “A indústria automotiva está mudando, ficando cada vez mais digital e devemos nos preparar para essa revolução. É importante estar nesse ambiente tecnológico. A parte informal, o dia-a-dia na região, vale mais do que muitos contratos”.

O Centro de Software inaugurado em Recife focará no desenvolvimento de programas que visam ganhos em eficiência energética, redução do consumo de combustível e emissão de gases dos veículos e melhor dirigibilidade, aprimorando o desempenho do powertrain.

Trata-se da primeira de quatro unidades para desenvolvimento de veículos da FCA em Pernambuco: até meados de 2016 serão inaugurados um Centro de Testes Veiculares em Jaboatão dos Guararapes, um Centro de Projetos em Cabo do Santo Agostinho e um Campo de Provas em Goiana, próximo à fábrica que produz o Jeep Renegade e a picape Fiat Toro, que será lançada no começo do ano que vem.

Nas quatro unidades a FCA investe R$ 140 milhões. “Não mexemos nos nossos planos de investimento. São aportes importantes e estratégicos, com ou sem crise”.

Pernambuco, por seu clima e localização – além do excesso de trabalho nos outros centros da FCA no mundo – torna-se candidato a receber projetos de veículos destinados a outros países. Segundo o executivo o calor, a umidade e o fato de estar no nível do mar geram condições complexas para alguns testes.

“Já há alguns países interessados. Vamos trabalhar em conjunto com os outros centros e os Estados Unidos e a Itália, além de Betim, usarão os serviços de Pernambuco”.

Ketter elogiou por mais de uma vez a qualificação dos profissionais pernambucanos. Ponderou que, por ainda ser uma região sem tradição automotiva, não tem ainda como desenvolver um carro completo, do zero, a partir do Centro de P&D nordestino.

Mas afirmou que pretende alcançar esse nível em cinco anos. “Seria um recorde total. Vamos pegar esse desafio e correr atrás”.

Mercado estadunidense caminha para um recorde

As vendas de veículos caminham para um recorde anual nos Estados Unidos, que em novembro registraram aumento de 1,2% na comparação com o mesmo mês de 2014, para 1 milhão 318 mil unidades, de acordo com agências internacionais. Ficou dentro das projeções dos analistas, que acreditavam no terceiro mês consecutivo com as vendas anualizadas acima da faixa de 18 milhões de unidades – fechou em 18,1 milhões.

Assim, os Estados Unidos deverão superar o pico de vendas de 2000, quando 17,4 milhões de veículos foram consumidos. De janeiro a novembro foram comercializadas 15,8 milhões de unidades, avanço de 5,4% sobre as 15 milhões de unidades vendidas no mesmo período de 2014.

“A indústria automotiva está caminhando para superar as expectativas para o ano”, afirmou Bill Fay, vice-presidente e gerente geral da Toyota à Automotive News.

As vendas da companhia japonesa, incluindo as marcas Scion e Lexus, cresceram 4,7% no acumulado do ano, para 2,3 milhões de veículos, garantindo a terceira posição no ranking de grupos – General Motors, com 2,8 milhões e alta de 4,8%, e Ford, com avanço de 5% e 2,4 milhões de veículos vendidos, lideram.

O escândalo da fraude nas emissões de veículos diesel da Volkswagen prejudicou as vendas do Grupo em novembro, até porque as vendas de modelos com motor 2 litros e 3 litros estão suspensas, aguardando liberação dos órgãos de regulação da Califórnia. A queda chegou a 15,3% somando todas as marcas – Audi, Bentley, Lamborghini, Porsche e VW –, para 45,2 mil unidades.

Renegade sobe para segundo e derruba EcoSport para quarto

Em novembro o EcoSport, inventor do segmento dos SUVs compactos e por isso mesmo o queridinho do mercado até o ano passado, sofreu mais um duro golpe. O Renegade, que até outubro ainda era o quarto mais vendido desta faixa no ano, saltou duas posições de uma vez só e agora é o segundo do segmento, o que derrubou o Ford mais uma posição, de terceiro para quarto.

É preciso registrar, entretanto, que o modelo está praticamente empatado tecnicamente com o Duster, o atual terceiro: apenas 36 unidades os separam, sendo que no mês passado, de forma incrível, a vantagem do Renault foi de simplesmente uma única e mísera unidade.

De qualquer forma ao menos até novembro o EcoSport, em 2015, vende menos que todos os principais concorrentes – HR-V, Renegade e Duster, os dois primeiros 100% novidade e o terceiro reestilizado recentemente – e sente o peso da idade, pagando o preço por ter sido o primeiro a sofrer forte renovação, em 2012. Se serve como consolo, ele ainda está à frente de Hyundai Tucson, Chevrolet Tracker e Peugeot 2008, o lanterninha da faixa mesmo também sendo lançamento.

Já o Honda assiste tudo de longe, confortavelmente instalado em uma vantagem de 12 mil unidades para o Jeep agora vice-líder.

Em novembro, inclusive, tanto o Renegade quanto o HR-V ficaram no top-10 dos mais vendidos, algo que ainda não ocorrera – nos meses anteriores ou um ou o outro ficava na lista dos dez mais, mas nunca os dois juntos. E quem saiu para acomodar os dois foi o Toyota Corolla, mesmo assim com excelente desempenho na décima-primeira posição.

No topo da lista, confirmando informação antecipada pela Agência AutoData há duas semanas, o Onix liderou pelo quarto mês seguido e com isso passou à frente do Palio também no acumulado – e só um acidente de percurso muito sério poderá fazê-lo perder essa dianteira no último mês do ano, o que fará dele o primeiro modelo Chevrolet a carregar o título de mais vendido do País em aproximadamente três décadas.

Volvo e Ericsson lançam sistema de gestão de transporte urbano

O tema conectividade avança a passos largos também para os lados dos veículos comerciais e, em particular, para os ônibus.  Com base nesta premissa a Volvo Bus Latin America e a Ericsson do Brasil, a quinta maior empresa de desenvolvimento de softwares do mundo, apresentaram na terça-feira, 1º., em Goiânia, GO, o ITS4Mobility América Latina, um completo sistema de gestão de tráfego e informações aos passageiros que surge com o objetivo de contribuir com a melhoria da qualidade de vida no transporte urbano e, ao mesmo tempo,  aumentar a eficiência das operadoras no que se refere à gestão de suas frotas.

O ITS4Mobility é uma solução global da Volvo Bus que já é utilizada com sucesso em várias cidades da Europa, Canadá e África do Sul. É o sistema que gerencia, por exemplo, o transporte urbano da cidade de Gotemburgo, na Suécia.  No Brasil o sistema vinha sendo estudado já há alguns anos pela Volvo e pela Ericsson, em trabalho conjunto desenvolvido com o consórcio de empresas RMTC que opera o transporte coletivo de Goiânia, objetivando sua adaptação às condições da América Latina.

O sistema é uma ferramenta que surge para auxiliar os operadores do transporte a melhorar sua eficiência, oferecendo inteligência à gestão do tráfego e, ao mesmo tempo, informação ao passageiro em tempo real, características que podem aumentar a produtividade dos veículos, a regularidade da operação e, ao mesmo tempo, a satisfação dos usuários do transporte.

“É importante observar que não se trata de um simples sistema de monitoramento de frota, pois agrega inteligência à gestão e permite tomada de decisões gerenciais com maior eficácia e de forma bem embasada”, explicou Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America.  

Segundo a Volvo o ITS4Mobility é o único sistema hoje na América Latina que pode possibilitar a conectividade de 100% da frota de forma estável. A partir de um avançado dispositivo eletrônico instalado nos ônibus, os operadores tem acesso a dados como tempo de percurso, pontualidade, quantidade de veículos no trajeto e velocidade média por linha e viagem em tempo real.

Para os passageiros a vantagem é o acesso, também em tempo real, aos horários de chegada dos ônibus nos pontos de parada, com informações sobre o horário do próximo ônibus e do seguinte. Estas informações podem ser acessadas pelo internet, em aplicativos para smartphones, em totens nos terminais ou em pontos estratégicos ou por contato telefônico via call Center.

Em Goiânia, onde foi testado, o sistema já monitora um sistema de transporte público que interliga 18 municípios e beneficia 2,3 milhões de habitantes. Ao todo são 283 linhas, 1 mil 467 ônibus e 21 terminais com 16 milhões de viagens por mês que são atualmente monitorados pelo ITS4Mobility.

Agora que já está definitivamente adaptado às condições locais de operação, o sistema está disponível para outras cidades e será oferecido comercialmente tanto pela Volvo como pela Ericsson, que será a empresa responsável por sua instalação, suporte e manutenção.

Ford festeja 2015

Steven Armstrong, o presidente da Ford para a América do Sul, só falou em inglês. Preferiu não incorrer em erro e ser mal interpretado. Mesmo em inglês, contudo, era notória sua alegria na hora do almoço da terça-feira, 1º. de dezembro, reunido com jornalistas para analisar o ano que passa e colocar 2016 em perspectiva. Por que? Porque, diante de um ambiente difícil de negócios, a companhia cresceu 1,3 ponto porcentual em participação em seus negócios no Brasil, chegando a 10,6% do mercado total, e 0,8 ponto porcentual na Argentina. Em caminhões, aqui, o resultado chegou a 18,4% de participação de mercado, quatro pontos acima do mesmo período no ano anterior.

Armstrong recordou que, em janeiro, não se projetava ano tão difícil, “tão dramático” – “Mas nós conseguimos fazer o melhor nas horas difíceis. Ao fim 2015 será um ano excelente para a Ford no Brasil e na América do Sul”.

Ele destacou, obviamente, o acerto da estratégia adotada ao longo do ano para vencer as dificuldades.

Rogelio Golfarb, vice-presidente de relações governamentais, comunicação e estratégia de negócios para a Ford na América do Sul, já antecipara a alegria de Armstrong. Se de um lado considerou desafiador o ambiente de negócios em 2015 e ainda mais desafiador seu planejamento, enfatizou os resultados:

“Tivemos muitos lançamentos este ano, sempre com foco em tecnologia e em inventividade, no conforto e na segurança. Na conectividade. Crescemos no mercado, nossa imagem fortaleceu-se, recebemos prêmios. E, principalmente, crescemos num ambiente difícil, de quedas, quase hostil”.

O que mais festeja a Ford? O lugar de destaque do Ka 1.0 nas vendas, o desempenho do Fusion, o primeiro milhão de unidades produzidas do Ecosport em Camaçari, BA, os quinze anos de Focus e suas mais de 350 mil unidades produzidas, os vinte anos de Fiesta e suas mais de 1,8 milhão de unidades produzidas.

Disse Gui Rodrigues, responsável por vendas, marketing e serviços no Brasil, que a receita adotada pela companhia para chegar a tão bons resultados foi estar atenta àquilo que o cliente quer e precisa, “em estreita ligação com a nossa rede de concessionários e sempre de olho nesse nosso cliente, a cada dia mais exigente”.

2016 e Edge – O presidente Steven Armstrong projetou, para 2016, mercado de 2 milhões a 2,5 milhões de veículos de passeio e de comerciais leves. Para o segmento de caminhões sua projeção foi igualmente conservadora, coisa de 60 mil a 65 mil unidades no ano que vem.

E aproveitou para pré-apresentar o Ford Edge 2016, que estará nas concessionárias ao longo do primeiro semestre do ano que vem – um dos dezesseis lançamentos previstos para o ano.

Déficit da balança de autopeças cai 37% em 2015

O déficit da balança comercial de autopeças está apresentando forte retração neste 2015: o valor calculado pelo Sindipeças até outubro, de acordo com dados divulgados na terça-feira, 1º., é de US$ 5,12 bilhões, valor 36,9% menor do que o registrado há um ano. Apenas em outubro a redução foi de 43% e, nos últimos doze meses, de 37,2%.

O quadro é resultado de uma redução mais pronunciada nas importações de autopeças, de 23,6%, enquanto que as exportações brasileiras do segmento caíram bem menos, 8,3%. Nos dez primeiros meses de 2015 as vendas no setor de autopeças para 182 países totalizaram US$ 6,46 bilhões, ao passo que as aquisições, oriundas de 157 países, chegaram a US$ 11,58 bilhões.

Em outubro, especificamente, as importações registraram a segunda maior retração do ano, de 31,3%, praticamente empatadas com agosto, em queda de 31,5%. Mas as exportações não ajudaram tanto assim o saldo do mês, pois fecharam o período com a maior retração mensal do ano, de 21%. Em março e junho o índice chegou a ser positivo.

No ano a Argentina é a maior compradora de autopeças Made in Brazil, com 33,5% de participação e queda de 8%. Em segundo lugar estão Estados Unidos, 16% do total e baixa de redução de 3%, e logo atrás o México, 9,4% do bolo e queda de 5%.

Na outra ponta os Estados Unidos são os maiores vendedores de autopeças para o Brasil, com 12,5% do total e redução de 18%. A China vem na segunda colocação, 10,5% de participação e baixa de 13,6%, e o Japão em terceiro, com fatia de 10% e retração de 16%.

Para conferir os resultados completos elaborados pelo Sindipeças acesse o link http://www.sindipecas.org.br/sindinews/Economia/BCANOV15.pdf.

 

Vendas em novembro superam as de outubro

As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus fecharam novembro com aumento de 1,6% com relação a outubro, embora com uma retração de 33,7% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados pela Fenabrave na tarde da terça-feira, 1º.

Foram licenciados 195,2 mil veículos, ante 192,2 mil unidades em outubro. Em novembro do ano passado, quando o mercado estava sendo impulsionado pela aproximação do fim do desconto no IPI para automóveis e comerciais leves, que acabou em 31 de dezembro, foram emplacadas 294,6 mil unidades.

Além do crescimento em volume, novembro registrou números melhores também na média diária dos licenciamentos. O índice chegou a 9,8 mil unidades no mês passado, ante 9,1 mil – a pior média do ano – em outubro.

Em nota o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, entretanto, afirmou que essa alta não é significativa, uma vez que a retração se manteve no acumulado do ano para todos os segmentos. De janeiro a novembro os emplacamentos alcançaram 2 milhões 341 mil unidades, queda de 25,2% com relação às 3 milhões 127 mil unidades comercializadas nos primeiros onze meses do ano passado.

No segmento de automóveis e comerciais leves a queda acumulada chegou a 24,2%, para 2 milhões 256 mil veículos. Em novembro foram licenciadas 189,4 mil unidades, queda de 32,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado mas avanço de 2,2% com relação a outubro.

Outro segmento a apresentar crescimento na comparação mensal foi o de chassis de ônibus: 2,6%, para 1 mil 119 unidades. Com relação a novembro do ano passado, porém, registrou queda de 57,9% e na comparação dos acumulados de 2014 e 2015 a retração chega a 36%.

Em caminhões houve queda em todos os comparativos: 18,1% no mensal e 61% no anual, para 4 mil 735 unidades, e 46,3% no acumulado, com 66,2 mil caminhões licenciados.

As vendas de motocicletas também cresceram de outubro para novembro: saltaram de 89 mil para 105,4 mil unidades, avanço de 18,3%. Na comparação com novembro de 2014, porém, o setor encolheu 6% e no acumulado a queda chega a 12,3%, com  1 milhão 142 mil motocicletas licenciadas.

Em novembro, assim como ocorrera em outubro, a General Motors ficou na liderança das vendas de automóveis e comerciais leves, com 30,7 mil unidades, ou 16,2% do mercado. A Fiat ficou na vice-liderança, com 30,1 mil veículos vendidos e 15,9% de participação, seguida pela Volkswagen, 13,1% de participação com 24,9 mil unidades comercializadas.