São Paulo – Em torno de 4,1 mil metalúrgicos da Renault e da Horse, fabricante de motores do grupo, decretaram greve por tempo indeterminado no Complexo Industrial Ayrton Senna em São José dos Pinhais, PR. O motivo é o valor da PLR, Participação nos Lucros e Resultados, oferecida pela montadora.
Após assembleia realizada na tarde de terça-feira, 7, os trabalhadores rejeitaram proposta de R$ 18 mil para a primeira parcela do benefício, com pagamento no início deste mês. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba o montante da segunda parcela ficaria em aberto, assim como o reajuste, que seriam negociados posteriormente, no entanto, sem uma data definida.
O presidente da entidade, Sergio Butka, afirmou que o pleito da categoria é que seja apresentada oferta que contemple o valor total da PLR, assim como aumento salarial com reposição da inflação mais aumento real:
“A proposta da Renault que foi rejeitada não contempla as expectativas dos trabalhadores que ainda estão se recuperando das perdas salariais dos acordos anteriores que ainda não foram repostas”, disse Butka, ao complementar que a fábrica “tem funcionado a pleno vapor com o trabalhador se dedicando com afinco na produção. É preciso que a empresa reconheça isso e já apresente uma proposta completa.”
De acordo com a Renault o prazo legal do aviso de greve não foi respeitado pelo sindicato e já no segundo turno os metalúrgicos não entraram para trabalhar. “Recebemos esta informação com surpresa, visto que as negociações para a renovação do PPR, Programa de Participação de Resultados, e acordo coletivo de trabalho estavam em andamento. A Renault do Brasil permanece aberta para dialogar.”
Segundo a montadora a cifra ofertada para o pagamento do PPR é o maior do setor no País. No ano passado a primeira parcela da participação nos lucros e resultados foi de R$ 12 mil, totalizando cerca de R$ 24 mil.
Para o sindicalista o maior impasse reside no fato de que o valor final a ser pago não ter sido aberto. Embora a data-base da categoria na cidade da Região Metropolitana de Curitiba vença em 1º de setembro, nos últimos anos a entidade tem adotado a postura de negociar o acordo coletivo junto com a PLR. Sobre o fato de a entidade não ter emitido aviso de greve o sindicato não se manifestou.
Ao todo, a Renault emprega cerca de 5 mil profissionais, sendo 3,5 mil no chão de fábrica e 1,5 mil no setor administrativo do Complexo Industrial Ayrton Senna, onde são fabricados os modelos Kardian, Duster, Kwid, Oroch e Master. Por dia, de acordo com o sindicato, saem das linhas de produção em torno de oitocentos veículos. A capacidade máxima da unidade, porém, é de 1 mil 380 veículos por dia.
Na Horse, fábrica de motores que funciona dentro da Renault, trabalham cerca de seiscentos trabalhadores. Procurada, a empresa ainda não tinha posicionamento. Mas, assim que houver, a reportagem será atualizada.