Hannover, Alemanha – Estão em curso as discussões para a definição da próxima etapa de redução das emissões na Europa, que deve entrar em vigor a partir de 2025. A expectativa é que até o fim deste ano a Comissão Europeia apresente uma proposta, com reduções significativas para as emissões de Nox e de material particulado, hoje os principais poluentes do transporte rodoviário, assim como o CO2. Nos corredores do IAA, porém, executivos dizem extraoficialmente que o Euro 7 não faz sentido porque a indústria precisa direcionar seus investimentos para a eletrificação.
Esses parâmetros, inclusive mais uma redução do CO2 em níveis marginais, ainda não são conhecidos e o desafio pode ser enorme do ponto de vista técnico. Esses são alguns dos motivos para a definição de uma rota para a eletrificação da frota de caminhões na Europa. Mas ainda há outras razões, como acentuou Mats Gunnarsson, vice-presidente executivo das Operações Comerciais globais da Scania:
“Não faz o menor sentido investir para atender ao Euro 7 pois a indústria precisa concentrar seus investimentos numa rota. E essa rota é a da eletrificação”.
O segmento de transportes não participa diretamente das definições da Comissão Europeia que está formulando a próxima fase da legislação de emissões para o continente, por isto, em Hannover, alguns executivos consultados pediram para não serem citados nesta reportagem: o tema seria demasiado sensível neste momento.
Mas quase todos dizem que é urgente uma definição e, assim como Gunnarson, preferem esperar a formalização, ou não, do Euro 7 para dizer o que ocorrerá na Europa: “Estaremos preparados para atender qualquer legislação”.
Por outro lado o Euro 7, combinado com a utilização de combustíveis sintéticos, pode mudar a rota da eletrificação, dizem em off alguns especialistas no IAA. Seria uma alternativa para atingir os objetivos do Acordo de Paris para as emissões a partir de 2035, quando, espera-se, os veículos com motores a combustão interna deixarão de circular no continente europeu.
Os otimistas acreditam que a eletrificação possa fazer mais sentido nos centros urbanos, mas os veículos para transporte de médias e longas distâncias com motores a combustão, caso sejam eficientes e a legislação realmente obrigue a reduzir a níveis muitos baixos as emissões de CO2, NOx e material particulado, podem ainda sobreviver além de 2035.