São Paulo – O preço médio dos automóveis de passeio no mercado brasileiro deverá chegar a R$ 152,5 mil ao longo de 2024. Significa um incremento de 8,5% em relação ao ano passado, quando o valor girava em torno de R$ 140,6 mil. Foi o que apontou levantamento realizado pelo consultor automotivo Milad Kalume Neto e apresentado durante Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2024.
Desde 2017 os custos vêm subindo, tendo sido o ápice do reajuste em 2021, quando o custo médio era de R$ 112,1 mil, fruto de elevação de 29,8%. É sabido que a introdução de novas tecnologias de segurança e conectividade têm puxado para cima os preços, no entanto, isso ocorre em meio a cenário recente de crise derivada da pandemia, perda de emprego, crédito escasso e juros em patamar elevado.
Perguntado sobre o que tem movido esse mercado Kalume Neto afirmou que se deve em grande parte às locadoras, uma vez que as vendas diretas respondem por cerca de 50% das comercializações das montadoras. “Não fosse essa demanda o mercado seria de 1,2 milhão de unidades.”
Este segmento estava em curva ascendente quando, com a pandemia, foi retraído. E agora se firmou como tendência, tanto que praticamente todas as fabricantes lançaram mão de seus próprios planos de assinatura: “Quinze anos atrás as vendas diretas representavam 20% dos emplacamentos. Nos últimos meses chegou a 55%. Embora seja um caminho sem volta acredito que não chegará aos 70% como nos Estados Unidos”.
O Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, também vem dar um impulso ao mercado, ao tornar viáveis investimentos que fomentam a descarbonização e a introdução de novas tecnologias nas linhas de produção, dá uma sobrevida ao setor.
“Há pouco tempo, se pensarmos que a indústria brasileira não estava sendo capaz de produzir veículos elétricos, e que a indústria chinesa queria se construir em cima desta matriz, estaríamos fadados a desaparecer. Mas o Mover veio mudar esta realidade.”