São Paulo – O governo que tomou posse em Brasília, DF, em 1º de janeiro já tem em suas mãos a agenda que a Anfavea definiu como prioritária para o desenvolvimento do setor automotivo. São dezesseis pontos que estão interligados e que, de certa forma, orbitam sobre dois temas: reindustrialização e previsibilidade.
Eles foram apresentados à imprensa na sexta-feira, 6, mas já foram debatidos com o presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, com o ministro da Fazenda Fernando Haddad e com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
O executivo não deu pormenores dos dezesseis pontos. São estes:
- Reindustrialização e fortalecimento da cadeia de suprimentos
- Descarbonização, eletrificação, biocombustíveis, gás e etc.
- Renovação da frota e inspeção veicular
- Mobilidade e investimentos em infraestrutura
- Estímulo à pesquisa, desenvolvimento e inovação
- Retomada das vendas a prazo
- Redução dos custos de produção e comercialização
- Redução do custo tributário
- Apoio ao pequeno e médio agricultor
- Promoção às exportações
- Novos acordos comerciais
- Previsibilidade
Cada item tem sua pauta de propostas, disse Lima Leite, que elencou um como possível de grande avanço já em 2023: a retomada da venda a prazo.
No ano passado as vendas à vista representaram mais de 70%, patamar que, normalmente, é das vendas a prazo. Os juros elevados e o IOF, Imposto sobre Operações Financeiras, são dois entraves para que os financiamentos voltem a ser acessados pela população, na avaliação do presidente da Anfavea.
Alguns são, já, pleitos antigos e que, no tabuleiro do jogo, já tiveram algumas casas avançando nos últimos anos. Outros retrocederam na sua avaliação, como o Reintegra, uma devolução dos tributos que incidem sobre os veículos exportados que deixou de ser repassado às empresas, e o adicional de frete da Marinha Mercante, que no fim do ano passado foi cortado em 50% e já neste ano voltou ao seu valor original.
O presidente da Anfavea tornou a reclamar, também, dos créditos de ICMS retidos. Nas suas contas já superam R$ 7 bilhões, que, nos cofres das montadoras, poderiam ser revertidos em investimentos em P&D: “Mas, ao contrário, nos gera um custo anual de R$ 1 bilhão, em valores que poderiam ser investidos no mercado financeiro ou em troca de financiamentos que contratamos a juros elevados”.
Por fim Lima Leite disse que ouviu em suas conversas com o novo governo que a reforma tributária é uma das prioridades da nova gestão, o que, para o setor, “soou como música nos ouvidos. O ministro Alckmin, em seu discurso, também abordou pontos que são importantes para nós, como a descarbonização e a reindustrialização”.