Há quinze anos o trânsito brasileiro começou a ficar mais cor-de-rosa. Desde 2000 a empresa de cosméticos Mary Kay passou a premiar suas melhores consultoras com veículos temáticos produzidos pela General Motors.
Atualmente cerca de 800 veículos cor-de-rosa, em tom próprio da empresa de cosméticos, circulam no Brasil. Este toque especial, entretanto, requer um planejamento da montadora. A General Motors explica que solicitações de personalização de veículos exigem um estudo minucioso para análise da viabilidade e do custo de produção deste produto. No caso da Mary Kay, essa parceria deu certo.
Criada em 1963, em Dallas, no Texas, a Mary Kay tem seus produtos vendidos em 35 países e faturamento de US$ 4 bilhões. Em 1969, a fundadora que dá nome a marca entregou o primeiro carro pintado em rosa, um Cadillac Coupé, como prêmio por bom desempenho em vendas, e desde então os carros se tornaram o principal troféu da Mary Kay às vendedoras.
Segundo a GM a empresa americana procurou a montadora pedindo os carros personalizados cor-de-rosa, uma tonalidade que a companhia não tem no portfólio. Depois de estudar a melhor forma para atender o cliente a GM concluiu que a maneira mais viável seria executar o serviço em oficinas da rede de concessionárias, não na linha de montagem, devido à quantidade e ao prazo de entrega desejados pelo cliente.
A montadora lembra ainda que por ser uma cor exclusiva, foi necessário corrigir a documentação original dos veículos. Os modelos personalizados atualmente são a Captiva e o Cruze.
No caso da Mary Kay a montadora optou por não envolver a linha de montagem no processo de mudança dos veículos, mas a empresa ressalta que quando o nível de especificação é mais complexo, torna-se necessário o envolvimento de diversos departamentos, como o de engenharia. Segundo a GM geralmente isso acontece quando o cliente é um grande frotista e possui necessidades muito específicas, como concessionárias de energia, por exemplo, que encomendam picapes sem a caçamba para a instalação de escadas hidráulicas para a manutenção de postes. A polícia também entra na lista de clientes especiais e tem diversos requisitos, como a necessidade de revestimento reforçado dos bancos e conjunto elétrico de maior capacidade para suportar rádios, sirenes e computadores.
Apesar da dificuldade para colocar os carros cor-de-rosa para rodar, a Mary Kay garante que a forma de premiação é bem vista por suas consultoras. Segundo Luana Batista, gerente de
Reconhecimentos e Eventos da Mary Kay, o Troféu sobre Rodas, como é chamado o prêmio, é concedido para as consultoras que atingem as melhores marcas em um ano.
“As colaboradoras que atingem os requisitos necessários do programa recebem o direito de uso do carro cor-de-rosa por 36 meses, sendo o modelo Cruze para as diretoras de vendas independentes e a Captiva para as diretoras nacionais de vendas independentes.”
Depois dos três anos de uso do veículo as colaboradoras podem optar por comprá-lo com um desconto atrativo ou podem devolvê-lo à Mary Kay, que o pinta de outra cor e revende o modelo. “A maioria das consultoras acaba ficando com o veículo.”
Mas além do prêmio sobre rodas a companhia de cosméticos possui outra forma de brindar suas colaboradoras: o Troféu dos Sonhos. Neste caso a Mary Kay paga uma quantia mensal – equivalente ao financiamento de um veículo – durante 36 meses para que a ganhadora realize algum desejo pessoal como uma viagem, a compra de um imóvel, ou até mesmo compre um veículo de outra marca.
“Ao optar pela compra deste outro modelo de veículo a Mary Kay fornece o pantone cor-de-rosa para que a ganhadora possa pintá-lo, se desejar, além de oferecer pareceria para descontos na compra de alguns veículos.”
Atualmente há 320 mil consultoras de beleza independentes da Mary Kay, como são chamadas as vendedoras da marca – todas em busca do exclusivo carro cor-de-rosa.



