São Paulo — A Fenabrave reavaliará as projeções para 2022 no começo de abril, de acordo com seu presidente, José Maurício Andreta Júnior, que participou do último painel do Seminário Megatendências 2022, realizado por AutoData na quarta-feira, 16:
“Reuniremos nossa equipe interna para avaliar os números e todos os fatores externos, como combustíveis e agronegócio, que podem gerar impactos”.
Andreta disse seguir com tendência de otimismo com relação às vendas do setor automotivo até o fim do ano, com a recuperação mais significativa começando a partir de março sobre fevereiro. A redução do IPI também deverá trazer impactos positivos para os emplacamentos do mês, de acordo com as suas expectativas, que já consideravam um primeiro trimestre mais fraco.
O maior problema, na visão de Andreta, segue sendo o desabastecimento das revendas por causa da crise de semicondutores. Quando esse cenário se normalizar a oferta de veículos voltará ao normal, junto com prazos de financiamentos um pouco mais alongados, e o setor deverá surpreender de forma positiva.
Ricardo Bacellar, conselheiro da SAE Brasil, demonstrou otimismo com a recuperação do mercado começando em março. Ele disse que as projeções feitas no começo do ano, mirando à expansão, contemplam apenas os modos tradicionais de vendas:
“O mercado precisa usar os novos meios de comercialização de veículos a seu favor, com um complementando o outro. Um serviço que também pode ser explorado é o de assinatura de veículos, pois há muito consumidor interessado nesse formato de negócio”.
Bacellar também lembrou do papel da rede no avanço da oferta de carros por assinatura, pois as concessionárias são responsáveis pela comunicação mais próxima com os consumidores, assim como pela capilaridade do mercado.
A médio e longo prazo Andreta acredita que as concessionárias continuarão sendo muito importantes para a venda de veículos e outros serviços relacionados, mas deverá acontecer uma mudança no perfil de quem administra os pontos de venda: grupos menores, que possuem apenas uma marca ou até uma loja, deverão sair do negócio, com essas lojas sendo absorvidas por grupos maiores, com maior capital e capacidade para absorver os custos da operação.