São Paulo — Concessionários de veículos relatam demora de até 120 dias na entrega de veículos novos, endossando ponto de vista da Fenabrave sobre o reflexo deste quadro nas vendas de janeiro. O momento é visto, pelo mercado, como transitório, com ajuste previsto para quando as montadoras sanarem os descompassos em suas cadeias de fornecedores.
"A demora média é de 120 dias, dependendo do modelo do veículo que é procurado pelo cliente", disse José Wilson, presidente do Grupo Canopus, concessionário BMW, Mini, Caoa Chery, Honda, Nissan, Honda Motos e Toyota nas regiões Norte e Centro-oeste do País. "Não é algo que varia muito de montadora para montadora, uma vez que o descompasso dos fornecedores é algo que atinge a todas."
As fabricantes têm recorrido às conversas com seus distribuidores no sentido de estipular prazos para que as entregas sejam mais ágeis:
"O prazo longo para entrega dos veículos ainda existe e é reflexo da falta de matéria-prima disponível no mercado para produção", disse Dário Monteiro, diretor presidente do Grupo Vecol, concessionário Volkswagen. "Está faltando produto no mercado e a nossa expectativa, após reuniões com a fábrica, é a de que a situação comece a melhorar em meados de abril".
A expectativa para o período dos próximos 120 dias é a de que a rede se articule para segurar os pedidos para, assim, mitigar algo que já acontece: clientes migrando para o mercado de seminovos dado o prazo longo de entrega dos veículos novos.
Para Paulo Cardamone, consultor da Bright, deverão surgir planos de negócios que aumentem a atração do veículo novo no sentido de reter os clientes: "Passamos por um momento de lançamentos, veículos que acabaram de chegar no mercado e que estão com pedidos represados nas concessionárias. Acredito que alguma ação comercial deve surgir para que este cliente, com pressa, consiga permanecer com intenção de compra apesar do prazo longo".
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